terça-feira, 24 de julho de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - OBJETOS DE ARTE Porcelana Oriental - Garrafas (c.1700/1720)


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
24.7.2012
 | 12h00m
A massa de argila branca especial, fina, preparada pela cozedura em um forno, tem como resultado a porcelana, produto cerâmico impermeável e translúcido. A argila especial é composta de caulim, quartzo e feldspato. Depois de receber a forma que o artesão escolheu, vai ao forno, pode ser vitrificada ou não, conservar sua cor original, ou receber as mais diversas pinturas.
A chamada verdadeira porcelana (pasta dura) surgiu no Japão e na China. Somente no início do século 18 em Meissen, na Alemanha, os europeus conseguiram fazer objetos de porcelana comparável em qualidade às porcelanas japonesas e chinesas. Na Inglaterra foi somente a partir de 1740.
A japonesa Arita, famosa por ser uma das cidades onde mais se fabricava peças em porcelana, enviava as peças para Imari, porto do Japão ocidental; de lá, as que seriam transportadas para o exterior pelos mercadores holandeses e chineses, eram enviadas para Deshima, uma ilha pequenina no porto de Nagasaki.
De 1639 até meados de 1850, mercadores da Companhia das Índias Orientais eram os únicos com permissão para comercializar no Japão, devido à política de isolamento do governo japonês. No período mencionado, foi quando essa orientação foi mais forte.
Isso explica porque durante tanto tempo as peças vindas do Oriente fizeram tanto sucesso na Europa e porque as duas Companhias holandesas, das Índias Ocidentais e das Índias Orientais, alcançaram um êxito que lhes rende fama até hoje e ganharam fortunas comerciando porcelanas orientais.
Os holandeses negociaram com o Japão e a China a partir de 1650. Os europeus, habituados ao azul e branco das louças chinesas, quando viram as cores vibrantes da porcelana japonesa, ficaram alucinados. Os tons escuros ou vibrantes de azul, vermelho e ouro que vemos nessas garrafas são típicos da porcelana que o Japão exportava exclusivamente do porto de Imari.
 
O par de garrafas do período Edo (foto acima) pertenceu à coleção do Duque de Marlborough, mantida em seu palácio de Blenheim. A tampa, que lembra um pequeno crisântemo, combina com os desenhos que aparecem em uma de suas quatro faces. Nas outras três há peônias, ameixas e um esquilo escondido em uma videira. No século 18 o esquema de cores de Imari foi muito copiado pelos europeus.
Medidas: altura 24 cm; largura 10,8 cm; profundidade 10,8cm. Na base, em vermelho, está escrito “shin” (agitar)

Acervo Victoria and Albert Museum, Londres

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