28 de julho, 2017 | Pedro Cerize |
- When the going gets tough, the tough get going -
Oi.
Ontem, por algumas horas, Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, ultrapassou Bill Gates como o homem mais rico do mundo. Rapidamente, li no Twitter um comentário questionando o quão injusto é um homem ter 90 bilhões de dólares enquanto outros não têm água para beber.
A mentalidade da esquerda não descansa. O problema, a meu ver, é a forma como a distribuição justa da riqueza é calculada. Propriedade é só uma convenção social. Consumo do produto social deveria ser a medida correta.
Vou ilustrar esse raciocínio olhando para a organização de uma colmeia.
Cada membro tem a sua função. Construir e manter a colmeia, cuidar das pupas, coletar o mel e garantir a segurança são funções de diferentes membros daquela sociedade. Não vemos abelhas ociosas, aposentadas, vivendo de pensão, de ajuda de outras abelhas, organizando o sindicato das coletoras de mel e assim por diante... Cada uma desempenha o seu papel e recebe do todo a sua parte.
Fazendo o mesmo raciocínio para a raça humana... Imagine um visitante de outra galáxia, muito mais desenvolvido que nós humanos, venha aqui e observe o que está acontecendo, assim como nós observamos uma colmeia. Esse ser desenvolvido olharia o que cada membro da “colmeia humana contribui” e aquilo que ele retira da sociedade. De maneira geral, podemos ver uma harmonia social. Tudo que é produzido é consumido nessa mesma sociedade (planeta Terra) e os indivíduos mais produtivos são também os que mais consomem.
Ao observarmos as abelhas, nunca perguntamos quem são as “donas” da colmeia. Mesmo que isso existisse e toda colmeia fosse registrada em nome de apenas uma abelha, qual impacto real na vida das abelhas? A dona de tudo ainda estaria trabalhando e consumindo assim como todas as outras.
Bill Gates criou uma empresa e programas que viabilizaram a criação do computador pessoal. Essa criação deu um salto global gigantesco na produtividade. Indiretamente, ele produziu infinitas vezes mais riqueza que o patrimônio pessoal dele (90 bilhões de dólares). Mas se analisarmos somente o que Bill Gates vai consumir pessoalmente, enquanto for vivo - por mais jatos, casas e vinhos caros que ele possa ter -, isso é somente uma fração do que ele ajudou a produzir. Bill Gates é um grande injustiçado social.
Jeff Bezos revolucionou o varejo aumentando a eficiência e reduzindo o custo de levar os bens de consumo às pessoas. Continua trabalhando como uma abelha qualquer e jamais vai consumir uma fração do que produziu. Jeff Bezos é outra vítima da injustiça distributiva. Podemos falar o mesmo de Henry Ford, Einstein, Tesla, Thomas Edison e outros.
Quando um médico salva uma vida, ele foi responsável por aumentar a produção da humanidade, já que um morto não pode trabalhar. Alexander Fleming, ao criar a penicilina, aumentou incrivelmente a capacidade de produção da Terra e consumiu parcela ínfima dessa riqueza.
Por outro lado, um assaltante nada produz. Apenas toma à força o que outros produziram. Se ele matar alguém, vai destruir tudo o que o indivíduo ia fazer no futuro. Hitler, Stalin e Mao foram responsáveis pela destruição incalculável de riqueza. Essas pessoas, por menos que consumam, sempre vão ser um ônus para a sociedade. Vão sempre ter mais do que mereciam.
O visitante alienígena provavelmente ficaria curioso ao ver que alguns humanos trabalham pouco e param (se aposentam) rapidamente, enquanto outros continuam a trabalhar até o final da vida. Outros (herdeiros ociosos) ainda consomem loucamente durante toda a sua existência sem nunca ter produzido nada.
Se olhássemos o mundo não pelo que as pessoas têm registrado em seu nome como propriedade, mas pelo que elas consomem versus o que elas produzem, o conceito de injustiça social seria absolutamente diferente. Os que vivem de pregar contra as injustiças seriam vistos apenas como aproveitadores, não produzindo nada e consumindo o que outros produziram. Mas, no fundo, é essa a mais pura realidade.
Como todos vamos morrer, só somos donos efetivamente daquilo que consumimos enquanto estamos vivos. Obviamente, estamos dispostos a distribuir parte do excedente daquilo que produzimos aos que, por motivos naturais, não podem produzir para sobreviver. Injusto é consumir muito mais do que produzimos. Injusto é consumir sem produzir. Revoltante é consumir destruindo a produção.
Vamos torcer para mais Jeff Bezos na Terra. A riqueza só é criada por aqueles que produzem muito mais que consomem. E essa riqueza, de alguma forma, justa ou não, vai ser consumida por toda a colmeia.
E escreva para gritty@inversapub.com dizendo o que você achou da minha newsletter de hoje.
Um abraço,
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário