http://vespeiro.com/2014/10/15/debatendo-amenidades-as-vesperas-do-golpe/
15 de outubro de 2014 § 5 Comentários
A reunião de Dilma Rousseff com “movimentos sociais” reconhecidamente sustentados por seu governo no Palácio do Planalto para marcar para morrer a democracia no Brasil pelo mesmo genero de falcatrua plebiscitária a que se recorreu para mata-la em todos os vizinhos “bolivarianos” que o PT nos aponta como modelos politicos é o grande ausente não só do ultimo debate dos presidenciáveis como de toda esta eleição.
Comecei a sequencia desta nota escrevendo que em qualquer outro lugar do mundo este seria o tema dominante desta campanha mas logo me dei conta de que isso é um absurdo. Em nenhum país politicamente civilizado seria tema de uma eleição propor aos proprios eleitores a cassação dos seus representantes eleitos como fonte exclusiva de legitimidade de qualquer ação política ou legislativa — o axioma que se constitui na própria essencia do “contrato social” e, como diz o nome, do regime de democracia representativa — e a substituição dos 140 milhões de eleitores deste país por um punhado de Organizações Não Governamentais Organizadas pelo Governo e financiados pelo partido político que ora ocupa o poder.
Perto disso toda a vasta crônica da corrupção da Era PT fica pequena.
Mesmo assim, o absurdo kafkaniano de pedir aos eleitores que cassem-se a si mesmos não só é possivel aqui como, nas vésperas da eleição, pode transformar-se num decreto presidencial (o de numero 8243) assinado pela candidata da situação sem que nem o Congresso Nacional cujos poderes estão sendo usurpados pelo dito decreto nem, acredite quem quiser que venha a ler este texto no futuro, os candidatos que disputaram com ela a Presidência da República esboçassem a menor reação ou sequer chegassem a mencionar o assunto ao longo de toda a campanha eleitoral.
Quando a história do golpe contra a democracia brasileira de que só nos salvaremos se o tema da corrupção provocar desta vez no eleitorado a reação que ate hoje nunca provocou, nem mesmo sob o impacto do Mensalão, for contada no futuro, este será certamente o grande enigma com que se depararão os historiadores: como foi que o próprio eleitorado brasileiro aquiesceu a suicidar-se?
A resposta, antecipo aos leitores do futuro, é que o que tornou isso possível foi a omissão e a conivência das oposições que, sabe-se la por quais cargas d’água, permitiram que o eleitorado engolisse esse engodo sem nunca ter sido alertado para o veneno que estava se dispondo a tragar.
A senhora Dilma Rousseff, depois de assinar um decreto que põe esse golpe tecnicamente em vigência, deu-se o luxo de receber em palácio, às vésperas de um dos últimos confrontos com seu contendor no 2o turno, uma comissão dos mais manjados entre os “movimentos sociais” amestrados e assalariados do governo para reconfirmar que, sim, a sua “reforma política” que, a repetir os termos do seu decreto sobre o assunto, extingue a democracia representativa no Brasil, será reconfirmada, se ela for eleita, à margem do Congresso Nacional eleito por todos nós por um plebiscito que se tornará necessario possivelmente porque os advogados do partido ja se deram conta da inconstitucionalidade do Decreto 8243 e estão se antecipando às contestações que ele sofrerá quando ela houver por bem acionar o gatilho da arma de que ja se armou.
Mesmo assim, ninguém lhe pediu, desde o início da campanha eleitoral ate estes 10 dias que faltam para a decisão final em 2o Turno, que nos explique porque os “movimentos sociais” que o Secretario Geral da Presidência escolher (segundo o Decreto 8243 ele é o unico autorizado a promover sozinho essa selção) têm mais legitimidade que os representantes escolhidos pelos 140 milhões de brasileiros a quem ela também esta pedindo votos para escrever as leis e determinar o futuro regime politico deste país.
Comecei a sequencia desta nota escrevendo que em qualquer outro lugar do mundo este seria o tema dominante desta campanha mas logo me dei conta de que isso é um absurdo. Em nenhum país politicamente civilizado seria tema de uma eleição propor aos proprios eleitores a cassação dos seus representantes eleitos como fonte exclusiva de legitimidade de qualquer ação política ou legislativa — o axioma que se constitui na própria essencia do “contrato social” e, como diz o nome, do regime de democracia representativa — e a substituição dos 140 milhões de eleitores deste país por um punhado de Organizações Não Governamentais Organizadas pelo Governo e financiados pelo partido político que ora ocupa o poder.
Perto disso toda a vasta crônica da corrupção da Era PT fica pequena.
Mesmo assim, o absurdo kafkaniano de pedir aos eleitores que cassem-se a si mesmos não só é possivel aqui como, nas vésperas da eleição, pode transformar-se num decreto presidencial (o de numero 8243) assinado pela candidata da situação sem que nem o Congresso Nacional cujos poderes estão sendo usurpados pelo dito decreto nem, acredite quem quiser que venha a ler este texto no futuro, os candidatos que disputaram com ela a Presidência da República esboçassem a menor reação ou sequer chegassem a mencionar o assunto ao longo de toda a campanha eleitoral.
Quando a história do golpe contra a democracia brasileira de que só nos salvaremos se o tema da corrupção provocar desta vez no eleitorado a reação que ate hoje nunca provocou, nem mesmo sob o impacto do Mensalão, for contada no futuro, este será certamente o grande enigma com que se depararão os historiadores: como foi que o próprio eleitorado brasileiro aquiesceu a suicidar-se?
A resposta, antecipo aos leitores do futuro, é que o que tornou isso possível foi a omissão e a conivência das oposições que, sabe-se la por quais cargas d’água, permitiram que o eleitorado engolisse esse engodo sem nunca ter sido alertado para o veneno que estava se dispondo a tragar.
A senhora Dilma Rousseff, depois de assinar um decreto que põe esse golpe tecnicamente em vigência, deu-se o luxo de receber em palácio, às vésperas de um dos últimos confrontos com seu contendor no 2o turno, uma comissão dos mais manjados entre os “movimentos sociais” amestrados e assalariados do governo para reconfirmar que, sim, a sua “reforma política” que, a repetir os termos do seu decreto sobre o assunto, extingue a democracia representativa no Brasil, será reconfirmada, se ela for eleita, à margem do Congresso Nacional eleito por todos nós por um plebiscito que se tornará necessario possivelmente porque os advogados do partido ja se deram conta da inconstitucionalidade do Decreto 8243 e estão se antecipando às contestações que ele sofrerá quando ela houver por bem acionar o gatilho da arma de que ja se armou.
Mesmo assim, ninguém lhe pediu, desde o início da campanha eleitoral ate estes 10 dias que faltam para a decisão final em 2o Turno, que nos explique porque os “movimentos sociais” que o Secretario Geral da Presidência escolher (segundo o Decreto 8243 ele é o unico autorizado a promover sozinho essa selção) têm mais legitimidade que os representantes escolhidos pelos 140 milhões de brasileiros a quem ela também esta pedindo votos para escrever as leis e determinar o futuro regime politico deste país.
Com apenas uma conexão precária disponivel estarei publicando textos sem ilustrações nos próximos dias.
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