20/11/2012
Ralph J. Hofmann
Ontem, 19 de novembro de 2012, fazem 149 anos que Lincoln fez seu mais famoso discurso, e sua fé na igualdade e dignidade dos cidadãos de uma nação unificada.
Lincoln previa já a cicatrização das feridas depois de uma guerra fratricida. Infelizmente seu assassinato antes de desenvolver o procedimento de unificação psicológica dos cidadãos americanos atrasou em muito esse processo. Os seus sucessores imediatos não estavam à sua altura.
Gettysburg na Pennsylvania fora palco de uma das mais sangrentas batalhas da guerra civil americana. Poucas famílias de ambos os lados da contenda deixaram de ter alguma baixa ali.
Lincoln foi convidado para inaugurar o cemitério militar onde jazem combatentes de ambos os lados. Não era realmente esperado, mas fez um esforço para comparecer. Seu discurso não foi improvisado. Existem 5 rascunhos de próprio punho.
“Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.
Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.
Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.
O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.
Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra.
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