O debate incentivado por este blog sobre os custos de uma negociação sem corretor de imóveis ganhou o apoio de um leitor de peso.
Nesta semana, a assessora de imprensa da ABMI, Patrícia Silveira, enviou duas perguntas para o presidente do Sistema COFECI-CRECI para contribuir com um material que estamos produzindo. João Teodoro não só respondeu imediatamente o e-mail, como resolveu participar desta discussão aqui mesmo, no www.virginiaduailibe.com
Considerando a importância do assunto e do apoio do COFECI, transcrevo abaixo o comentário publicado pelo presidente João Teodoro. E, na sequência, a minha resposta.
Comentário de João Teodoro, presidente do COFECI:
Ilustre Presidente Virgínia,
Quero parabenizá-la por se interessar em discutir em seu blog assunto de tamanha importância para nós corretores de imóveis e para a sociedade. Ontem à noite respondi a duas perguntas de sua assessora de comunicação, jornalista Patrícia Silveira, que reproduzo abaixo com as respostas solicitadas.
Na verdade, a complexidade, a disponibilidade e o risco que medram as transações imobiliárias nos dias de hoje, aliados ao trabalho profissional por elas demandado, tornam tão indispensável a presença do corretor de imóveis quanto o é a do médico, do advogado, do engenheiro e tantos outros profissionais no desenvolvimento de seu “desideratum”.
Só pensam diferentes aqueles que, por mera mesquinharia, não conseguem ver a realidade. Eles não têm outro argumento senão a “economia” dos honorários a serem pagos o que, aliás, só acontece se houver sucesso na venda. Não raro, essa “economia” se traduz em grande prejuízo para quem tenta, por sua conta e risco, fazer a venda direta de seu bem imobiliário.
Estamos do seu lado para, juntos, esclarecermos a opinião pública a respeito desse importante tema.
A conquista de uma lei própria, que nos cofere uma profissão auto-regulada e auto-fiscalizada, como a que temos no Brasil, é única no mundo e devemos nos orgulhar dela.
Tenho viajado por muitos países, em vários continentes, e verificado que todos, sem exceção, invejam nossa organização profissional. Não podemos deixar que a cabeça desprovida de raciocínio lógico de uns poucos possa conspurcar nossa convicção e prejudicar toda uma classe e a própria sociedade. Segue abaixo as resposta dadas à sua assessoria.
1. O senhor acha que existe a possibilidade, ou a tendência, de a figura “corretor de imóveis” deixar de existir?
R. Nenhuma possibilidade. O Corretor de Imóveis é e sempre será imprescindível em qualquer negociação imobiliária, que hoje em dia exige conhecimentos técnicos especializados, além de total disponibilidade para atendimento a todas as demandas de uma boa negociação.
Infelizmente, há pessoas que, mal-informadas quanto à verdadeira atividade de intermediação de negócios imobiliários, alardeiam a dispensabilidade do Corretor sob o argumento simplista da “economia” financeira. Ora, quem assim apregoa não leva em consideração o trabalho técnico-profissional necessário em toda transação para que ela saia perfeita e realmente aconteça com o menor número de visitas possível ao imóvel, os gastos com anúncios, placas, folhetos, combustível, desgaste de veículos, riscos, estrutura operacional e legal (tanto para imobiliários como para profissionais autônomos). E também não imagina que o tempo do possível comprador nunca é o mesmo do proprietário. O Corretor tem de atender o cliente na hora e no dia em que ele (cliente) escolher ou puder, seja durante o expediente, seja à noite ou em sábados, domingos ou feriados. Igualmente, não leva em consideração a questão da segurança do imóvel e da própria família do proprietário, que poderá estar colocando, inadvertidamente, dentro de sua própria casa, marginais como assaltantes, estupradores, etc.. Tudo isso é preocupação e custo do Corretor de Imóveis, por conta unicamente dos honorários que vai receber, só e somento só, se for bem sucedido na venda.
Além do mais, o Corretor dispõe de toda uma estrutura de organização profissional a apoiá-lo, como o Creci, o Sindicato, o Secovi, as Associações profissionais, como a prória ABMI, e assim por diante. De modo que, feitas as contas, se o Corretor de Imóveis, ou imobiliária, não agir com diligência e competência, o que poderá receber como honorários profissionais mal dará para pagamento das despesas havidas com o próprio processo de vendas.
O proprietário até pode vender com seus próprios esforços e custos o seu imóvel, mas, com certeza, além de muitos aborrecimentos, correrá sérios e inúmeros riscos e, provavelmente, gastará bem mais do poderia pagar a título de honorários profissionais.
