Sebastião Nery
Luis Simões Lopes era um miniditador. Diretor do DASP, criador da Fundação Getulio Vargas, fazia o que queria, sempre com total apoio e cobertura de Getúlio. Um dia, mandou um oficio a todos os ministros com uma série de determinações. Enquadrava todo mundo. Oswaldo Aranha, ministro da Fazenda, recebeu, leu, devolveu:
“Ao remetente: vá à merda”.
Entregou ao chefe de gabinete. O chefe de gabinete ficou em pânico:
- Devolver pelo protocolo reservado, não é, senhor ministro?
- Não, pelo protocolo comum.
Foi um escândalo renovado, de mão em mão. Luis Simões Lopes recebeu, ficou furioso, foi a Getúlio pedir demissão. Getúlio puxou uma baforada do charuto:
- Ora, Luis, para que demissão? Tu não vais, não é? Não indo, tu desmoralizas o Oswaldo. Ele vai ficar uma fera. Tu sabes. Tu sabes.
Luis Simões Lopes foi. De volta para o seu gabinete, no DASP.
Lula: Mensalão não existe
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MENSALÃO
Lula e o PT sempre disseram que não houve o Mensalão, que foi uma farsa. Agora, na segunda semana do julgamento, o Supremo Tribunal Federal já condenou os primeiros cinco acusados a muitos anos de cadeia. A começar pelo ex-lider do governo de Lula, ex-presidente da Camara dos Deputados e candidato a prefeito de Osasco, João Paulo Cunha.
José Dirceu, que, segundo a Procuradoria Geral da Republica e o Supremo Ttribunal, era “o chefe da quadrilha e da organização criminosa”, já está sentindo a batata quente. A próxima fogueira é dele.
E Lula? Deve estar procurando o Simões Lopes para ver aonde vai.
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FOGUETE
1.-O Brasil está vivendo o choque de realidade em lugar do tempo de euforia marqueteira que marcou os últimos anos. Enganar a todos por todo o tempo é missão impossível. O marketing não era somente no território nacional, penetrava no cenário internacional.Em novembro de 2009, a revista inglesa “The Economist”, em matéria “O Brasil decola”, ilustrava sua capa com o Cristo Redentor transplantado para um foguete que decolava em direção ao espaço sideral. Em junho de 2012, a publicação inglesa “Financial Times”, em matéria “Brasil: depois do Carnaval”, mostra o poderoso foguete começando a cair logo após a decolagem
2. – O economista Paulo Yokota, ex-diretor do Banco Central, baseado em artigo do financista Ruchir Sharma, do Morgan Stanley, constata: – “Sharma reafirma que o desenvolvimento brasileiro é dependente da exportação de commodities e da expansão do crédito. Mesmo com a melhoria da distribuição de renda, as tensões sociais continuam elevadas, tanto que o país é um dos melhores lugares para vendedores de carros blindados. O Brasil se beneficiou de uma bolha”.
3. – Anestesiados pela euforia do curto prazo, os brasileiros começam a enxergar uma realidade que o tempo está comprovando não ser virtuosa. Na ausência do debate interno, os alertas que vêm do exterior não devem ser catalogados como pessimistas. Apontam as alternativas que devem ser perseguidas para colocar o Brasil, com suas extraordinárias potencialidades, na posição que deve ter no cenário internacional.
4. – Nossa taxa de investimento está em 19% do PIB. Na China é de 46% e, nos países asiáticos, a média é de 30%. A inserção internacional brasileira é modestíssima, responsável pelo saldo negativo na balança comercial de produtos da indústria, reflexo de precoce desindustrialização.
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MARKETING
O marketing político, a propaganda subliminar veiculada diariamente na mídia televisiva e afins com patrocínio oficial, onde tudo acontece positivamente, busca eliminar a consciência crítica. Alimentando o projeto de poder estatal, onde tudo corre às mil maravilhas e o povo se sente feliz e satisfeito. A ditadura do marketing elimina o debate político, banindo a discussão dos problemas concretos que afetam a vida do cidadão.
A despolitização e o uso das pesquisas eleitorais como alavanca para a ação política têm por finalidade falar o que o povo quer ouvir. O debate público fica banalizado e medíocre, com os candidatos, situação e oposição, temendo debater a realidade com medo da opinião pública. Manipulada pelos “marqueteiros”, que os transformam em “robôs”.
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MENTIRA
Daí a ousadia do marqueteiro oficial do PT, o baiano João Santana. ao dizer que as campanhas políticas não trabalham com a realidade e a verdade, mas com símbolos e com a emoção e o imaginário coletivos. O marketing eleitoral deve vender o paraíso, iludindo a boa fé da sociedade.
Rui Barbosa previu o PT: “Mentira nas promessas. Mentira nos programas. Mentira nos projetos. Mentira nas soluções. Mentira no rosto, na voz, na postura, no gesto, nas palavras, na escrita. O monopólio da mentira. Mentira nos desmentidos. Uma impregnação tal das consciências pela mentira que se acaba por não discernir a mentira da verdade.”