terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Conselho da Petrobras: o que era uma distinção virou um fardo


O governo já consultou vários executivos e ex-executivos para integrar o conselho da Petrobras. O que antes era uma distinção, um reconhecimento, virou um fardo. Eles já avisaram que só aceitam conversar depois que a estatal divulgar o seu balanço reconhecendo as perdas decorrentes dos atos de corrupção. Na mira do governo estão Henrique Meirelles, Josué Gomes da Silva, Beto Sicupira, Nildemar Secches, Rodolfo Landim e Antonio Maciel Neto. Todos eles são oriundos do setor privado e substituiriam políticos com cargo. Isso concorreria, aposta-se, para a recuperação da credibilidade da estatal. O atual conselho, diga-se, reúne-se nesta terça para divulgar o balanço referente ainda ao terceiro trimestre de 2014.
Que coisa, não? Já houve um tempo em que a Petrobras é que era um galardão a altos executivos da iniciativa privada. Era quase como integrar um grupo de sábios. Hoje em dia, as pessoas estão querendo garantias de que seus respectivos nomes não serão tisnados pela politicagem. Jamais ocorreria, mas deixo claro: se me convidassem, não aceitaria nem que um assento no Conselho viesse junto com um pote de ouro, dado “por dentro” e com recibo.  A legislação que fez da Petrobras uma arapuca e um valhacouto segue sendo a mesma. Com os marcos legais atuais, não toparia a função nem que em sua diretoria estivessem apenas monges franciscanos, especialistas em petróleo, mas com voto de pobreza.
Por Reinaldo Azevedo

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