Roberto Monteiro Pinho
A falta de credibilidade, e a distância entre os membros do Judiciário e a sociedade transformaram a Justiça num dos piores órgãos da República, a ponto de perder nas pesquisas para o Legislativo e o Executivo. A cientista política Carla Michelle, professora da Faculdade Integrada do Ceará (FIC), discorda da hipótese que a queda da confiança social nas instituições se deu pela falta de retorno dessas entidades após as manifestações populares. A especialista afirma que a falta de identificação com as organizações tradicionais é um sinal de negação ao “associativismo”.
“É reflexo de uma sociedade que se transforma, e o momento é de rejeição a isso através do individualismo. Elas querem falar mais como pessoas físicas. Isso é uma tendência mundial”, avalia.
Nesse aspecto eu particularmente entendo que o isolamento da pessoa do juiz em relação aos que dele se aproximam, seja socialmente ou nos tribunais, afeta diretamente na imagem corporativa.
No panorama geral, a decisão do ministro Celso de Mello, que desempatou e legitimou a realização de um novo julgamento para 12 dos 25 condenados pelo esquema do mensalão, demonstra e comprova que é raro para políticos no Brasil irem para a cadeia depois de serem condenados por crimes como corrupção, sequestro e trabalho escravo, tudo por conta do ‘foro privilegiado’, desfrutado por cerca de 700 figuras políticas, incluindo ministros e todos os 594 membros do Congresso Nacional.
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