quinta-feira, 2 de abril de 2015

Aterro sanitário é transformado no maior ecoparque de Israel



foto: Divulgação
foto: Divulgação
O maior aterro sanitário de Israel passou por uma forte remodelação que fez a montanha de lixo se transformar em um parque ecológico de 809 hectares, três vezes mais que o Central Park de Nova York.Esse novo parque, que inclui uma estação de reciclagem de 60 hectares, trilhas de caminhada e ciclovias, lagos e atividades esportivas extremas, em breve abrigará um anfiteatro com 50.000 lugares, um dos maiores espaços de shows em Israel. E, como se não bastasse, o biogás do aterro, antes um poluente tóxico, agora está sendo reutilizado como energia verde. A remodelagem, iniciada em 2001, beneficia tanto o meio ambiente em torno quanto visitantes de todo o mundo. Agora, o que antes era um enorme aterro entre a Estrada 4 e a Estrada 461 no centro de Israel, conhecido por seu passado desagradável, já não é o lugar mais feio do país.
A empreitada não foi nada simples devido à grande quantidade de lixo que tinha de ser tratada. De acordo com Shay Levi, chefe do departamento de planejamento ambiental do Parque Ariel Sharon (antes conhecido como Hiriya), em seu pico em 1998, o parque recebia 3.000 toneladas de lixo por dia. “Havia lixo suficiente nesta montanha para encher 25 vezes as torres do Azrieli Center”, diz Levi ao NoCamels, referindo-se aos três famosos arranha-céus de Tel Aviv. O aterro funcionou de 1952 a 1999, acumulando um total de 450.000 metros quadrados de lixo. Além de sua beleza natural e da magnífica vista de Tel Aviv, o Monte Hiriya funciona como área de recreação para as famílias. O parque, aberto ao público em julho de 2014, tornou-se popular nos últimos meses. Ele oferece visitas guiadas, além de atividades de reciclagem educativas para as crianças. Nos fins de semana e feriados, o parque recebe em média 1.000 visitantes por dia – e está aumentando.
Próximo ao parque, ficam um centro de reciclagem e uma estação de transferência. Todo dia, cerca de 800 caminhões depositam 3.000 toneladas de lixo doméstico e restos de poda de jardins na estação de reciclagem. E outros 400 caminhões trazem cerca de 1.500 toneladas de lixo de construção de 18 municípios da região. O uso excessivo do aterro Hiriya, devido à rápida urbanização de Tel Aviv e da região metropolitana que a cerca, criou problemas de drenagem e contaminação das correntes de água, além de aumentar o biogás tóxico. Agora, o biogás não apenas está sendo tratado, mas também está sendo enviado a uma cidade próxima para uso como energia verde. Esse gás estava aprisionado entre camadas de lixo.
Para reduzir a formação de gás decorrente de anos de acúmulo, 80 poços foram perfurados na montanha para bombear o gás – e enviá-lo à Cidade de Azor, onde é transformado em energia verde. Em Hiriya, a preciosa água da chuva é usada para hidratar o solo por meio de um aquífero artificial construído pela equipe do parque dentro da montanha, permitindo o ressurgimento da vegetação natural. Através de várias camadas protetoras, a equipe criou um corpo de água limpo e sem poluentes que é usado para irrigar o parque, em um processo que Levi chama de “restauração ecológica”.
O arquiteto alemão e professor Peter Latz, que projetou o parque, também ajudou a planejar o seu sofisticado esquema hidráulico. Após um concurso internacional de arquitetura que teve 14 candidatos de Israel e outros países em 2004, Latz foi escolhido como o arquiteto paisagístico do parque. Com a ajuda de Latz, uma nova camada bioplástica foi criada para solucionar o problema do biogás, permitindo ao mesmo tempo o desenvolvimento da flora e da fauna e o rejuvenescimento do solo danificado. O Parque Ariel Sharon se tornou um dos maiores e mais inovadores projetos ambientais do Oriente Médio e foi divulgado em várias publicações ambientais.
De acordo com Levi, muitas pessoas vieram para observar e aprender com o sucesso do Hiriya, buscando reproduzir essa iniciativa em países como Estados Unidos, Rússia e China. Mas a Montanha Hiriya ainda está longe de ser concluída. O parque continuará se expandindo até 2020, com a previsão de mais atrações recreativas e turísticas. Esse novo “pulmão verde” do centro de Israel oferecerá muitos observatórios, com vista panorâmica da linha do horizonte em Tel Aviv, além de lojas e atividades a serem abrigadas pelo parque no futuro.
Fonte: NoCamels e Missão Econômica de Israel no Brasil

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