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* A reportagem a seguir foi publicada originalmente neste site em 2 de julho de 2012. Por ocasião do recente falecimento de Willy Rizzo na última segunda-feira, recuperamos a matéria de nosso arquivo, com o intuito de homenagear este homem que por 70 anos fotografou o mundo e as pessoas excepcionalmente. O italiano morreu aos 84 anos em Paris. A causa não foi divulgada.
Willy Rizzo não é um nome estranho para os brasileiros. O fotógrafo italiano, precursor da fotografia de celebridades, autor de capas consagradas da Paris Match e designer premiado, não saía do Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, quando vinha visitar a amiga Odile Rubirosa e o playboy Jorginho Guinle. A Casa Vogue teve a exclusividade de fotografar seu apartamento parisiense, na avenida George V, onde ele vive desde 1979 com sua mulher Dominique.
Willy Rizzo não é um nome estranho para os brasileiros. O fotógrafo italiano, precursor da fotografia de celebridades, autor de capas consagradas da Paris Match e designer premiado, não saía do Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, quando vinha visitar a amiga Odile Rubirosa e o playboy Jorginho Guinle. A Casa Vogue teve a exclusividade de fotografar seu apartamento parisiense, na avenida George V, onde ele vive desde 1979 com sua mulher Dominique.
Depois de anos morando entre Paris e Roma, Willy mudou-se com Dominique para Nova York, onde permaneceu entre 1979 e 1981 para viver os anos efervescentes do Studio 54 e Xenon e toda a criatividade que a cidade oferecia na época. Antes disso, o casal já vivia neste apartamento, no qual permanece até hoje. "Seu décor é fiel ao período em que nos mudamos para cá, na década de 1970. Ele só foi crescendo e se enchendo de história", diz Rizzo, que ganhará retrospectiva entre 7 de agosto e 8 de setembro no MuBE, em São Paulo.
Na sala, o azul-canário, um clássico francês, pontua móveis e tapetes. O estilo Rizzo espalha-se desde as mesas de bronze até os sofás, desenhados por ele em seu estúdio em Roma, nos anos 1960, quando foi o decorador preferido de Oleg Cassini, Otto Preminger, Gunter Sachs, Brigitte Bardot e Vincent Minelli, que viviam em palácios na capital italiana e em Saint-Tropez.
Willy acredita que bom design é eterno, e, assim, móveis Luís XVI e peças contemporâneas podem conviver em harmonia com esculturas do artista Cesar. Embora seja italiano, sua escola é acadêmica e francesa, por isso o olhar treinado para o belo e as proporções. As paredes do apartamento exibem obras de Di Cavalcanti, portas da Bahia e outros objetos trazidos de suas viagens pelo mundo como fotojornalista. Na entrada, Charles Matton pintou sobre dois óleos do século 19 comprados num marché au puces os rostos de Dominique e Willy – puro humor. Resta na entrada, em um pedestal de mármore, a escultura de Nero.
Na sala de jantar, as raízes do morador falaram mais alto: as paredes trazem as paisagens de Nápoles, sua terra natal – com o Vesúvio ao fundo e sua rua de infância. Uma mesa inglesa é cenário para divertidos jantares, nos quais o dono da casa vai para a cozinha preparar a famosa “pasta Rizzo”, com um molho secreto. “No fundo, Willy é um jornalista, e como todo bom jornalista, tem a sensibilidade e a criatividade de encontrar e conhecer bem as pessoas. Ele adora isso”, comenta Dominique. Pelo espaço de 220 m² do apartamento passaram nomes como Christina Onassis, Jack Nicholson, Anouck Aimé, Vera Valdez e Helmut Newton.
Uma grande surpresa é o quarto de dormir, que revela a paixão de Rizzo por máquinas velozes e mulheres. A cama, desenhada por ele, tem como inspiração um Rolls-Royce. Na parede, acima da cama, há desenhos oferecidos ao fotógrafo pelo diretor de Hollywood Jean Negulesco (o preferido de Marilyn Monroe), que revelam mulheres nuas. Uma raridade.
Desde o início de sua carreira, Rizzo chamou atenção pelo seu jeito chic e irreverente, algo que encantou sua grande amiga Coco Chanel. Outra amiga, Vera Valdez, conta que Chanel achava Willy muito elegante, era fascinada pela maneira como ele se vestia: seus casacos de inverno tinham forro de pele (mink). Algo que Chanel copiou e transpôs para suas próprias criações, como contou Vera. O estilo de Rizzo é inconfundível. Seja na fotografia, no design ou na vida.
Desde o início de sua carreira, Rizzo chamou atenção pelo seu jeito chic e irreverente, algo que encantou sua grande amiga Coco Chanel. Outra amiga, Vera Valdez, conta que Chanel achava Willy muito elegante, era fascinada pela maneira como ele se vestia: seus casacos de inverno tinham forro de pele (mink). Algo que Chanel copiou e transpôs para suas próprias criações, como contou Vera. O estilo de Rizzo é inconfundível. Seja na fotografia, no design ou na vida.
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