2. Quais seriam os prejuízos para a socidade, caso isso acontecesse?
R. A resposta acima já responde também a esta pergunta, mas, mais objetivamente falando, o mercado imobiliário sem o Corretor de Imóveis seria um verdadeiro caos porque, por mais que advogados e tabeliãos possam orientar uma negociação imobiliária, eles só o podem fazer no momento da finalização do negócio. Se, nesse momento, for detectado algum problema, todo o trabalho anterior cai por terra. Ao contrário, o Corretor de Imóveis acompanha todo o processo de venda desde o início até a “escolha” do comprador e a trasnferência da proriedade, de modo que, se algum problema houver, o negócio será abortado antes de causar qualquer prejuizo. Só quem, sem tempo e conhecimentos suficentes, já tentou negociar sem a presença de um Corretor pode, verdadeiramente, avaliar o quanto sofreu e os riscos que correu.
João Teodoro da Silva,
Presidente do Sistema COFECI-CRECI
Quero parabenizá-la por se interessar em discutir em seu blog assunto de tamanha importância para nós corretores de imóveis e para a sociedade. Ontem à noite respondi a duas perguntas de sua assessora de comunicação, jornalista Patrícia Silveira, que reproduzo abaixo com as respostas solicitadas.
Na verdade, a complexidade, a disponibilidade e o risco que medram as transações imobiliárias nos dias de hoje, aliados ao trabalho profissional por elas demandado, tornam tão indispensável a presença do corretor de imóveis quanto o é a do médico, do advogado, do engenheiro e tantos outros profissionais no desenvolvimento de seu “desideratum”.
Só pensam diferentes aqueles que, por mera mesquinharia, não conseguem ver a realidade. Eles não têm outro argumento senão a “economia” dos honorários a serem pagos o que, aliás, só acontece se houver sucesso na venda. Não raro, essa “economia” se traduz em grande prejuízo para quem tenta, por sua conta e risco, fazer a venda direta de seu bem imobiliário.
Estamos do seu lado para, juntos, esclarecermos a opinião pública a respeito desse importante tema.
A conquista de uma lei própria, que nos cofere uma profissão auto-regulada e auto-fiscalizada, como a que temos no Brasil, é única no mundo e devemos nos orgulhar dela.
Tenho viajado por muitos países, em vários continentes, e verificado que todos, sem exceção, invejam nossa organização profissional. Não podemos deixar que a cabeça desprovida de raciocínio lógico de uns poucos possa conspurcar nossa convicção e prejudicar toda uma classe e a própria sociedade. Segue abaixo as resposta dadas à sua assessoria.
1. O senhor acha que existe a possibilidade, ou a tendência, de a figura “corretor de imóveis” deixar de existir?
R. Nenhuma possibilidade. O Corretor de Imóveis é e sempre será imprescindível em qualquer negociação imobiliária, que hoje em dia exige conhecimentos técnicos especializados, além de total disponibilidade para atendimento a todas as demandas de uma boa negociação.
Infelizmente, há pessoas que, mal-informadas quanto à verdadeira atividade de intermediação de negócios imobiliários, alardeiam a dispensabilidade do Corretor sob o argumento simplista da “economia” financeira. Ora, quem assim apregoa não leva em consideração o trabalho técnico-profissional necessário em toda transação para que ela saia perfeita e realmente aconteça com o menor número de visitas possível ao imóvel, os gastos com anúncios, placas, folhetos, combustível, desgaste de veículos, riscos, estrutura operacional e legal (tanto para imobiliários como para profissionais autônomos). E também não imagina que o tempo do possível comprador nunca é o mesmo do proprietário. O Corretor tem de atender o cliente na hora e no dia em que ele (cliente) escolher ou puder, seja durante o expediente, seja à noite ou em sábados, domingos ou feriados. Igualmente, não leva em consideração a questão da segurança do imóvel e da própria família do proprietário, que poderá estar colocando, inadvertidamente, dentro de sua própria casa, marginais como assaltantes, estupradores, etc.. Tudo isso é preocupação e custo do Corretor de Imóveis, por conta unicamente dos honorários que vai receber, só e somento só, se for bem sucedido na venda.
Além do mais, o Corretor dispõe de toda uma estrutura de organização profissional a apoiá-lo, como o Creci, o Sindicato, o Secovi, as Associações profissionais, como a prória ABMI, e assim por diante. De modo que, feitas as contas, se o Corretor de Imóveis, ou imobiliária, não agir com diligência e competência, o que poderá receber como honorários profissionais mal dará para pagamento das despesas havidas com o próprio processo de vendas.
O proprietário até pode vender com seus próprios esforços e custos o seu imóvel, mas, com certeza, além de muitos aborrecimentos, correrá sérios e inúmeros riscos e, provavelmente, gastará bem mais do poderia pagar a título de honorários profissionais.
