sexta-feira, 31 de agosto de 2012

COTAS EM UNIVERSIDADES



Plínio Zabeu
Depois de muitos anos de tramitação no poder legislativo,  eis que finalmente a presidente Dilma sanciona a Lei que estabelece o indesejável sistema de cotas para escolas superiores federais.  Ainda bem que as estaduais não foram incluídas.  Muitos termos foram usados como a chamada “meritocracia”,  ou seja, um sistema que privilegiaria os que  terão direitos exclusivamente por merecimento e não devido a leis ou regulamentos de fundo mais demagógico que democrático.
Há tempos, mais de  meio século, alguns países vêm mostrando que a base real de progresso e qualidade de vida de um povo deve ser resultado de investimentos seguidos na área de  instrução começando pelo ensino fundamental. O maior exemplo vem da Coréia do Sul que, ao contrário do vizinho do norte, após a terrível guerra entre eles,  seus sucessivos governos vêm aplicando a maior parte da arrecadação na formação educacional.  Os resultados são surpreendentes. O vizinho do norte preferiu investir em armas, exércitos, dispositivos atômicos e mantendo, no setor administrativo um sistema ditatorial incrivelmente forte,  dando poderes supremos ao governante do momento.   É impressionante o nível alcançado no progresso do país sempre baseado no investimento na educação.  Outros países estão agindo assim e com futuro bastante seguro para suas populações.
E aqui no Brasil o que vem sendo feito com a instrução?  Quem  iniciou seu aprendizado, desde a alfabetização em meados do século passado, com ensino público  em alto nível, hoje se decepciona com a qualidade oferecida pelas escolas oficiais.  O ensino privado, particular, mesmo de ato nível, nunca chegava ao do gratuito. As vagas nas Universidades sempre foram conquistadas na maioria pelos que tiveram sua  educação inicial na escola pública.
O tempo foi passando e sucessivos governos foram descuidando da parte mais importante para uma nação.  A qualidade do ensino foi caindo na rede pública,  a começar pela desconsideração ao principal artífice da formação: O professor.  Não faltaram as cobranças seguidas através dos meios de comunicação e de parte dos legisladores e governantes.  Mas o descuido foi geral e chegamos à atual situação de queda na qualidade do ensino basicamente no  fundamental e com reflexos no superior.
E o que o governo faz então?  Ao invés de investir mais no setor, cria uma lei de cotas que certamente agravará muito mais a qualidade dos que se graduarão nas universidades federais.  O novo decreto estabelece que, no máximo em quatro anos, todas as  faculdades reservarão metade das vagas para alunos provindos do ensino fundamental e médio públicos. Parte das vagas serão para    índios e os negros.  Ora, no vestibular vale o mérito, o conhecimento, a qualidade do ensino e não fatores que nada têm a ver com o  mérito.   Ao contrario do que o governo justifica, a nova lei criará uma espécie nova de preconceito que poderá gerar problemas entre os alunos que serão, de agora em diante, “diferentes” entre si.
Como acontece em outros setores como saúde, segurança, progresso industrial, crescimento, moeda e outros setores tão descuidados nos últimos anos, com a nova lei a educação também passa a ser de  menor qualidade e quem vai sofrer com isso tudo é o povo brasileiro.
Seria bem melhor considerar fatores positivos deixando  de lado a demagogia   que infelizmente tem sido prioridade dos recentes governantes.

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