quinta-feira, 29 de junho de 2017

Temeridade - Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli


Posted: 19 Jun 2017 02:39 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Estado corrupto, empresários acima da lei e do bem comum da Nação, sindicalização da ladroagem, cifrão da corrupção viajamos por mares nunca dantes navegáveis, e há um insano jogo de poder uma verdadeira temeridade.

Que significa dizer uma disputa entre interesses econômicos escusos e subterfúgios de vontades escamoteadas numa imprensa quase livre, mas não liberta do jugo da globalização e dos incômodos da falta de espaço para o equilibrio da democracia.

A demagogia nos impressiona a todos e essa triste realidade não nos impele às circunstâncias nefastas, exceto mudança radical na espiral econômica e crescimento aliado ao desenvolvimento. Da noite para o dia a imprensa marrom planta notícia, cultua informação e joga a rodo na população, a desavergonhosa situação exposta na delação
premiada conquista de poucos para favorecimento e viagem com a família estabelecendo-se no exterior.

Fundo nesse aspecto os desgovernos que nos impelem custos tributários elevados e um orçamento pífio demonstram quanta insensibilidade nossa classe política destruidora invoca seu sem sentido de empoderamento. Quanta temeridade e volúpia pelo poder uma luta fratricida que visa o retorno ao statu quo ante e encobrir a sujeira para debaixo do tapete. Quem são os agentes dessa arapuca bem engendrada e que trata o ódio e a vingança como pratos diários de uma receita que pode intoxicar a soberania popular.

Essa marcha insensata pode ser cooptada pelo colapso da Nação e no momento não temos circunstâncias de boa governabilidade e a natural estabilidade. Queremos crer que os órgãos de imprensa, a mídia nos desconsola e oportuniza apenas desmandos acompanhados de notícias funebres e tempestades perfeitas.

Acontece que cotidianamente a corrupção nos enluta e a fraqueza humana dos políticos nos fragiliza a ponto de não haver horizonte, já que os partidos representam mera ficção decorativa de falta total de representatividade. O mais desmoralizante é saber que são dezenas de organizações criminosas que comandam o Brasil e tem seus lastros em troca de favores político e econômico.

Nessa vertente temos dupla insubordinação,da  sociedade civil perplexa e da cidadania desamparada. Sairemos do buraco profundo, do abissal fosso e do precipício que nos direciona para o fim do mundo? Definitivamente poucos acreditam mas não estamos longe de uma saída, de alternativa que nos concite à mudança da ordem constitucional e reconhecimento do verdadeiro e crucial papel da justiça.

Afogam-se as mágoas em dezenas de matérias repetitivas de mais escândalos que formam tempestades pelas redes sociais digitais, ao passo que no compasso para 2018 nada se faz de concreto, definitivo e de forma transparente.

Convivemos com uma dualidade sem igual o ruim com o péssimo e os dissabores que nutrem os urubus em torno da carniça do poder, as sobras de uma famigerada fratura que consubstancia uma ruptura entre o poder e a vontade popular.

Marchamos a passos largos para uma rápida solução que não poderá ser fora da constituição,da ordem democrática ou dos conceitos legais. A desabrida delação colocou a nu a Nação e demonstrou a fragilidade institucional incomum do Brasil diante de tantas e insondáveis mazelas. Toma lá da cá,ritmo franciscano e de uma cara de pau sem igual para que a conspiração contra o voto exiba as faces mais ocultas de quadrilhas formadas no e dentro do poder visando a perpetuação dessa má espécie.

Ninguem desconhece que a corrupção nasceu antes do Brasil mas se propagou como um incêndio na gestão da esquerda festiva que institucionalizou sua prática descortinando expertisse e um savoir faire de causar inveja. A renuncia é desejável mas não isolada e sim coletiva para que  os 3 poderes da republica lancem o nostra culpa e faça um apelo em prol da ética, da dignidade, da moralidade, da probidade e da atividade política dedicada à cidadania.

Mergulhamos de cabeça no lodo, na podridão, nas amarras de um modelo viciado, e sem volta, exceto de matarmos as suas entranhas e sua boca astuta poderemos volta a acreditar em lideranças, mas para isso é fundamental e inadiável a reforma político partidária, o fim dos fundos partidários,dinheiro público, do aliciamento da mídia e de uma cultura que se combine com o substrato da educação de uma Nação em estado de pós guerra, de reconstrução de valores da soberania e antes de mais nada da própria dignidade usurpada, mutilada e sequestrada por um grupelho que insiste em esconder a verdade e se apropriar do dinheiro público
na prática continuada da ilicitude que causa asco e nos distancia das portas do amanhã.


Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

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