Sistema é instalado embaixo do revestimento do chão e aquece não apenas o piso, mas todo o ambiente
Conforto sem ocupar espaços. Essa é a promessa do sistema de calefação por piso radiante - o chamado piso aquecido. Ao contrário do aquecedor a óleo ou do ar-condicionado quente/frio, que ocupam um espaço do chão ou da parede do cômodo, essa tecnologia fica sob o revestimento, no chão, e não é vista - apenas sentida.
A lógica de funcionamento do sistema é física básica: o ar frio desce, o ar quente sobe - como o vapor do chuveiro, no inverno. O aquecimento se dá a partir de um circuito de resistências com cabos aquecedores, colocados sob o contrapiso. "O calor é dissipado por radiação, esquentando não só o revestimento mas todo o ambiente", explicou o empresário do setor, Daniel Jover, ao programa Estilo Casa&Cia, da TVCOM RS.
Para que a laje não absorva o calor, entre ela e os cabos é colocada uma manta isolante de polietileno, específica para esse fim. Por cima, tudo como em qualquer outra casa: argamassa de regularização (contrapiso) e revestimento de qualquer tipo (carpete, piso frio, parquê, etc). Se o imóvel já estiver pronto, a instalação do sistema exige quebra-quebra, pois o circuito obrigatoriamente precisa estar abaixo do contrapiso, para que haja espessura mínima para camada isolante, cabos, e camada de proteção.
Controle Em cada ambiente da propriedade existe um termostato, ou até mais de um se o espaço for grande, onde se pode regular a temperatura do espaço. "O confortável para o ser humano é 20 graus, valor que pode variar um grau a mais ou a menos dependendo da idade e do peso da pessoa", explica Jover.
Uma vez ajustado o termostato, o sistema tem regulação automática e mantém a temperatura interna em equilíbrio, ajustando diferenças em relação ao frio exterior. Por ser dissipado por radiação, o calor aquece todo o ambiente, incluindo roupas e camas, por exemplo, o que também ajuda a evitar o mofo.
Preço e consumo Segundo Jover, o piso aquecido é um dos sistemas mais econômicos - comparando-se seu funcionamento com o ar-condicionado split, usados para manter o espaço a 20 graus durante as 24 horas do dia, em 30 dias. O consumo, como o preço, varia de acordo com a potência do circuito.
O valor das resistências do sistema, também compradas pela capacidade, segue a mesma lógica - quanto mais potente, mais caro. Em Porto Alegre, considerando as médias térmicas da cidade, o empresário afirma que o custo por metro quadrado fica entre R$ 100 e R$ 150.
Na opinião da arquiteta Helena Karpouzas, do escritório Inverso AA, o investimento é muito alto, comparado ao gasto com aquecedores portáteis ou condicionadores de ar, por exemplo. A profissional indica que se use o piso aquecido, se for o caso, nos banheiros das residências.
Daniel Jover contra-argumenta que os cabos usados têm garantia de 50 anos, e que apesar de inicialmente caro, o circuito tem baixa manutenção: a única peça que eventualmente será trocada é o termostato, e ainda assim, garante o empresário, a cada 15 ou 20 anos. "Além disso, valoriza o imóvel, então o custo benefício acaba sendo bem razoável", finaliza.
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