segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Rendimento imobiliário é uma alternativa para os conservadores


Ainda pouco conhecidos no mercado, os fundos imobiliários são uma alternativa rentável para quem tem perfil conservador. Constituído sob forma de condomínio e com patrimônio dividido em cotas entre os participantes, os recursos captados pelos fundos imobiliários são aplicados em empreendimentos do setor que gerem renda de aluguel ou arrendamento. O capital também pode ser investido na construção e incorporação. Uma das principais vantagens é que o rendimento, normalmente oriundo de locação, não paga Imposto de Renda. Porém, como todo fundo, há uma taxa de administração que pode chegar, normalmente, a 3%. A rentabilidade média desse produto, em 2011, ficou em 8,96% — por isso, taxas de administração acima de 1% deixaram, na média, a aplicação desinteressante. Ainda assim, um desses produtos específicos, o BB Progressivo da Caixa Econômica Federal, rendeu 59% no ano passado.

Para Osvaldo do Nascimento, diretor executivo do Itaú Unibanco e responsável pelas operações de investimentos e previdência da instituição, os fundos imobiliários são uma oportunidade para quem quer investir em empreendimentos residenciais e comerciais, mas não dispõe de muito capital. Alguns fundos, abertos a pessoas jurídicas, aceitam participantes a partir de R$ 1 mil a cota. Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages Cia Hipotecária, a maior gestora de fundos imobiliários do Brasil, explica que a elevada volatilidade do mercado de ações no ano afetou positivamente o setor porque aumentou a procura. “O fundo imobiliário é um investimento seguro, principalmente nesse período de volatilidade, e está se desenvolvendo bem no Brasil”, pondera Bidetti. Atualmente, funcionam no país cerca de 90 fundos do tipo, que somam um patrimônio aproximado de R$ 6 bilhões.

Tributação
Outra opção de investimento conservador é o Fundo DI. Classificado como referenciado, tem a obrigação de acompanhar um indicador de desempenho, no caso, as taxas de juros do mercado de depósitos interbancários (CDI, títulos emitidos pelos bancos para captar recursos). Esse produto se valoriza sempre que o cenário contempla alta nas taxas de juros e acompanha de perto a Selic — neste ano, o rendimento médio desses fundos ficou em 11,6%, um pouco acima dos 11% ao ano da taxa básica da economia.

A liquidez normalmente é diária. O investidor consegue sacar no mesmo dia em que faz a solicitação de resgate. Na avaliação do HSBC, os DIs são considerados conservadores e são uma boa opção frente ao cenário de instabilidade provocado pela crise da dívida na Europa.

Um produto semelhante ao CDI é o Certificado de Depósito Bancário (CDB), título nominativo emitido pelos bancos e também vendidos ao público como forma de captação de recursos. No ano passado, tiveram um desempenho um pouco melhor que a poupança, mas abaixo da Selic: 10,73% brutos. Os CDBs, explica Silvio Alexandre, diretor da Corretora Novinvest, são negociados a partir de uma taxa bruta de juros anual.

Rendem conforme o desempenho de indicadores, como os Certificados de Depósito Interbancário (CDI) ou a Taxa de Referência (TR). Os CDBs podem ser negociados a qualquer momento dentro do prazo contratado, mas, quando vendidos antes do prazo mínimo (30, 60 ou 90 dias para pré-fixados), pagam também o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Devido à tributação, é sempre preciso calcular para saber se esses produtos valem a pena. Com a Selic em 11% ao ano, a aplicação começa a ficar interessante apenas para aplicações acima de 180 dias. Se o fundo cobrar 1% de taxa de administração, somado aos 27,5% de Imposto de Renda que serão descontados nos investimentos abaixo de seis meses, o retorno do capital ficará pouco acima da poupança, que em 2011 rendeu 7,45%. (VM e VB)

Arma do governo

Recolhido automaticamente nas operações relativas a títulos mobiliários, tanto na emissão quanto no resgate desses ativos, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide sobre a maioria dos investimentos. No caso de estrangeiros, a alíquota máxima é de 1,5% ao dia sobre a rentabilidade. Para os brasileiros, esse percentual é menor, de 1%. Porém, se o dinheiro ficar aplicado por mais de 30 dias, a alíquota cai a zero. Mas é preciso ficar atento: mesmo quando não houver crédito de rendimentos, também se paga IOF de 0,5% caso o capital fique aplicado por menos de um mês. Esse tipo tributação é um dos mecanismos usados pelo governo para forçar a criação de poupança de longo prazo.

FONTE: Victor Martins e Vera Batista  - Correio Braziliense

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