sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ARREPENDIDOS



Magu
Aproveitando o gatilho da matéria A Era do Fascismo (25/10), A Era Do Fascismo 25/10 do Elgien, referente a arrependimento, segue mais um na mesma situação. Como eu já disse antes, quem tem olhos para ver, abandona o 13. Mau número…
A entrevista de Sydney Possuelo (foto), à revista Época, mostra que os que ainda tem neurônios funcionando abandonam o glorioso partido™ devido à sanha em não enxergar para os lados e nem para a frente. São iguais aos semi-cegos, que só olham onde estão pisando. E também pisam mal. O entrevistado é o maior sertanista brasileiro vivo, que hoje mora na Nova Zelândia, onde a mulher estuda. Ex-petista, depois de 42 anos envolvido com índios, afirma que o PT quer desenvolver o país (será que quer mesmo?) sem respeitar ninguém. Responsável por trazer a tribo dos Araras para o contato com a civilização(?), Época lhe pergunta: Como vive a tribo hoje? Possuelo – A situação é muito ruim. O alcoolismo se alastrou. Quem não morreu virou alcoólatra. Os poucos que continuam saudáveis foram inseridos no estrato mais baixo da sociedade. Agora, o governo quer tirar suas terras para fazer a hidrelétrica de Belo Monte. Essa é a história trágica das tribos contatadas.
ÉPOCA – O senhor saiu do setor de índios isolados da Funai em 2006. Possuelo – Saí, não. Fui defenestrado. E me jogaram pela janela. Fui demitido pelo presidente da Funai, Mércio Gomes, indicado por Lula em 2003. Era 2006, e eu estava na fronteira do Suriname quando um jornalista me telefonou para repercutir uma declaração de Mércio. Ele dissera que os povos indígenas tinham terra em demasia. Respondi que essa frase a gente escuta de madeireiro, de seringueiro, de político, de todos os que roubam as terras dos índios, jamais de um presidente da Funai. Dois dias depois, fui demitido.
ÉPOCA – O senhor sobreviveu ao governo Juscelino, à ditadura e à redemocratização. Possuelo – Não sobrevivi ao PT. Nunca me filiei a nenhum partido. Sempre fui PT de coração, e todas as vezes que o Lula se candidatou votei nele. Até que foi eleito. Foi depois disso que comecei a rever minha posição. Após dois anos de governo, virei antilulista. Em parte pelas falcatruas que a gente vê por aí, como o mensalão. Mas sobretudo por causa da política deste governo com relação aos índios. Lula prometeu um monte de coisas e não fez nada. Depois veio a Dilma, e a coisa ficou pior. O governo do PT vem destruindo sistematicamente todo o cabedal de leis que protegiam os índios. Dilma tem este grande projeto de desenvolvimento. O desenvolvimento não é contrário aos índios. É preciso respeitá-los, respeitar os ribeirinhos, respeitar os quilombolas, chamá-los para conversar respeitando seus interesses. O governo do PT não conversa com ninguém. Por isso os índios no Brasil estão tão revoltados. O governo quer fazer barragens a ferro e fogo. O governo não pergunta.
Aos leitores que se interessarem, forneço o link para ler a matéria inteira da revista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário