O GLOBO - 18/02
Ontem foi dia de novas quedas na confiança na economia brasileira. Essa confiança vem se deteriorando rapidamente tanto no setor financeiro quanto entre os empresários. O preocupante não é a projeção feita pelos bancos, mas a expectativa das empresas. Sendo baixa, não há investimento, e a profecia se cumpre. Um dos fatores desse fenômeno é o temor em relação à energia.
Aprojeção para o PIB feita por bancos consultados pelo Banco Central caiu novamente para este ano e o próximo, e aumentou a estimativa para a inflação. No setor produtivo, a CNI divulgou queda pelo terceiro mês consecutivo do índice de confiança dos empresários. A indústria extrativa mineral é a mais pessimista, e o segundo setor com visão mais negativa é justamente o que foi mais ajudado pela política econômica recente, o automobilístico.
O Boletim Focus divulgado ontem pelo BC mostrou nova redução das projeções para o PIB deste ano e do ano que vem. Caiu para 1,79% a estimativa de 2014 e para 2,1% a de 2015.O que chama atenção é a forte deterioração dos números. O mercado já chegou a prever que o país cresceria 3,8% em 2014, segundo projeção feita em janeiro de 2013. Em maio, achava que seria 3,5% e em nove meses essa mediana foi para menos de 1,8%. Vários formadores de opinião estão apontando para números mais baixos, próximos de 1,5%. A taxa vem minguando pelas sucessivas decepções com a política econômica e com o desempenho da economia, principalmente da indústria. O número para a produção industrial deste ano já foi de 3,9% e agora está em 1,93%.
A questão é que a confiança não está em baixa apenas no setor financeiro. Ontem, a CNI divulgou que houve queda, em fevereiro, pelo terceiro mês consecutivo do Índice de Confiança do Empresário Industrial. O índice caiu para 52,4 pontos e se distanciou da média histórica, de 58,2 pontos. A perda foi maior entre as grandes empresas e oitos setores estão com a
confiança abaixo de 50 pontos, o que indica sentimento de recessão.
Chama atenção a forte perda do setor automobilístico, que já é o mais pessimista entre todos da indústria de transformação e só ganha da extrativa mineral. Seu índice, que media 59,4 pontos em fevereiro de 2013, desabou para 46,5 pontos. A crise na Argentina é um dos motivos para essa piora, porque grande parte da exportação de carros vai para lá. Ontem, o MDIC também informou que a balança comercial ficou mais deficitária no ano: US$ 6 bilhões.
Outra fonte de problemas é o suprimento de energia. A situação dos reservatórios de água continua crítica, mesmo com as chuvas do final de semana. O ONS informou que o nível no sistema Sudeste/Centro-Oeste caiu para 35,54% no domingo. Ao mesmo tempo, como mostrou o “Valor Econômico”, surgem dúvidas sobre a sustentabilidade do uso das termelétricas, que estão operando em carga máxima já por muito tempo.
É difícil combater esse sentimento de desânimo apenas com palavras, ou mesmo a criação de um fórum empresarial, como está sendo pensado na Presidência. Ao contrário do que o governo acredita, não basta uma DR, usando a expressão do ministro Paulo Bernardo, referindo-se à ideia de “discutir a relação”.
Não se chegou a esse ponto de uma hora para outra. Foi o resultado de vários erros, como a intervenção e erros gerenciais no setor de energia, a manipulação de preços públicos, que faz temer aumento futuro da inflação e a situação da maior empresa do país, a dificuldade de conclusão de obras iniciadas. São muitos os elementos que levam às projeções declinantes.
Ontem foi dia de novas quedas na confiança na economia brasileira. Essa confiança vem se deteriorando rapidamente tanto no setor financeiro quanto entre os empresários. O preocupante não é a projeção feita pelos bancos, mas a expectativa das empresas. Sendo baixa, não há investimento, e a profecia se cumpre. Um dos fatores desse fenômeno é o temor em relação à energia.
Aprojeção para o PIB feita por bancos consultados pelo Banco Central caiu novamente para este ano e o próximo, e aumentou a estimativa para a inflação. No setor produtivo, a CNI divulgou queda pelo terceiro mês consecutivo do índice de confiança dos empresários. A indústria extrativa mineral é a mais pessimista, e o segundo setor com visão mais negativa é justamente o que foi mais ajudado pela política econômica recente, o automobilístico.
O Boletim Focus divulgado ontem pelo BC mostrou nova redução das projeções para o PIB deste ano e do ano que vem. Caiu para 1,79% a estimativa de 2014 e para 2,1% a de 2015.O que chama atenção é a forte deterioração dos números. O mercado já chegou a prever que o país cresceria 3,8% em 2014, segundo projeção feita em janeiro de 2013. Em maio, achava que seria 3,5% e em nove meses essa mediana foi para menos de 1,8%. Vários formadores de opinião estão apontando para números mais baixos, próximos de 1,5%. A taxa vem minguando pelas sucessivas decepções com a política econômica e com o desempenho da economia, principalmente da indústria. O número para a produção industrial deste ano já foi de 3,9% e agora está em 1,93%.
A questão é que a confiança não está em baixa apenas no setor financeiro. Ontem, a CNI divulgou que houve queda, em fevereiro, pelo terceiro mês consecutivo do Índice de Confiança do Empresário Industrial. O índice caiu para 52,4 pontos e se distanciou da média histórica, de 58,2 pontos. A perda foi maior entre as grandes empresas e oitos setores estão com a
confiança abaixo de 50 pontos, o que indica sentimento de recessão.
Chama atenção a forte perda do setor automobilístico, que já é o mais pessimista entre todos da indústria de transformação e só ganha da extrativa mineral. Seu índice, que media 59,4 pontos em fevereiro de 2013, desabou para 46,5 pontos. A crise na Argentina é um dos motivos para essa piora, porque grande parte da exportação de carros vai para lá. Ontem, o MDIC também informou que a balança comercial ficou mais deficitária no ano: US$ 6 bilhões.
Outra fonte de problemas é o suprimento de energia. A situação dos reservatórios de água continua crítica, mesmo com as chuvas do final de semana. O ONS informou que o nível no sistema Sudeste/Centro-Oeste caiu para 35,54% no domingo. Ao mesmo tempo, como mostrou o “Valor Econômico”, surgem dúvidas sobre a sustentabilidade do uso das termelétricas, que estão operando em carga máxima já por muito tempo.
É difícil combater esse sentimento de desânimo apenas com palavras, ou mesmo a criação de um fórum empresarial, como está sendo pensado na Presidência. Ao contrário do que o governo acredita, não basta uma DR, usando a expressão do ministro Paulo Bernardo, referindo-se à ideia de “discutir a relação”.
Não se chegou a esse ponto de uma hora para outra. Foi o resultado de vários erros, como a intervenção e erros gerenciais no setor de energia, a manipulação de preços públicos, que faz temer aumento futuro da inflação e a situação da maior empresa do país, a dificuldade de conclusão de obras iniciadas. São muitos os elementos que levam às projeções declinantes.
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