Sedes do Facebook e da Microsoft estão entre eles
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Coloridos, divertidos e desenhados segundo um novo conceito de produtividade, os escritórios das grandes empresas de tecnologia, como o Facebook e a Microsoft, há tempos, intrigam os meros mortais que passam a maior parte de suas vidas em baias padronizadas, dentro de espaços onde a palavra decoração raramente é ouvida. Um dos escritórios que vêm se dedicando à tarefa de revolucionar o design de interiores corporativo é o norte-americano Studio O+A – responsável pelo projeto das sedes de ambas as empresas citadas no início. Quando fundado, nos anos 1990, o estúdio de Primo Orpilla e Verda Alexander aspirava levar design urbano e sofisticado ao Vale do Silício, principalmente às start-ups que já pipocavam por ali. Hoje, podem se orgulhar de terem ido muito além, Estados Unidos adentro.
A lista de clientes do O+A é extensa e engloba empresas jovens e outras já há muito estabelecidas no mercado. Entre elas, estão AOL, Samsung, eBay, MTV, Yelp!, LiveJournal e DreamHost. Cada escritório tem sua personalidade – os arquitetos desse estúdio não acreditam na modulação e na pasteurização do design corporativo. No entanto, as sedes produzidas por eles compartilham muitos conceitos. Algumas das principais características do novo modelo são: espaços com ar doméstico ou caseiro; diferentes áreas para diferentes usos (coletivos e privados); intensa mobilidade para os funcionários; e incentivo ao lazer e relaxamento.
“Na O+A, acreditamos que os devidos espaços para o trabalho crescem naturalmente a partir da cultura empresarial do cliente. Nosso foco é compreender o funcionamento interno da companhia e traduzi-lo em termos estéticos”, explica um dos diretores do estúdio. Novas teorias sobre produtividade sugerem que os espaços de trabalho sem identidade visual resultem em funcionários menos eficientes e engajados. Do mesmo modo, um cenário homogênio numa firma é prejudicial à criatividade. O ideal é que os ambientes corporativos sejam pensados de modo a incentivar os empregados a comunicar-se entre si, mover-se e rearranjar-se ao longo da semana ou do mês.
Do mesmo modo que antigos aspectos rígidos da jornada vêm sendo flexibilizados, como a troca do “bater cartão” por um sistema simples de metas e prazos, o uso dos escritórios vem mudando. Em muitas firmas, não há mais lugares fixos. O funcionário tem a totalidade das áreas comunais – que dominam a maior área dos projetos – e privadas para se estabelecer. A interatividade entre colegas é intensamente incentivada. Os animais são bem-vindos. Além disso, os ambientes são dinâmicos, cheios de movimento de passantes e de decorações alegres e lúdicas. “Nossos designs apostam na ideia de misturar trabalho e lazer, diversão com inovação e inovação com desenvolvimento”, esquematiza o sócio.
“Reconhecemos que forças econômicas e sociais têm transformado o modo como as pessoas trabalham e vivem – há uma crescente indistinção entre a casa e o trabalho, devido à mobilidade concedida pelas novas tecnologias”, aponta. O conforto e uma sensação geral de aconchego são essenciais nesse novo modo de trabalhar. Trata-se da aplicação em termos físicos dos conceitos de Domenico De Masi, criador da teoria do Ócio Criativo. A proposta é transformar o trabalho num lazer, sem hora para começar e terminar. Se há um amolecer da fiscalização vertical, há pressão redobrada em termos de resultados. Trabalha-se em casa. Brinca-se no trabalho. Todo ócio é permitido, contanto que gere frutos criativos.
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