Quando o francês Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, afirmou que os organizadores da Copa no Brasil mereciam “um chute no traseiro”, ele pensou em uma expressão muito comum no seu país: un coup de pied au cul.
Soa pesado, mas na França não é tanto quanto no Brasil. Há bem pouco tempo, o ministro da Defesa francês, Gerard Longuet, usou exatamente a mesma elegância ao sugerir como deveriam ser tratados China e Rússia no Conselho de Segurança da ONU devido aos vetos de ações contra ao ditador sírio Bashar Assad.
Segundo ele, os dois países deveriam receber coup de pied au cul da comunidade internacional por “recusarem assumir suas responsabilidades”. Seja lá como for, a linguagem não é adequada em parte alguma, completamente inapropriada, sobretudo, para ocupantes de cargos de governança. Denota desenvolturas que Valcke e Longuet não se permitiriam ter com dirigentes do Velho Continente.
Isto posto, no fundo das questões, os dois franceses estão certos. Deveriam sim, terem se expressado de outra forma. Em contrapartida, em nada adianta só exibir orgulho ferido. A melhor reação é mostrar efetivamente que também no conteúdo a deselegância não tinha razão de existir.
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