2. Quais seriam os prejuízos para a socidade, caso isso acontecesse?
R. A resposta acima já responde também a esta pergunta, mas, mais objetivamente falando, o mercado imobiliário sem o Corretor de Imóveis seria um verdadeiro caos porque, por mais que advogados e tabeliãos possam orientar uma negociação imobiliária, eles só o podem fazer no momento da finalização do negócio. Se, nesse momento, for detectado algum problema, todo o trabalho anterior cai por terra. Ao contrário, o Corretor de Imóveis acompanha todo o processo de venda desde o início até a “escolha” do comprador e a trasnferência da proriedade, de modo que, se algum problema houver, o negócio será abortado antes de causar qualquer prejuizo. Só quem, sem tempo e conhecimentos suficentes, já tentou negociar sem a presença de um Corretor pode, verdadeiramente, avaliar o quanto sofreu e os riscos que correu.
João Teodoro da Silva,
Presidente do Sistema COFECI-CRECI
E a minha resposta:
Caríssimo Presidente João Teodoro,
Agradeço não apenas a imensa gentileza de sua pronta resposta, tanto para mim como para Patrícia Silveira, nossa Assessora de Imprensa, mas também que tenha manifestado seu imprescindível apoio a essa reação que venho tentando promover em redes sociais, como o Twitter, e em meu Blog VirgíniaDuailibe.com, em defesa da necessidade e relevância da prestação de serviços do corretor de imóveis.
Essas manifestações que tentam menosprezar, das mais diversas formas, a atividade do corretor, não tem sido pontuais, muito pelo contrário. Vem sendo constantes, insidiosas e, mesmo aquelas de caráter subliminar, vem produzindo seus estragos no conceito que os proprietários de imóveis fazem dos corretores.
São artigos em revistas de grande influência, como a Exame, reportagens veiculadas em portais na internet, caso do R7, e até por intermédio de sites que se colocam à disposição dos interessados para atuarem como veículos de intermediação na compra e venda de imóveis sem a participação dos corretores de imóveis, quando sabemos ser essa uma prerrogativa exclusiva da categoria.
Tenho tentado responder a cada uma dessas tentativas absurdas de apresentar o corretor aos proprietários de imóveis como sendo uma figura descartável, absolutamente desnecessária, passível de ser banida da transação imobiliária. Pior ainda tem sido quando, extrapolando qualquer limite de bom senso, de forma generalizada, classificam toda uma categoria como se fosse composta por profissionais desqualificados, desonestos, elementos que, ao invés de facilitar, dificultam que os negócios cheguem a bom termo…
Infelizmente, essas vozes, que contam com fácil trânsito na mídia, vem se impondo junto à opinião pública, Presidente. Na medida em que não tem recebido o repúdio à altura dessa campanha negativa que vem fazendo, sentem-se à vontade para prosseguir.
Lembro que, há bem pouco tempo, uma matéria na Revista Exame, que praticamente ridicularizava os corretores de imóveis em sua atuação nos stands de venda, me levou a uma discussão no meu Blog, resultando em seguida a um artigo publicado na Revista Metro Quadrado com o título “Vendedores de imóveis ou encantadores de serpentes?“, que teve enorme repercussão em nossa área.
Outra grande discussão que pude suscitar em meu Blog, mas que nasceu no Twitter (@v_duailibe), foi sobre a questão do site Proprietário Direto, que se apresenta assim na internet: Negocie Imóveis Direto . Mais “sugestivo”, impossível.
Essa questão do site Proprietário Direto rendeu um ótimo debate no Blog: “Compra e venda sem corretor de imóveis“, “Compra e venda sem corretor: o debate continua” , e “A responsabilidade do corretor e de quem negocia sem ele“, cujos comentários dão a exata dimensão do assunto entre todos do nosso setor e evidenciar o quanto é salutar a ampla discussão de assuntos inerentes ao setor imobiliário.
E assim continuam se sucedendo as investidas contra o legítimo exercício da atividade dos corretores, mas seu posicionamento, Presidente – sempre firme, oportuno e justo – me faz crer com absoluta segurança que uma reação com a força e a seriedade do COFECI será eficaz para combater tais afrontas ao trabalho do corretor que se conduz com seriedade, compromisso e honradez, como a maioria o faz.
Seja por pura mesquinharia – em busca de vantagem financeira, que pode ter efeito completamente adverso – seja com qualquer outro objetivo, não podemos ficar calados diante dessa inequívoca tentativa de desqualificar e banir os corretores de imóveis das transações imobiliárias.
Portanto, é muito mais que bem vinda sua manifestação a esse respeito e quero agradecer imensamente em meu nome próprio, como sócia de empresa imobiliária que atua há quase trinta anos em seu mercado, e também em nome da ABMI, que atualmente tenho a honra de presidir, todo seu apoio e preciosa colaboração.
Com toda minha admiração e respeito,
Virgínia Duailibe
Presidente Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI)
Presidente Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI)
Fonte: www.virginiaduailibe.com
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