domingo, 20 de setembro de 2015

Agrava-se a crise psicológica de Dilma Rousseff



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Mtnos Calil

Em artigo publicado há alguns dias, falando dos problemas psicológicos da nossa Presidente eu dizia que “a prioridade da Dilma hoje é uma assessoria psicológica – e não política”. Hoje eu li uma entrevista concedida por Delfim Neto ao Estadão que confirma esse diagnóstico. Embora ele não faça uso de nenhum termo psicológico, ao qualificar a Dilma como “trapalhona” corrobora a nossa tese de  que ela passa por uma crise emocional, associada a uma absoluta falta de lógica no gerenciamento da máxima prioridade nacional que é essa crise que vai provocar a estagnação do Brasil por vários anos -  a recuperação de nossa economia só terá inicio visível no próximo governo.

Embora Dilma tenha reconhecido que cometeu erros no mandato anterior, parece que ela não tem consciência de que estes erros se agravaram no primeiro ano de seu segundo mandato. Não tenho noticia de que em toda a História do Brasil  tivemos um Presidente da República que fez tanta confusão como a Dilma. Ela está completamente perdida no que diz respeito à administração da crise que em parte foi provocada por ela e Lula e em parte pela retração da economia mundial. Estamos chegando ao fim do ano e o Governo não conseguiu até agora definir uma linha de ação clara e confiável. Dilma não estava preparada de forma alguma para enfrentar essa crise e ao invés de aliviar suas consequências, ela está tornando a crise mais grave ainda!!!  Não há de nossa parte, nesta avaliação, nenhum ‘part pris’ ideológico ou mesmo moral.

A Presidente, como ENFATIZOU Delfim Neto, que votou nela, pode ser mesmo, nas palavras dele, “absolutamente honesta”.

Honesta mas confusa! Ela simplesmente não sabe mais o que fazer! Mesmo uma pessoa cujo sistema lógico estivesse funcionando com perfeição teria dificuldade em gerenciar essa crise que exige as medidas ditas “impopulares” numa situação em que a economia por si só já está demasiado “impopular”, gerando desemprego e ao mesmo tempo redução da capacidade de compra daqueles que estão empregados. O ministro Levy em que os setores conservadores da sociedade depositavam alguma confiança para tirar o país do atoleiro, já está com sua credibilidade arranhada, o que é consequência das confusões de sua chefe, mas também provavelmente, da falta de segurança dele próprio sobre o que fazer.

Tudo indica que enquanto a D. Dilma estiver no governo não teremos uma definição clara da política a ser adotada para contornar a crise. O termo é “contornar” porque solução mesmo só poderá existir quando o país passar por profundas reformas estruturais, o que agora não está na cogitação de nossas elites cuja atenção está voltada apenas para a fogueira na qual a Presidente está jogando mais lenha! A cada dia que passa aumenta o descrédito de Dilma – junto à sociedade como um todo e não apenas junto à classe média, tradicionalmente anti-PT.

Não seria muito mais prudente por parte dela renunciar, do que ficar sofrendo o pesadelo de um possível impeachment? O que ela teria em mente? Recuperar a popularidade perdida? Mas mesmo que ela fizesse tudo que precisa ser feito para contornar a crise, os resultados não vão aparecer durante o seu segundo mandato. Fenômeno semelhante ocorreu com FHC que foi eleito basicamente pelo plano Real (elaborado pelos outros) e que  acabou com a hiper-inflação,  reduzindo o preço dos alimentos e atendendo assim as necessidades básicas das camadas mais pobres da população. Mas logo no inicio de seu segundo mandato FHC começou a perder sua popularidade, porque veio a desvalorização do real (que só podia vir mesmo...), e depois o desemprego e o retorno da inflação.

A diferença entre os dois segundos mandatos de FHC e de Dilma é que a sociedade brasileira na passagem do século XX para o XXI não vivia o atual clima de insatisfação, tensão  e protesto contra o Governo Federal, clima este que vem sendo potencializado (e muito) pela mídia que fez da Lava Jato a sua pauta preferencial – e diária!  FHC contava também com  o apoio das elites que Dilma não conta hoje.

Nem com o apoio das massas ela conta! Esta absoluta falta de base social e política só pode, é claro, agravar o seu estado emocional. Para o bem do Brasil e dela própria, a melhor coisa a fazer seria renunciar. Mas com renúncia ou sem renúncia, ela deveria contratar imediatamente os serviços do melhor psicanalista do Brasil. Porém, infelizmente,  existe um problema que não está no âmbito da psicanálise freudiana clássica, que é a desorganização em que se encontra o sistema lógico de nossa Presidente.

A psicanálise que ela precisa, portanto, não é a freudiana clássica (ortodoxa) e sim a multidisciplinar, que dê cobertura ao  sistema mental, e não apenas ao emocional. A mente e as emoções vivem em mundo diferentes, embora relacionados entre si. Se não existir hoje no Brasil  um psicanalista com essa formação multidisciplinar, ela precisaria então de um curso de lógica em paralelo às sessões de psicanálise.


Mtnos Calil, Psicanalista, é Coordenador do Grupo Mãos Limpas Brasil.

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