Posted: 13 Dec 2015 02:37 AM PST
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Somos todos nós. Sim, desde o mais humilde até o mais importante cidadão brasileiro, quando descumprimos os princípios primordiais legais contribuímos direta ou indiretamente para o atual estado de coisas que bem representa o caos, quando nos sentimos extremamente ludibriados pelas políticas governamentais abraçadas.
O Ministro Levy tenta segurar o titanic mas nossos parlamentares são levianos a ponto de manter o déficit público e não colher superavit primário. Fato é que desde o nosso descobrimento, todo o período de colonização, os pequenos enganos, golpes, e artimanhas fazem parte do cotidiano. Quando você compra um produto lançam mão de uma ordem de serviço para não recolher impostos e nessa cadeia incessante de pequenas trangressões atingimos a máxima da corrupção.
Quem imaginaria que voltaríamos a ter uma inflação de dois dígitos e uma sangria generalizada com dados de um crescimento negativo e aspectos pífios da economia. E a total irresponsabilidade faz parte da carta dos nossos políticos da entrada até a sobremesa já que não conseguem imaginar as dificuldades atravessadas pela maioria da população. E deveras o engano das loterias, de um só ganhador e tudo que causa desprezo á inteligência do cidadão de bem.
Essas medidas que nos desgovernam soam como uma fritura que a população sofre no seu dia a dia. O ano de 2015 não começou e terminou tragicamente com a instabilidade, pedido de impedimento presidencial, e o bate boca geral entre a classe política que faz verdadeira luta de ringue no parlamento no apequenamento de seu papel e da respectiva função.
Durante o ano tivemos de tudo desde notícias terríveis como a famigerada situação da empresa Samarco em Minas Gerais, governos dando o calote e não pagando as contas e prefeituras terminando os expedientes mais cedo, sem recursos financeiros para manter o pessoal e a máquina em funcionamento. O estado falimentar brasileiro repercute nas empresas e com elas o número explosivo de pedidos de recuperação e falência o que coloca em risco empregos e a discussão em torno da roubalheira que se institucionalizou em todos os cantos do Brasil.
Como curar essa patologia, cuja moléstia pesa no bolso do consumidor
e aflige à classe média cada vez mais empobrecida? Esse discurso da esquerda demagógica cede espaço às luzes vindas da Argentina e com a eleição no parlamento Venezuelano, não é possível que consigamos nos distanciar dos rumos e das metas que consagraram o plano real para colocar em ordem a casa.
Preços em alta, e não há consumo, como se explica, imóveis na estratosfera, carros importados a preços proibitivos? E zombam da população, haja vista que num País literalmente pobre se cobra todo
o custo e mais um pouco, sem falar nos preços exorbitantes dos medicamentos.
E a população já toma consciência no sentido de saber que o desgoverno passa a ser visto a olhos nus quando se transgride da menor até a maior regra de convívio social, refletindo negativamente na sociedade civil. Sem oposição e com uma multidisciplina do atraso dos partidos políticos, voltamos ao período da selvageria, cada um defendo um interesse e caça e caçador no mesmo foco.
Não podemos imaginar que chegaríamos a uma realidade estranha, sem perspectiva de avanço ou melhoria a curto prazo. Quem desgoverna Brasil não são apenas nossos governantes, mas sim todo e qualquer cidadão que joga um cigarro na rua, atira o lixo para fora do local adequado, quer fazer
manobra proibida com o carro ou estacionar na vaga de idoso ou deficiente físico.
A sociedade que se autopolicia e autoregula tem maior credibilidade e menor chance de violar suas regras de consciência no âmbito da vida em comum. Contudo, desde o síndico do prédio até o maior diretor de empresa, estatal ou particular, tudo se transforma na vantagem da Lei de Gerson e com isso perdemos décadas de atraso e puro retrocesso.
Enquanto não nos conscientizarmos que o bem coletivo, comum e da
sociedade, prioriza nossa conduta e modo comportamental, agiremos com infantilidade e deixaremos as gerações futuras a ver navios. O esfrangalhamento entre os poderes é sinal evidente que ninguém pensa no amanhã, no futuro da juventude, no caminho das crianças, e na estabilidade da terceira idade.
Todos se empoleiram no poder, custe o que custar, para dele tirar máximo de vantagens e cortejar a maior posição em termos de riquezas materiais. O grande recuo da globalização foi exatamente esse, propicia para uma minoria conforto e bem estar e para a maioria luta e suor, já aqueles com menor pudor tentam se locupletar e a regra dos fins valem os meios tem sido uma máxima exemplar desde prisca época.
A alternativa é simples: ou aprendemos a nos respeitar ou oscilaremos entre os emergentes mais atrasados do continente, com dados estatísticos que aniquilam o sentido pleno da democracia.
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
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