sexta-feira, 7 de setembro de 2012

INFLUÊCIAS


Plínio Zabeu
Há dias o ex  presidente FHC resolveu entrar na “briga” das eleições que se aproximam.  Em artigo publicado em vários jornais, ele fez uma  avaliação do governo Dilma que recebeu uma herança realmente pesada de seu tutor político.  Foi relatado cuidadosamente certas circunstâncias em que o país foi colocado no mandato Lula.   A exposição foi clara  relatando o que realmente aconteceu.
Mas a Presidente reagiu fortemente. Fez um pronunciamento oficial o que contraria as determinações legais de sua posição.  Sua manifestação deveria ser apenas defendendo colega de agremiação. Nada a ver com o cargo que ocupa.
Sempre é útil lembrar como aconteceram os dois governos anteriores à Dilma.  No caso FHC foi uma luta tremenda para enfrentar a pior praga da nação desde o descobrimento:  A inflação como nunca havia existido antes.  Muitas reformas foram necessárias incluindo a nova e útil moeda, período difícil e rigoroso de transição, as privatizações e várias outras leis e atitudes.  O maior erro do então presidente foi a reeleição.  Jamais deveria ter sido feita.  Se ficara evidente  que quatro anos era pouco tempo, que se mudasse para cinco ou, melhor ainda,  para seis anos coincidindo com as eleições municipais.  Seria um extraordinário avanço na estrutura política do país, algo benéfico a toda a população.
Contudo, ao final do governo ficou claro o progresso alcançado.  Quando da transferência da faixa presidencial, FHC se mostrou emocionado com a subida ao poder de alguém que vinha de situação social diferente.
Entregou a ele um  país bem transformado, para muito melhor e com perspectivas saudáveis.  Lula, embora taxando tudo de “herança maldita” soube se aproveitar da situação e, contando ainda com um progresso econômico mundial, governou por dois mandatos e fez a sucessora.
Deve-se levar em conta que sempre  existiu  uma necessária oposição utilíssima em regimes democráticos.  E o que aconteceu no governo Lula? Os principais partidos oposicionistas – PSDB e PFL, depois DEM – simplesmente se calaram, entraram em fase letárgica, daí as ocorrências desastrosas que hoje ocupam as atividades o STF. A data exata do início do prolongado sono  da oposição foi sem dúvida quando o marqueteiro declarou com detalhes o que  realmente acontecia com o dinheiro público.  Aí FHC e companheiros dos  citados partidos deveriam sim mostrar suas forças e lutarem para esclarecimento e  conclusão do maior esquema de corrupção da história do Brasil e talvez do  mundo.
Esta foi a grande falha ocorrida na democracia brasileira. O tempo foi passando, as falcatruas denunciadas e comprovadas, movimentos políticos daqui e dali na tentativa de prorrogar ou destruir os processos  para um final feliz aos corruptos.
O país teve grande sorte com a Justiça que, finalmente, iniciou o julgamento com 7 anos de atraso  mas, pelo que se nota até agora,  com nitidez e seriedade. Os culpados começam a sentir que,  mesmo na política,  muitas vezes o crime não compensa.
Fato mais importante até agora foi sem dúvida a condenação do deputado que presidiu a  Câmara Federal e chegou a substituir o então presidente Lula por dois dias.  O referido deputado fora um sucesso quando eleito já que em muitas cidades se notavam imensos painéis  com sua foto e  a frase: “João Paulo Cunha, o orgulho do PT”.  Sempre vencendo as acusações chegou a ser nomeado presidente  de uma importantíssima comissão parlamentar cuja  exigência é   ter uma ficha totalmente limpa.
Essa condenação foi utilíssima,  pois outros,  tão ou mais importantes que ele no mensalão,  já colocam as “barbas de molho”.  O povo espera que o julgamento continue como agora e que as penas sejam realmente aplicadas.
Pronunciamentos da presidente e do ex devem ser restritos às campanhas políticas não misturando cargo com posição partidária.

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