O Banco Central já se prepara para o bombardeio, logo após o anúncio da inflação acumulada dos últimos doze meses até junho. O resultado deverá ficar próximo a 6,7%, ultrapassando o teto da meta, de 6,5%, e superando até mesmo a de março, que foi de 6,59%, a mais alta do ano até aqui. Os números dificultam a compreensão do discurso do governo, que insiste que a inflação está sob controle.
O cálculo da inflação acumulada considera o resultado dos últimos 12 meses em que preponderou a trajetória de alta mensal. Esta tendência, no entanto, já começou a ser revertida de janeiro a fevereiro, teve nova alta em abril e voltou a cair em maio. Em paradoxo com o número da inflação acumulada, a inflação mensal de junho deverá ser a mais baixa do ano, por volta de 0,32%.
O índice mensal de maio, segundo o Banco Central, foi de 0,37% - o que aponta para uma inflação anualizada de 4,5% - exatamente o centro da meta.
A contradição é difícil de ser explicada à população e deve provocar mais desgaste político para a presidente Dilma, que foi enfática em discurso nesta quarta: “Não há a menor hipótese que o meu governo não tenha uma política de controle e combate à inflação. Não há a menor hipótese!”
O presidente do Banco Central faz promessas: “Teremos uma inflação bem comportada a partir de junho e julho. O Banco Central tem o seu remédio e não vai dar trégua enquanto ela não ceder aos níveis que nós precisamos” – declara Alexandre Tombini.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega que o governo vá perder a batalha da comunicação. "Esse número, da inflação acumulada, é de quem olha para trás, para os últimos doze meses. Nós estamos olhando para frente" - declara.
As últimas projeções do mercado, registradas pelo próprio Banco Central, são de que a inflação termine 2013 em 5,81% - longe ainda do centro da meta - e a taxa básica de juros em 8,25%. Atualmente, a Selic está em 8% e só será revista em meados de julho, quando ocorre a próxima reunião do Conselho de Política Monetária – Copom.
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