sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CRÔNICA Cartas de Seattle: Referendo aprova casamento gay e maconha



Esta semana as atenções estiveram voltadas para Washington, capital do país, para a eleição do presidente dos Estados Unidos. Garantida a vitória de Obama, foi o outro Washington, o estado, que ganhou notoriedade com a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e também da legalização da maconha para uso recreativo.
Sim, Maine e Maryland também votaram a favor do matrimônio deixar de ser exclusividade de um homem e uma mulher. E sim, Colorado também aprovou o uso da maconha. Mas foi em Washington que, numa tacada só, duas das questões mais polêmicas do debate nacional ficaram resolvidas.
Eu sabia que morava numa cidade liberal, mas não sabia o que esperar dos resultados. A maior parte do estado é conservador. Não havia clima de “já ganhou”. Foram só quatro pontos percentuais de vantagem em prol do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A margem a favor da maconha foi mais folgada: 55,3% a 44,7%.
Washington foi o primeiro estado americano a adotar a união civil, apelidada de “tudo menos casamento”, num referendo de 2009. No começo deste ano o casamento virou direito também para casais do mesmo sexo (leia nesta Carta de Seattle).
Foi quando os oponentes conseguiram assinaturas suficientes para levar o pleito a voto popular, contando com o conservadorismo da população.
Antes de terça, o casamento entre homossexuais nunca tinha sido aprovado num referendo. Nos seis estados que já permitem o casamento gay, e também no Distrito Federal, a lei foi decisão da Justiça ou do Legislativo, não dos eleitores.
Foram oito derrotas em várias eleições, incluindo a deste ano em Minnessota. Por isso mesmo a vitória histórica em Washington, Maine e Maryland foi muito comemorada em todo o país.

Seattle

Enquanto uns celebram o amor, outros celebram paz e amor. Dizem que uma grande festa em celebração à legalização da maconha estava marcada para amanhã, mas os organizadores foram avisados que ainda é ilegal portar a erva.
A nova lei só entra em vigor em 6 de dezembro: maiores de 21 anos podem possuir até 28 gramas de maconha e seis plantas que produzem a droga em casa. No âmbito federal, a questão continua ilegal.
Como a comercialização vai funcionar ainda é incerto. O que se sabe é que a maconha será vendida legalmente em estabelecimentos licenciados pelo Estado. A venda como é hoje, portanto, continua proibida.
As antigas lojas oficiais de venda de bebida alcoólica do estado, esvaziadas quando um referendo recente permitiu que bebidas de alto teor alcoólico fossem vendidas em redes de varejo (sim, era proibido), poderão ter novo destino.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

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