segunda-feira, 2 de julho de 2012

Acusados do mensalão fazem acordo e Delúbio deve assumir culpa por caixa 2, diz jornal


17:11, 2/07/2012 
REDAÇÃO ÉPOCA

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, é acusado de fazer pagamentos a parlamentares em troca de apoio político (Foto: Arquivo/Agência Senado)
Grupo de acusados no processo do mensalão acertou que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares assuma que partiu somente dele a iniciativa de formar o caixa 2 para o financiamento de partidos e parlamentares que se coligaram com os petistas nas eleições de 2002 e 2004. A informação é de reportagem do jornal O Estado de S.Paulopublicada nesta segunda-feira (2).
Segundo a publicação, participaram do acordo o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o ex-deputado José Genoino e o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira. Os acusados fazem parte do “núcleo central da quadrilha”, definição do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, que pediu a condenação dos envolvidos por crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e peculato.
O jornal diz que Delúbio deve manter silêncio sobre o escândalo e ajudar Dirceu e Genoino no processo. “Ele abrirá o caminho para que José Dirceu possa reafirmar, no Supremo Tribunal Federal (STF), que estava afastado do partido, não acompanhava as finanças petistas e que não há no processo uma única testemunha ou ato que o incrimine”, afirma o texto. Genoino, ex-presidente do partido, deve dizer que seu nome aparece em apenas dois empréstimos bancários feitos pelo PT, por mera formalidade do cargo.
O advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, criticou a estratégia. “É claro que esse assunto do pagamento da conta dos partidos que se aliaram ao PT foi discutido pela Executiva Nacional da legenda.” Malheiros disse ainda que o ex-tesoureiro do partido distribuiu dinheiro para pagar gastos de partidos aliados e não para comprar parlamentares.
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de Dirceu, afirmou ao Estadão que o ex-ministro não tinha a mínima ideia do que ocorria no PT, pois estava envolvido com as atividades de governo. O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende Genoino, afirmou ele não tem relação com a movimentação financeira feita por Delúbio. “Nunca tratava de assuntos que pudessem envolver o financiamento de coligações”. Pacheco disse ao jornal que o PT estava em crise financeira, por isso delegou a Delúbio a resolução do problema.
O início do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal está marcado para o dia 2 de agosto.

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