Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
23.11.2012
| 12h00m
Margaret Bourke-White foi uma pioneira do fotojornalismo. Teve sempre a sorte - ou o dom? - de estar no lugar certo na hora certa. Por exemplo, ela entrevistou Gandhi horas antes dele ser assassinado. Seu colega e amigo Alfred Eisenstaedt dizia que seu sucesso era devido ao fato dela não recusar nenhuma missão, de achar que fotografar era sempre importante.
Durante sua carreira ela foi torpedeada no Mediterrâneo, bombardeada pela Luftwaffe em Moscou, encontrada como náufraga numa ilha do Ártico, vítima de um acidente quando o helicóptero em que viajava afundou na baía de Cheasapeake.
Foi a primeira ocidental a documentar em fotos a indústria soviética depois da Revolução de 17, a criar um guia fotográfico da Tchecoslováquia e outros estados balcânicos antes que Hitler invadisse a região e desse início à II Guerra Mundial. Estava em Moscou quando a Alemanha começou a bombardear sua antiga aliada.
De 1940 a 1945 ela foi a correspondente de guerra da Revista Life. Foi a primeira mulher habilitada a servir em zonas de ocupação militar como documentarista para o Exército americano.
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Pleno blackout, o Kremlim iluminado pelo traçado das bombas e holofotes
Civis alemães obrigados pelos americanos a ver o inferno de perto em Buchenwald
sem legenda
Suicídio do tesoureiro de Leipzig, mulher e filha, para não se renderem aos aliados.
Parada da Vitória em Berlim: Jhukov, entre Patton e um oficial inglês.
Bourke-White tem fotos em muitos museus e é reconhecida como uma das grandes em sua arte. Mas creio que testemunhar o que testemunhou, e deixar para a posteridade os documentos que deixou, foi seu maior feito. Ela, ao contrário do que possam pensar, sofreu para fazer algumas dessas fotos, mas se declarou grata por ter entre ela e o que via sua Leica que lhe serviu de escudo contra o horror.
Margaret Bourke-White nasceu em junho de 1904 e faleceu em agosto de 1971.
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