"Justo entre a Nações". É com este título que Israel distingue os que ajudaram a salvar a vida a judeus durante o Holocausto.
É a maior distinção para não-judeus do Estado de Israel e do povo judeu foi atribuída na terça-feira ao padre Joaquim Carreira, entregue à sua família numa cerimónia na Sinagoga de Lisboa.
O padre foi o quarto português a entrar na lista do Yad Vashem, o Memorial do Holocausto de Jerusalém, juntando-se a Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido, José Brito Mendes e outros 25 mil "justos entre as Nações".
Joaquim Carreira tinha chegado a Roma já em plena II Guerra Mundial, em 1940, três anos antes da cidade ser ocupada por tropas nazis, nomeado Vice-Reitor do Colégio Pontifício Português. Em breve passou a Reitor. No relatório referente ao ano letivo de 1943-1944 não escondeu as suas atividades: "Concedi asilo e hospitalidade no colégio a pessoas que eram perseguidas na base de leis injustas e desumanas", escreveu o padre, então com 36 anos.
Os refugiados no Colégio, que era considerado território da Santa Sé, incluíam judeus e opositores e perseguidos pelo nazismo, explica o sobrinho João Carreira Mónico, citado pela agência Ecclesia. O sacerdote fala em 40 pessoas apoiadas pelo seu tio. Na base de dados do Instituto Yad Vashem é-lhe atribuído o salvamento de Roberto, Isacco e Elio Cittone.
Elio, que na altura tinha 16 anos, foi encontrado em 2012 pelo jornalista António Marujo, numa investigação sobre o padre, e o seu testemunho foi fundamental para o processo. "Nunca mais o vi (...). Mas estou-lhe muito grato e recordo sempre o facto de ele me ter salvo a vida", disse na altura, no artigo publicado no jornal Público.
O anúncio da distinção tinha sido feito em 2014 mas a cerimónia foi esta terça-feira, com a entrega da medalha e do certificado de honra do Instituto Yad Vashem a um sobrinho do homenageado, o padre João Carreira Mónico, na Sinagoga de Lisboa.
Fonte: DN
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