Quadro Fique de Olho, no Destaque Econômico. Por Angela Chagas (angela.chagas@rdgaucha.com.br)
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Comuns na Europa e nos Estados Unidos, os veículos que vendem comida nas ruas também ganham espaço em Porto Alegre. Dois restaurantes da Capital começaram a investir nos food trucks este ano e já projetam a abertura de franquias.
O restaurante mexicano Pueblo, criado há dez anos, lançou seu primeiro food truck há cerca de um mês e pretende iniciar a operação no mercado de franquias no ano que vem. O proprietário Eduardo Mallmann gastou cerca de R$ 250 mil para adaptar um veículo com espaço para vender os tradicionais pratos mexicanos.
Ele acredita que o modelo de franquia seja mais em conta para os pequenos empreendedores, já que os custos para montar a estrutura podem ser financiados e o número de funcionários necessários nesse modelo de negócio é menor.
- A grande questão é que o caminhão é 100% financiado. Então precisa muito menos capital de giro próprio para esse mercado do que se tivesse uma área fixa. Além disso, tem a questão dos custos fixos, que são bem menores, como aluguel, energia elétrica. Também trabalharia com menos funcionários.
Mallmann acredita na expansão deste modelo de negócio, como já acontece em São Paulo. Ele aposta em um produto de qualidade com preços mais em conta aos cobrados nos restaurantes. No Pueblo, por exemplo, o preço das refeições no food truck varia de R$ 10 a R$ 15.
Outra empresa que aposta no modelo de negócio é a temakeria Japesca, que investiu cerca de R$ 300 mil para adaptar a primeira van do restaurante. O veículo já é usado em eventos privados em Porto Alegre e a ideia é levar para o Litoral Norte durante o verão.
Rafael Lemos, gestor da proposta de expansão da Japesca, conta que a empresa trabalha no projeto há mais de um ano, mas que ainda está em fase de análises das possibilidades.
- A gente se preocupou primeiro em estreiar e avaliar. Agora estamos planejando os novos passos, mas obviamente a ideia é explorar novos espaços, novos lugares, como o litoral e a Região Metropolitana. E retornar a Porto Alegre em março com um ponto fixo.
Ele disse que antes do processo de franquia, a empresa pretende dominar o negócio, já que embora o cardápio oferecido no food truck seja semelhante ao das lojas fixas, a operação exige uma gestão diferente.
Legislação
Uma das dificuldades, segundo os dois empresários, é que não há uma legislação específica para os food truks em Porto Alegre. Sem regras claras para a operação nas ruas, eles aguardam uma posição da Secretaria de Indústria e Comércio (Smic). Por enquanto, investem em eventos privados. O Pueblo, por exemplo, vai colocar seu caminhão pela primeira vez em um jogo de futebol, na próxima quarta –feira na Arena do Grêmio.
De acordo com a Smic, hoje a prefeitura da Capital utiliza uma lei de 2008 – sobre a comercialização de cachorro-quente em veículos – para os food truks. A legislação em vigor proíbe o preparo dos alimentos dentro dos veículos, permitindo apenas a comercialização.
- Todo o food truck terá de ter uma cozinha (em local fixo) e também devidamente licenciada pela Secretaria Municipal da Saúde para servir de base para preparo dos alimentos, que serão apenas montados no veículo. – explica o chefe da Seção de Licenciamento de Atividades Ambulantes, Gilberto Simon.
Atualmente tramitam na Smic 10 pedidos de alvará para a instalação de food trucks em Porto Alegre. Apenas um foi expedido até agora. Entre as solicitações que aguardam uma definição da Smic estão as do Pueblo e da Japesca.
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