O diplomata, advogado, jornalista, dramaturgo, compositor e poeta , Vinícius de Moraes (1913-1980) foi um poeta essencialmente lírico, notabilizou-se pelos seus sonetos, como o belíssimo “Soneto de Fidelidade”, que transmite uma visão do amor mais realista: a de que o sentimento amoroso deve ser sim, infinito, mas “infinito enquanto dure”. No lugar do platonizante e transcendente, o amor mais cotidiano, sujeito às mudanças que o tempo e que a vida impõe.
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SONETO DA FIDELIDADE
Vinícius de Moraes
SONETO DA FIDELIDADE
Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)
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