Até 2013, a cidade bíblica de Be'er Sheva, em Israel, era conhecida por ser a porta de entrada para o deserto do Negev. É cercada de areia, abriga a Universidade Ben Gurion e tem alguns camelos. A realidade mudou quando o governo criou um polo tecnológico para desenvolver ferramentas de cibersegurança. O Cyber Park virou questão de defesa nacional quando as Forças Armadas anunciaram a transferência para lá de seu centro de tecnologia e inteligência e da área de telecomunicações. O custo total será de US$ 21 bilhões. Os grandes números não se resumem a cifras monetárias. A cidade, de 200 mil pessoas, deve receber 10% de sua população em sete anos, estima Roni Zehavi, presidente do Cyber Park. Apenas militares serão 7 mil.
O projeto moverá 35 mil pessoas e faz parte da tentativa do governo de conectar a região central ao norte – por isso, construiu uma linha direta de trem entre Tel Aviv e Bersebá. O terceiro tripé do que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de “cyber hub” é a indústria. Além de ela trabalhar em novas tecnologias e apostar em startups, vai absorver os estudantes (um terço dos engenheiros do país são formados pela Ben Gurion). A ponta de lança corporativa é o JVC, maior fundo de investimento de Israel e o 10º do mundo. Ele decidiu levar para o deserto uma incubadora de startups e sua experiência em fazer dinheiro. Só nos últimos quatro anos, a firma lucrou US$ 1,3 bilhão. Em 2014, a maior abertura de capital de uma empresa de tecnologia na Nasdaq foi a de uma companhia que recebeu dinheiro do JVC. A CyberArk passou a ser avaliada em US$ 2,3 bilhões
Ocupando o primeiro prédio do Cyber Park, a JVC é vizinha de outras multinacionais já instaladas por lá, como EMC (análise de dados), Oracle (banco de dados) e Deutsch Telekom (telecomunicações). Cisco (redes de comunicações), Lockheed Martin (indústria aeroespacial) e IBM (tecnologia da informação) estão para chegar. Outros três prédios ainda deverão ser construídos. O multibilionário Cyber Park é o principal esforço de Israel para fazer o país passar de "Startup Nation" (são 5 mil empresas iniciantes de tecnologia ativas e uma média de 700 novas criadas a cada ano) e se transformar na "Cyber Nation". Frutos da cultura bélica do país, voltada para a defesa, os produtos do mundo "cyber" já fazem parte da pauta de exportação de Israel. Tanto que, em 2014, renderam mais do que armamentos da indústria tradicional. “Bersebá não será apenas a cybercapital de Israel, mas também um dos mais importantes lugares no campo de cibersegurança do mundo”, afirmou Netanyahu durante a 5ª “Conferência Anual Internacional de Cibersegurança”, que ocorreu em Tel Aviv. Fonte: G1.
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