Por proposta digna, bancários mantêm greve forte
22:39:13
Contra essa postura intransigente, categoria vai fortalecer a paralisação em todos os bancos no DF.
Em silêncio desde 5 de setembro – data da última negociação com os dirigentes sindicais –, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ultrapassou o limite do descaso e da intransigência em relação à greve dos bancários, que chega ao 13º dia nesta terça-feira (1º). Diante da irresponsabilidade dos banqueiros, a categoria continua fortemente mobilizada para que as instituições financeiras apresentem uma proposta à altura do esforço e dedicação dos trabalhadores. ...
Com o apoio do Sindicato, os bancários e bancárias prometem fortalecer a greve em todas as instituições financeiras do Distrito Federal. Mais comitês de esclarecimento serão criados para dialogar com os colegas que ainda não aderiram ao movimento.
“Forte em todos os bancos, nossa greve nacional supera a do ano passado. E para que possamos arrancar uma nova proposta da Fenaban precisamos convencer os colegas que ainda não aderiram a participar da paralisação”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “Vem para luta, bancário e bancário”, convidou o dirigente sindical, que representa os trabalhadores de Brasília no Comando Nacional dos Bancários.
Para o Sindicato, a greve é de responsabilidade exclusiva dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão), que fecharam o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
Nesta segunda-feira (30), a greve nacional dos bancários entrou na terceira semana seguindo exatamente a trajetória da semana passada: muito forte e crescendo em todo o país. Estão paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal 10.822 agências e centros administrativos, apesar da intimidação que a Polícia Militar está fazendo em vários estados, a pedido dos bancos.
Em Brasília, o movimento, que está forte desde 19 de setembro – primeiro dia da paralisação – ganha novas adesões a cada dia. A grande maioria das agências permanece de portas fechadas. Nas demais dependências, o movimento paredista segue intenso e ainda com possibilidade de crescimento.
Na sexta-feira, haviam sido paralisadas 10.633 dependências. Em relação ao primeiro dia da greve, quando foram fechadas 6.145 agências, houve nesta segunda-feira um crescimento de 76,1%.
Os bancários e bancárias já recusaram as propostas apresentadas pela Fenaban, pelo Banco do Brasil, pela Caixa Econômica Federal e pelo BRB. Os banqueiros, que só pensam em inflar seus lucros, desrespeitam os trabalhadores. A resposta contra essas práticas é a ampliação e o fortalecimento da greve.
Intransigentes, bancos ameaçam bancários
Acuados com a força da paralisação, alguns bancos ameaçam os bancários e bancárias que estão de braços cruzados. Antissindical, essa prática vem sendo intensificada nos últimos dias. O Sindicato repudia com veemência qualquer tentativa de enfraquecer o movimento e pede que os trabalhadores não cedam às pressões impostas pelas instituições financeiras.
Para o Sindicato, em vez de ficarem buscando a Justiça para requerer interditos proibitórios, os bancos deveriam ter uma atitude honesta e negociar com os trabalhadores. O Sindicato repudia qualquer ação que vise impedir e/ou enfraquecer a greve, que é um direito garantido pela Constituição Federal.
Cumprindo o seu papel de defensor dos direitos dos bancários, o Sindicato vai apurar todas as denúncias e tomar as medidas cabíveis. No caso de o trabalhador querer dar prosseguimento às ações e optar por formalizar queixa na Justiça e/ou registrar boletim de ocorrência, a entidade dará todas as orientações necessárias para resguardar seus direitos e encaminhará as denúncias ao Ministério Público do Trabalho.
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