by Miranda Sá |
Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“O Brasil é o inventor do socialismo de direita”
Millôr
Com humor filosófico, o grande Millôr Fernandes brincou dizendo que o Brasil é o inventor do socialismo de direita. Como piada, é excelente; mas há um equívoco histórico: foi Mussolini quem misturou o espectro esquerda-direita na Itália do século passado.
Como a História registra, o fascismo surgido após a 1ª guerra mundial, nasceu através de núcleos chamados fascios, inspirados na organização dos sovietes leninistas que antecederam a revolução de 1917.
Mussolini, filho de pai anarquista, filiou-se na juventude à ala esquerda do Partido Socialista que abandonou defendendo a entrada da Itália na guerra, contra a orientação pacifista do partido. Jornalista, militou no jornal socialista "L’avanti", mas rompeu com a sua orientação e fundou o "Il popolo d'Italia".
No seu novo jornal, o futuro “duce” defendia com retumbantes artigos “uma terceira posição entre o capitalismo e o socialismo marxista”. Propunha unificar a nação através de um Estado totalitário corporativo. Sugeria que o governo fascista seria sustentado pelo “democracia direta” com os fascios exercendo-a.
Essa “democracia direta” vinha influenciada pela experiência leninista. Como no período pré-revolucionário na Rússia os bolchevistas de Lênin e Stálin eram minoria no parlamento (Duma), levantaram a palavra-de-ordem “todo poder aos sovietes” para com eles reduzir o poder dos deputados.
O partido marxista russo instruiu os “camaradas” a se infiltrarem no movimento popular e sindical, organizando dentro deles os “sovietes” – palavra que em russo, se traduz como “conselho”.
Não é preciso escavacar ainda mais o itinerário histórico do totalitarismo para demonstrar o que o Partido dos Trabalhadores quer fazer no Brasil com os “conselhos” do decreto 8243. Aliás, com uma adulteração para pior: os fascios e os sovietes nasceram nas corporações, e os “conselhos” com os quais o lulo-petismo quer implantar a sua “democradura”, serão designados pela secretaria-geral da Presidência da República!
Na Itália, os fascios se unificaram e formaram um partido; na URSS, após a conquista do poder, os sovietes assumiram a forma estatal da “ditadura do proletariado”. Aqui, com o decreto 8243, não usam essa máscara. Os “conselhos” já são tentáculos do PT.
Felizmente, este golpe enfrenta reação na Câmara Federal através de deputados conscientes da subtração de poder do Legislativo. No primeiro embate, enquanto quase 300 deputados votaram a urgência para decidir a derrubada do decreto 8243, viu-se a mobilização minoritária da extrema esquerda dissidente do PT, mas fiel á imposição de uma ridícula “ditadura do proletariado”.
Ficou translúcida na sessão da Câmara, que a divergência de opinião e interesses dos que saíram do PT e fundaram partidecos “de esquerda”, não cortaram o laço umbilical com o stalinismo hegemônico da origem.
Do outro lado, a oposição parlamentar – com raras e honrosas exceções – ainda não mostrou coragem para denunciar duramente, sem reticências, a falácia da “democracia direta”. Teme enfrentar a pelegagem dos “movimentos sociais”.
A brandura vacilante da oposição parlamentar arrisca o decreto legislativo anti-8243, que está sob pressão autoritária ou corrupção governista. E é triste reconhecer que há no Congresso parlamentares fisiológicos que são capazes de decidir pela autodestruição.
O Brasil conta apenas com a agressividade patriótica das redes sociais, sem proveitos partidários nem ganho político. Só no Facebook, Twitter, Blogs e Sites, encontra-se o rompimento com o “politicamente correto” limitador, as denúncias que os grandes jornais não publicam, o combate à subserviência dos jornalistas chapas-branca e o repúdio às provocações dos MAVs reconhecidamente mercenários atuando com fanatismo bem remunerado..
A guerra contra a marcha fascista do lulo-petismo e a batalha travada contra o decreto 8243 é o começo da derrocada dos totalitários. Para isto, é preciso defender a Democracia com “ousadia e alegria”...
http://mirandasa.com.br/?p=58466
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