quinta-feira, 1 de maio de 2014

O BLÁBLÁBLÁ QUE REFORÇA A IMPUNIDADE



(Diego Casagrande - 29.04.2014 - jornal METRO/Porto Alegre)

Estou farto deste blábláblá jurídico-ideológico que há décadas toma conta do país e que só reflete nossa incompetência como nação. É só conversa fiada. Enquanto ficamos justificando o crime, ele só aumenta. Enquanto ficamos justificando que menores não podem ser punidos como adultos, mais e mais menores cometem crimes bárbaros de adultos.

Estou farto de afirmações mentirosas como “não se pode punir porque punir não resolve e nem nos EUA resolveu”. “Não se pode aumentar as penas porque penas duras não diminuem a criminalidade”. “Não adianta prender porque não tem onde botar e as cadeias estão cheias”. Eu poderia recitar de memória dezenas de outras citações que fazem a alegria da bandidagem e nos transformam no país da impunidade.

Infelizmente, a visão de que não adianta punir foi incutida durante décadas nas cabeças dos estudantes, sobretudo de direito, e faz parte da forma simplista como a esquerda vê o sistema legal em países democráticos. Enquanto isso, em países comunistas que a esquerda idolatra, bandido não tem vez, pois a insegurança gera instabilidade social. Está na hora de o Brasil discutir com seriedade uma mudança profunda no nosso sistema de repressão criminal e punições.

Por exemplo, a história de que “ninguém deixa de cometer crimes sabendo das penas”. Esta é uma das maiores mentiras já ditas e que continua sendo repetida. Racionalizem sobre o assunto. Como é possível mensurar isso? Quem comprova isso? Ninguém. O argumento de que os presídios estão cheios não é razoável, pois quantos milhares ou milhões de potenciais criminosos deixaram de delinquir vislumbrando o que os esperava, sobretudo em países onde a lei realmente é cumprida? Ninguém sabe. Aliás, a aplicação da “Tolerância Zero” nos EUA, baseada na teoria das “Janelas Quebradas”, onde a punição a pequenos crimes era preconizada, surtiu grande efeito de frear e reduzir a delinquência.

Acompanhando o caso do menino Bernardo nos últimos dias, não me sinto, como cidadão, contemplado pela lei. Não consigo aceitar que esta família monstro que fez isso com um pobre inocente de apenas 11 anos, um dia volte ao convívio social. É uma gente sem alma, sem coração, sem cura.

São psicopatas. Falar em recuperação para eles é bobagem. Deveriam apodrecer na cadeia. Mas nossos legisladores, medrosos e patrulhados ideologicamente, continuam repetindo mentiras e se negando a discutir tais temas. Estou farto.

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