domingo, 12 de agosto de 2012

O OCASO DA MENTE INQUIRIDORA.


Ralph J. Hofmann

A mente inquiridora  é a vítima da religião e do dogma.
Quando os judeus saíram de Espanha este país regrediu porque saíram as principais mentes questionadoras e os que ficaram, como conversos, precisavam ser extremamente cuidadosos. Não podiam expor-se a mostrar excesso de iniciativa ou criatividade.   .
D. Manuel de Portugal identificou o problema e recebeu 100.000 judeus espanhóis, o que trouxe a população judia em Portugal a 10%  do total dos portugueses.  Quando, para garantir a independência de Portugal, que sempre tinha a temer uma anexação pela Espanha, pediu em casamento a mão de uma infanta espanhola esta exigiu que Portugal estivesse livre de judeus.
D Manuel I então engendrou  uma manobra de espertalhão. Convidou os judeus de Portugal para comparecerem ao Porto em certo dia, para esperar navios que viriam levá-los para a Terra Santa. Enquanto esperavam os navios padres circulavam pelo local e aspergiam água benta.  Depois anunciou ao futuro sogro que não mais havia judeus em Portugal. (Este é chamado de “o batismo em pé”  e o episódio gerou a expressão “ficou a ver navios” devido aos navios que nunca apareceram). .
Dom Manuel, cheio de planos progressistas para o país não podia prescindir dos advogados, médicos  matemáticos e navegadores para seus projetos. Um grande número destes era judeu.
O estratagema deu certo e o pequeno país, Portugal, conseguiu realizar conquistas inimagináveis para a época, desproporcionais à sua população. Era como se Portugal tivesse uma NASA. Os espanhóis tiveram de usar contratados, como Colombo, um Genovês e Magalhães, um português.
Contudo mais adiante Portugal teve de abrigar a inquisição. Os cripto-juedeus (convertidos que mantinham sua fé em segredo) se esconderam ou vieram para as colônias, afora os judeus que se refugiaram em outros países da Europa.
O pensamento original feneceu na Península Ibérica enquanto passava  a se intensificar no resto da Europa. Os franceses, menos dominados pela igreja católica começaram a desabrochar como potência e até mesmo a minúscula e alagada Holanda desenvolveu tecnologias e inclusive segurou a invasão dos exércitos espanhóis por três gerações enquanto conquistava um império ultramarino de respeito. 
Espanhóis e portugueses viram até mesmo suas fontes de renda  tradicionais entrando em declínio, pela facilidade de obter tudo de outros países com os tesouros que vinham das províncias e colônias do ultramar.
Os franceses tinham algumas colônias, mas não negligenciavam sua produção tradicional, assim como ingleses e holandeses continuavam a produzir. Navegador era navegador. Leiteiro era leiteiro. .
Esta decadência pode ser claramente colocada à conta da inquisição. Era perigoso ter idéias. O pensamento ficava engessado. Abandonar a tradição na forma de fazer alguma coisa podia denotar um abandono da ortodoxia. Fingiam que era feitiçaria.
Infelizmente é exatamente isto que encontramos no seio das esquerdas no Brasil e alhures, no nossos dias. Os regimes e os partidos de esquerda tentam normatizar a atividade humana a um ponto que reprime a criatividade. Há uma profunda certeza entre os esquerdista de que quem não concorda com eles não só está errado como deve calar a boca.  Sua certeza de estar sempre com a razão é tão grande que passam a julgar que excrescências como Hugo Chaves Fidel Castro, Evo Morales não devem ser criticadas, pois, afinal de contas são de esquerda.
E não raro sentimos a sombra da inquisição quando ouvimos algumas das declarações de Tarso Genro, de Dilma Roussef e alguns de seus compadres.
Eles não sabem de nada, mas sabem uma coisa:  “Quem discorda deles esta errado”.
(1) Fotomontagem: Os inquisidores petistas, José Dirceu e Dilma Rousseff.

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