CARLOS VIEIRA
Um dia a coluna de sangue não sofrerá mais a turbulência
Do coração que parou.
Um dia o canto da “fogo pago” não mais será ouvido ao anunciar
A alvorada.
Um dia as lágrimas não passearão jamais pelas orbitas e faces,
Um dia não me amedrontarei com a melodia fúnebre da angustia,
Um dia um livro não será mais lido, o poeta não provocará
Alumbramentos.
Um dia o encanto daquela mulher ficou “encantado” na não vida,
Um dia não poderei repetir Vinícius: porque hoje é sábado!
Nem Whitman, nem Borges, nem Graciliano, nem tampouco
Guimarães, o Rosa, poderei lê-los,
Quem sabe os encontro no Paraíso Dantesco de Beatriz!
Um dia o clarinete ficará mudo, piano nem pensar, o jazz parou
No Blues.
Um dia, um dia, dias destes, não terei mais o desprazer e o ódio,
Das promessas dos políticos!
Um dia não terei saudades, há quem possa tê-la de mim,
Nesse dia eu ouvirei a melodia nos Céus, a melodia da saudade
Dos nossos encontros.
Um dia não haverá mais como saborear um machiatto, todo o açúcar
Saiu do corpo e se fez mel.
Um certo dia tu ouvirás o eco das minhas palavras; os poemas na internet;
A voz rouca dos improvisos das minhas aulas.
Um dia o Capelense será campeão e o Brasil não mais terá analfabetos,
Os professores serão pagos tanto quanto os “neymares”, o médico fará
Clínica e apalpará o corpo e a alma dos seus pacientes.
Um dia haverá mais análise, mais análises,
Mas comigo, somente a lembrança das minhas análises.
Um dia é hoje, hoje o dia, o passado presentificado, a causa do futuro!
Hoje, hoje posso dormir, sonhar, acordar e ouvir o canto da “fogo-pagô.
Hoje é dia de vida, de se viver vivendo pelas veredas dos sertões da própria vida.
Hoje posso enxergar os livros nas estantes; os livros são mortos enquanto enfileirados,
Os livros ressuscitam quando eu os pego para deliciá-los na leitura.
Enquanto mortos nas estantes, refugiados em fileiras
São a cultura em estado de repouso, em silêncios gravídicos.
Hoje posso reler Mia Couto, Bandeira, Drummond, Helena Terra:
“A condição indestrutível de ter sido”.
Hoje posso sonhar os sonhos nem sempre cálidos e deliciosos de Clarice, a Lispector,
A envergadura de poemas fortes de Affonso Romano sobre a ditadura militar.
Hoje é sexta, porque amanhã será sábado, e sábado será o presente do futuro.
Hoje é dor também, alegria faz o conjunto,” deus e o diabo na terra do sol”,
Os contrários sim, os contrários constroem a vida na pena de Blake.
O que seria da alma sem a parceria do diabo? Paraíso!
Hoje é vida, estou vivo! A Esperança é o devir.
Do coração que parou.
Um dia o canto da “fogo pago” não mais será ouvido ao anunciar
A alvorada.
Um dia as lágrimas não passearão jamais pelas orbitas e faces,
Um dia não me amedrontarei com a melodia fúnebre da angustia,
Um dia um livro não será mais lido, o poeta não provocará
Alumbramentos.
Um dia o encanto daquela mulher ficou “encantado” na não vida,
Um dia não poderei repetir Vinícius: porque hoje é sábado!
Nem Whitman, nem Borges, nem Graciliano, nem tampouco
Guimarães, o Rosa, poderei lê-los,
Quem sabe os encontro no Paraíso Dantesco de Beatriz!
Um dia o clarinete ficará mudo, piano nem pensar, o jazz parou
No Blues.
Um dia, um dia, dias destes, não terei mais o desprazer e o ódio,
Das promessas dos políticos!
Um dia não terei saudades, há quem possa tê-la de mim,
Nesse dia eu ouvirei a melodia nos Céus, a melodia da saudade
Dos nossos encontros.
Um dia não haverá mais como saborear um machiatto, todo o açúcar
Saiu do corpo e se fez mel.
Um certo dia tu ouvirás o eco das minhas palavras; os poemas na internet;
A voz rouca dos improvisos das minhas aulas.
Um dia o Capelense será campeão e o Brasil não mais terá analfabetos,
Os professores serão pagos tanto quanto os “neymares”, o médico fará
Clínica e apalpará o corpo e a alma dos seus pacientes.
Um dia haverá mais análise, mais análises,
Mas comigo, somente a lembrança das minhas análises.
Um dia é hoje, hoje o dia, o passado presentificado, a causa do futuro!
Hoje, hoje posso dormir, sonhar, acordar e ouvir o canto da “fogo-pagô.
Hoje é dia de vida, de se viver vivendo pelas veredas dos sertões da própria vida.
Hoje posso enxergar os livros nas estantes; os livros são mortos enquanto enfileirados,
Os livros ressuscitam quando eu os pego para deliciá-los na leitura.
Enquanto mortos nas estantes, refugiados em fileiras
São a cultura em estado de repouso, em silêncios gravídicos.
Hoje posso reler Mia Couto, Bandeira, Drummond, Helena Terra:
“A condição indestrutível de ter sido”.
Hoje posso sonhar os sonhos nem sempre cálidos e deliciosos de Clarice, a Lispector,
A envergadura de poemas fortes de Affonso Romano sobre a ditadura militar.
Hoje é sexta, porque amanhã será sábado, e sábado será o presente do futuro.
Hoje é dor também, alegria faz o conjunto,” deus e o diabo na terra do sol”,
Os contrários sim, os contrários constroem a vida na pena de Blake.
O que seria da alma sem a parceria do diabo? Paraíso!
Hoje é vida, estou vivo! A Esperança é o devir.
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasília e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.
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