BRASÍLIA - O esquema de compra de emendas envolvendo o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) pode acabar sem investigação. Os integrantes do Conselho de Ética da Câmara receberam esta semana em seus gabinetes o voto que o deputado Sibá Machado (PT-AC) apresentará formalmente terça-feira, analisando a necessidade de se abrir ou não um processo de investigação.
Apesar de o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) já estarem investigando os deputados envolvidos no esquema, Sibá não viu elementos para dar início à apuração no Conselho de Ética. Votará pela inépcia da representação do PSOL.
Em junho, O GLOBO revelou um esquema de compra e venda de emendas parlamentares na Câmara. O balcão girava em torno de Bacelar, que usava uma planilha para acompanhar emendas milionárias destinadas por outros deputados para suas bases eleitorais.
A ex-mulher de Bacelar, Isabela Suarez, confidenciou, em conversa com a irmã de Bacelar, que ele comprava emendas de colegas. Isabela também citou um parlamentar que vendia as emendas: Geraldo Simões (PT-BA), do mesmo partido de Sibá.
A negociação das emendas foi confirmada pelo deputado Marcos Medrado (PDT-BA), outro citado na planilha de Bacelar. Em entrevista, Medrado confirmou ter direcionado uma emenda para “um município de Bacelar”, em troca do apoio de um prefeito do interior baiano. Integrantes do PSDB podem apresentar um voto paralelo pedindo que o Conselho ao menos abra a investigação.
Mesmo que o caso seja engavetado pelo Conselho, a investigação ainda pode frutificar caso a Corregedoria envie para a Mesa Diretora um parecer favorável à investigação. Isso porque há dois meses o PSOL ingressou com um pedido de investigação no órgão, mas este ainda não encaminhou à Mesa Diretora sua posição.
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