MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Nestas últimas semanas a imprensa publicou uma nota que certamente entristeceu os nostálgicos usuários do Chanel Nº 5... Com atraso de 69 anos, as agências de noticiosas internacionais divulgaram que a famosa perfumista francesa, Coco Chanel, foi espiã nazista...
Nenhuma novidade lá na França. Embora os amigos e comensais de Coco tenham divulgado no após-guerra que ela era “agente duplo”; os patriotas franceses da resistência rechaçaram essa versão, dizendo tratar-se de uma maquiagem para mascarar a verdade.
Não sei se pelo ciúme comum entre as celebridades, Coco Chanel também sofreu o isolamento no mundo dos cosméticos, onde reinavam Elisabeth Arden, Helena Rubinstein e Max Factor. Estes não se enganariam com disfarces, fabricantes que eram de produtos de beleza, bases, batom, pó-de-arroz, rímel, ruge e sombras de contraste claro-escuro e múltiplo colorido.
Escrevi anteriormente sobre a maquiagem, contando a origem desse nome e historiando o seu uso através dos tempos; esqueci-me, então, de contar uma curiosa ponta teatral de Shakeaspeare, em que Hamlet repreende Ofélia no primeiro encontro dos dois: - “Ouvi muitas vezes falar da vossa maquiagem, Deus vos deu um rosto. E vós fazeis dele outro rosto...” Ofélia não foi ensaboar o rosto para agradar o príncipe da Dinamarca; fez mais que isso: atirou-se no lago de onde emergiu lavada e enxuta com sua pele alva, livre dos artifícios.
Isso me lembra a primeira máscara petista na fundação do partido. Foi inspirada, possivelmente, pelos piedosos padres da Teologia da Libertação, realçando com astúcia a pureza do novo, do honesto e do libertador para um povo e um País. Hoje, a maquiagem lulo-petista em nada se parece com a imagem dos anjos e das virgens dos murais vaticanos; é a cópia do Juízo Final que Miguel Ângelo deixou na Capela Sistina...
O partido retrata agora seus heróis corruptos e a reprodução invertida da péssima e corrupta administração que assume no País há doze anos. No festival de criminalidades do PT-governo exibe-se as horrorosas pinturas dos bosquímanos da Oceania ou a expressão dos sacerdotes astecas nos sacrifícios humanos...
Foi assim que assistimos no Congresso Federal a imolação da Lei de Responsabilidade Fiscal para atender os interesses dolosos de Dilma, se auto-anistiando pela desobediência à Lei, e impondo a fraude como norma nos gastos vinculados à arrecadação.
Botando seu bloco de sujo na rua, o PT e seus sabujos, saem com nova fantasia: a enganadora farsa democrática dos abomináveis sovietes, travestidos de “conselhos populares”. Pretendem implantar sua ditadura narco-populista sob as palmas da claque mercenária do Congresso, transformado em anexo do Palácio do Planalto.
Recordo uma passagem histórica da velha Grécia: Num daqueles banquetes onde os excessos de vinho levavam inevitavelmente às bacanais, iniciaram um “jogo da verdade” convidando a sedutora Frinéia a presidi-lo, para expor a expressão real dos participantes.
Famosa por ter sido absolvida no processo em que era acusada de profanar os Mistérios de Elêusis, Frinéia pediu aos escravos que trouxessem bacias com água, uma para cada mulher presente. Lavou o próprio rosto e pediu às senhoras que a imitasse, o que fizeram obrigadas pelas regras do jogo.
De cara limpa, ela revelou seu rosto inato, natural. Soltou os cabelos, despiu-se da túnica, descalçou as sandálias, e desfilou nua entre os convivas, revelando “aquela formosura original” como versejou Olavo Bilac. As demais damas, em maioria, mostraram o semblante das ministras de Dilma, enquanto Frinéia inspirava o pintor Apeles, que pintou-a como a Afrodite do seu famoso quadro.
Alinhado com os que defendem e aplaudem a ida do povo para as ruas pedindo o fim do governo petista, desonesto, impatriótico e maquiado, exijo com esta minha contribuição intelectual que os pelegos do PT-governo tirem a maquiagem e mostrem a deplorável face da realidade nacional que deturparam.
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