quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Bandidos estariam infiltrados em protestos, diz traficante

  • Objetivo era enfraquecer o governo estadual e os projetos de pacificação
  • Segundo Rodrigo Prudêncio Barbosa, tiros no Alemão antes do ‘Desafio da Paz’ foram para mostrar poder


Traficante Gordinho fez uma delação premiada - Foto: Reprodução

Traficante Gordinho fez uma delação premiada -REPRODUÇÃO
RIO - Preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, Rodrigo Prudêncio Barbosa, o Gordinho, de 35 anos, ex-gerente do tráfico de drogas no Complexo do Alemão, revelou que uma facção criminosa infiltrou bandidos nas manifestações, que acontecem desde junho na cidade, para fazer quebra-quebra com a finalidade de enfraquecer, principalmente, o governo estadual e seu projeto de pacificação das favelas cariocas. O bandido, que fez uma delação premiada, disse que a ideia era executar um “projeto de parar o Rio de Janeiro”.

Gordinho revelou ainda que os tiros disparados antes do início da corrida “Desafio da paz”, em maio, no Complexo do Alemão, foram uma retaliação à presença do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.“Então, esse projeto de parar o Rio de Janeiro já está vindo. Na passeata daqueles estudantes viciados, o que que nós fazemos (sic)? Botamos o nosso povo pra se enturmar junto com eles (sic), os playboys viciados, pra quebrar. Junto com as passeatas”, revelou Gordinho, em áudio divulgado no programa “CBN Rio”. Ele falou em troca de proteção, pois se sente ameaçado de morte após decidir não participar de uma fuga para que bandidos de confiança voltassem para os morros, segundo reportagem da revista “Veja”.
“Foi um esculacho o Beltrame passar dentro da nossa comunidade, onde o nosso pessoal foi baleado. E ele passou correndo. Então vamos começar o poder paralelo? Vamos mostrar (...) que nós ainda pode (sic) botar o couro para comer?
Num depoimento de duas horas e meia, Rodrigo Prudêncio Barbosa contou ainda que os tiros no Alemão, que assustaram os corredores do “Desafio da Paz, foi o início de um movimento de traficantes para mostrar poder.
“O começo foi isso aí. Aí deram um tiro para mostrar que o Complexo do Alemão ainda não estava morto. Aí, daí pra lá o Marcinho (Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP) e Maluco (Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco) coordenou (sic) o júri. (...) O Marcinho e o Maluco são os chefões mesmo. A voz final é eles (sic). Quem morre e quem vive é Deus no céu que decide, mas para o mundo do crime é os dois (sic)”, disse Gordinho sobre os bandidos que estão presos numa penitenciária federal na cidade de Catanduvas, no Paraná.
Também na gravação, feita por policiais no presídio Bangu 9, Gordinho revelou que, hoje, a pasta de cocaína é enviada por uma facção de São Paulo e levada para Itaboraí, onde haveria um centro de refino da droga.
“A pasta está no valor de 10 mil dólares e esse dinheiro é pago diretamente... Aí vai pra Itaboraí pra virada (transformação da pasta em crack e em pó)”.

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