sábado, 4 de janeiro de 2014

SOMOS INDECENTES, por Rapphael Curvo


1-funnyCom sinceridade, para abrir o ano, pensem e me digam: quem é mais indecente, o governo ou o povo? Não sei qual classificação pode ser dada ao Brasil. Há muito o governo tem imposto ao País conceitos que afrontam os valores sociais, morais e éticos. Incrível, mas todas essas ações são consideradas, pelo governo, como ato de construir um Brasil melhor. Para isso é preciso manter-se no Poder, não importa de que forma ou meio, todos se justificam para “salvar” as minorias oprimidas. O que se vê é o uso de bondades ao povo como alternativas de manter qualquer ato de revolta sob domínio e controle, já que a grande massa é o contra peso as revoltas das elites que sentem ameaças a sua zona de conforto. E nesse jogo de abafa, o governo navega por mares perigosos.
Assim, o Brasil vai caminhando e vivendo de ilusões. A realidade já está no horizonte e me parece que com densas nuvens escuras. Mesmo assim não alteram o comportamento. O Executivo e o Congresso Nacional dão nítida impressão que querem morrer abraçados nesse mar de lama que logo se formará. O parlamento aceita de forma quase passiva, todos os desmandos do Executivo. Exemplos temos muitos e de sobra. Não há nenhum movimento duro e decisivo as ações que, cada vez mais, aprofundam a crise que está a todo vapor se instalando na vida do País. Ela já beira as cercanias do Supremo Tribunal Federal – STF, com a substituição do Ministro Joaquim Barbosa pelo ministro Lewandowski, descaradamente subordinado ao Poder Executivo e ao grupo dominante, deixando a isenção exigida pelo cargo arquivada em gavetas. Raro, para não dizer nenhum, grande líder tem se manifestado ante essa real possibilidade que poderá dar mais solidez a nefasta prática política brasileira. Em maio, véspera das eleições, entregam os cuidados do galinheiro ao lobo, ou seja, o ex advogado e militante do PT será o presidente do Superior Tribunal Eleitoral. O cerco a justiça está fechado e aí teremos uma disfarçada ditadura, o Executivo com domínio de todos os poderes da União, mais que isso, um grupo político, e não um partido, com todo esse domínio nas mãos.
Isto está à vista de todos. É bem verdade que cerca de 90% da população não tem o conhecimento cultural e informativo para fazer qualquer análise. É um povo que ante a labuta diária da sobrevivência fica a mercê de noticiários de rádio e TV. Desconhecem, por exemplo, que o Instituto de pesquisa Ibope, que serve ao governo Dilma via monumental contrato de 6 milhões de reais,  é o mesmo que leva aos noticiários televisivos e outros, os dados de pesquisas de opinião sobre atuação do governo. É uma relação promíscua. É ele que municia o governo federal em suas declarações mentirosas como a do seu Ministro da Fazenda Guido Mantega que há muito ilude a população com dados inverídicos obtidos pela “contabilidade criativa” e faz deles uma verdade falsa ao povo brasileiro.
Os absurdos do governo estão em todos os campos. Não há um único setor onde a “mentira contábil” não prevaleça. O fechamento da contas foi patrocinada pela “contabilidade criativa” associada a outras tais como as falsas exportações, as chamadas “exportações contábeis”, procedimento que fez a Petrobras ser ajudada em suas contas ao exportar plataformas que nunca saíram do Brasil, foi coisa só de papel. A Petrobras vendeu à sua subsidiária que a alugou à própria Petrobras, criativo, não? Diz aos empresários que a alta do dólar é necessária ao equilíbrio da balança, que com isso está contribuindo com a indústria brasileira em fazê-la mais fortalecida, mas o Banco Central continua atuando de forma ativa e contrária. Como a conta Petrobras é em dólares, o aumento dos combustíveis estão anulados e assim continua a agonia de sua contabilidade.
A verdade é que a fatura da festa do presidente anterior está chegando e ações contrárias para combatê-la não existem, não há oposição. Até a Marina Silva é um paradoxo. Fala em ética, moral e outros princípios nobres e se declara admiradora e cultuadora do Lulla. Quer ser virgem em puteiro. Lulla por sua vez, não abre o bico sobre o seu trabalho de informante do DOPS na época da ditadura. O livro do Tuma Jr. arranca a máscara desse enganador que fez do aero Lulla 51, o seu motel voador. Apesar de tudo, não se vê um único político brasileiro a levantar de forma ativa e eficaz, uma frente a todo esse descalabro e desfaçatez com a moral do Brasil. Tudo isso só é possível porque, também, “salvo melhor juízo”, somos indecentes.
Jornalista e Adv. Rapphael Curvo
raphaelcurvo@hotmail.com
Adv. Ellen Maia Dezan Curvo
OAB/SP 275669
ellendezan@hotmail.com
www.xprospector.com.br

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