ZERO HORA - 18/11
Ao início de cada semana, quando pego os jornais, com a monotonia das coisas que se repetem, tenho a tristeza de ler que, aqui, ali ou acolá, em razão de acidentes, morreram tantas pessoas, moças em geral. O número das vítimas é alarmante e igualmente alarmante é a passividade social em face do fenômeno. Não há exagero em dizer que vivemos em uma sociedade que vive em guerra consigo mesma. Sem falar nos irreparáveis danos humanos; os prejuízos materiais também são enormes. Parece haver uma aceitação tácita em relação à mortandade que se repete estupidamente. Lembra uma espécie de consciência encabulada pelo que faz ou deixa de fazer, diante do lamentável número de vítimas. Acontece que a passividade não significa inevitabilidade. Estou convencido de que é possível fazer muito, mas por pouco que seja o que se fizer será benfazejo e quando for o pranto de uma família que se evite, para ela, se assemelhará a um pedaço do céu. Dir-se-á que a ideia é boa, mas sua concretização é difícil. É possível. Mas, afinal, tudo é difícil e fazer é mais difícil do que nada fazer. Seria o caso de repetir o que Rui Barbosa, certa vez, chamou a inércia como “a paralisia da indiferença”.
* * *
Mudando de assunto, é possível que quando este artigo for publicado, algumas pessoas condenadas por seu envolvimento no mensalão tenham começado a cumprir as respectivas penas. O fato será inédito, se não estou em erro. Pessoas de alto coturno estão nessa lista, pois, elas não se eximiram de participar de uma das mais atrevidas conspirações no sentido da instituir a corrupção em um poder de Estado, em termos globais. Daí a imensa repercussão do triste episódio, de modo a esperar-se que algo semelhante, jamais possa vir a ser sequer tentado. Basta notar que um diretor do Banco do Brasil figura entre os condenados, fato que também não tinha precedente.
Para realçar singular decisão, coube a mais alta Corte de Justiça processar e julgar o caso, depois de oito anos. Dir-se-á que foi demorado o andamento e foi. Foi como tinha de ser eram dezenas as pessoas envolvidas, todas ligadas ao fato originário. De mais a mais, não há quem ignore que o Supremo Tribunal também está assoberbado pela invencível quantidade de processos. Mas, a despeito de tudo, chegou as adequadas conclusões e desta forma marcou o fato que só ele poderia celebrar, fato que interessava a um dos poderes da República, o Legislativo, e com ele a nação inteira, tendo no Tribunal cujas decisões finais não tem recurso, o juiz derradeiro da magna questão.
Faz algum tempo o saudoso ministro Edgar Costa, reuniu uma série de Acórdãos e publicou-os sob o título de “Os Grandes Julgamentos do Supremo Tribunal Federal”. Tenho para mim que se outro magistrado tiver a mesma boa ideia de selecionar as ulteriores memoráveis decisões do Supremo Tribunal Federal, nela não deixará de constar o Acórdão sobre o Mensalão.
Ao início de cada semana, quando pego os jornais, com a monotonia das coisas que se repetem, tenho a tristeza de ler que, aqui, ali ou acolá, em razão de acidentes, morreram tantas pessoas, moças em geral. O número das vítimas é alarmante e igualmente alarmante é a passividade social em face do fenômeno. Não há exagero em dizer que vivemos em uma sociedade que vive em guerra consigo mesma. Sem falar nos irreparáveis danos humanos; os prejuízos materiais também são enormes. Parece haver uma aceitação tácita em relação à mortandade que se repete estupidamente. Lembra uma espécie de consciência encabulada pelo que faz ou deixa de fazer, diante do lamentável número de vítimas. Acontece que a passividade não significa inevitabilidade. Estou convencido de que é possível fazer muito, mas por pouco que seja o que se fizer será benfazejo e quando for o pranto de uma família que se evite, para ela, se assemelhará a um pedaço do céu. Dir-se-á que a ideia é boa, mas sua concretização é difícil. É possível. Mas, afinal, tudo é difícil e fazer é mais difícil do que nada fazer. Seria o caso de repetir o que Rui Barbosa, certa vez, chamou a inércia como “a paralisia da indiferença”.
* * *
Mudando de assunto, é possível que quando este artigo for publicado, algumas pessoas condenadas por seu envolvimento no mensalão tenham começado a cumprir as respectivas penas. O fato será inédito, se não estou em erro. Pessoas de alto coturno estão nessa lista, pois, elas não se eximiram de participar de uma das mais atrevidas conspirações no sentido da instituir a corrupção em um poder de Estado, em termos globais. Daí a imensa repercussão do triste episódio, de modo a esperar-se que algo semelhante, jamais possa vir a ser sequer tentado. Basta notar que um diretor do Banco do Brasil figura entre os condenados, fato que também não tinha precedente.
Para realçar singular decisão, coube a mais alta Corte de Justiça processar e julgar o caso, depois de oito anos. Dir-se-á que foi demorado o andamento e foi. Foi como tinha de ser eram dezenas as pessoas envolvidas, todas ligadas ao fato originário. De mais a mais, não há quem ignore que o Supremo Tribunal também está assoberbado pela invencível quantidade de processos. Mas, a despeito de tudo, chegou as adequadas conclusões e desta forma marcou o fato que só ele poderia celebrar, fato que interessava a um dos poderes da República, o Legislativo, e com ele a nação inteira, tendo no Tribunal cujas decisões finais não tem recurso, o juiz derradeiro da magna questão.
Faz algum tempo o saudoso ministro Edgar Costa, reuniu uma série de Acórdãos e publicou-os sob o título de “Os Grandes Julgamentos do Supremo Tribunal Federal”. Tenho para mim que se outro magistrado tiver a mesma boa ideia de selecionar as ulteriores memoráveis decisões do Supremo Tribunal Federal, nela não deixará de constar o Acórdão sobre o Mensalão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário