quinta-feira, 29 de junho de 2017

Temeridade - Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli


Posted: 19 Jun 2017 02:39 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Estado corrupto, empresários acima da lei e do bem comum da Nação, sindicalização da ladroagem, cifrão da corrupção viajamos por mares nunca dantes navegáveis, e há um insano jogo de poder uma verdadeira temeridade.

Que significa dizer uma disputa entre interesses econômicos escusos e subterfúgios de vontades escamoteadas numa imprensa quase livre, mas não liberta do jugo da globalização e dos incômodos da falta de espaço para o equilibrio da democracia.

A demagogia nos impressiona a todos e essa triste realidade não nos impele às circunstâncias nefastas, exceto mudança radical na espiral econômica e crescimento aliado ao desenvolvimento. Da noite para o dia a imprensa marrom planta notícia, cultua informação e joga a rodo na população, a desavergonhosa situação exposta na delação
premiada conquista de poucos para favorecimento e viagem com a família estabelecendo-se no exterior.

Fundo nesse aspecto os desgovernos que nos impelem custos tributários elevados e um orçamento pífio demonstram quanta insensibilidade nossa classe política destruidora invoca seu sem sentido de empoderamento. Quanta temeridade e volúpia pelo poder uma luta fratricida que visa o retorno ao statu quo ante e encobrir a sujeira para debaixo do tapete. Quem são os agentes dessa arapuca bem engendrada e que trata o ódio e a vingança como pratos diários de uma receita que pode intoxicar a soberania popular.

Essa marcha insensata pode ser cooptada pelo colapso da Nação e no momento não temos circunstâncias de boa governabilidade e a natural estabilidade. Queremos crer que os órgãos de imprensa, a mídia nos desconsola e oportuniza apenas desmandos acompanhados de notícias funebres e tempestades perfeitas.

Acontece que cotidianamente a corrupção nos enluta e a fraqueza humana dos políticos nos fragiliza a ponto de não haver horizonte, já que os partidos representam mera ficção decorativa de falta total de representatividade. O mais desmoralizante é saber que são dezenas de organizações criminosas que comandam o Brasil e tem seus lastros em troca de favores político e econômico.

Nessa vertente temos dupla insubordinação,da  sociedade civil perplexa e da cidadania desamparada. Sairemos do buraco profundo, do abissal fosso e do precipício que nos direciona para o fim do mundo? Definitivamente poucos acreditam mas não estamos longe de uma saída, de alternativa que nos concite à mudança da ordem constitucional e reconhecimento do verdadeiro e crucial papel da justiça.

Afogam-se as mágoas em dezenas de matérias repetitivas de mais escândalos que formam tempestades pelas redes sociais digitais, ao passo que no compasso para 2018 nada se faz de concreto, definitivo e de forma transparente.

Convivemos com uma dualidade sem igual o ruim com o péssimo e os dissabores que nutrem os urubus em torno da carniça do poder, as sobras de uma famigerada fratura que consubstancia uma ruptura entre o poder e a vontade popular.

Marchamos a passos largos para uma rápida solução que não poderá ser fora da constituição,da ordem democrática ou dos conceitos legais. A desabrida delação colocou a nu a Nação e demonstrou a fragilidade institucional incomum do Brasil diante de tantas e insondáveis mazelas. Toma lá da cá,ritmo franciscano e de uma cara de pau sem igual para que a conspiração contra o voto exiba as faces mais ocultas de quadrilhas formadas no e dentro do poder visando a perpetuação dessa má espécie.

Ninguem desconhece que a corrupção nasceu antes do Brasil mas se propagou como um incêndio na gestão da esquerda festiva que institucionalizou sua prática descortinando expertisse e um savoir faire de causar inveja. A renuncia é desejável mas não isolada e sim coletiva para que  os 3 poderes da republica lancem o nostra culpa e faça um apelo em prol da ética, da dignidade, da moralidade, da probidade e da atividade política dedicada à cidadania.

Mergulhamos de cabeça no lodo, na podridão, nas amarras de um modelo viciado, e sem volta, exceto de matarmos as suas entranhas e sua boca astuta poderemos volta a acreditar em lideranças, mas para isso é fundamental e inadiável a reforma político partidária, o fim dos fundos partidários,dinheiro público, do aliciamento da mídia e de uma cultura que se combine com o substrato da educação de uma Nação em estado de pós guerra, de reconstrução de valores da soberania e antes de mais nada da própria dignidade usurpada, mutilada e sequestrada por um grupelho que insiste em esconder a verdade e se apropriar do dinheiro público
na prática continuada da ilicitude que causa asco e nos distancia das portas do amanhã.


Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

VENDILHÕES - por Marjorie Salu


MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus! / Se é loucura... se é verdade/ Tanto horror perante os céus?!” (Castro Alves)
Há uma lição inesquecível no Novo Testamento registrando que Jesus Cristo expulsou do templo os vendedores e os cambistas por duas vezes em três anos. (João 2:13-16; Mateus 21:12-13.
De chicote na mão, Ele, na sua simplicidade, justificou: "Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores."
Nas religiões, seitas e entre os estudiosos dos evangelhos nem todos aceitam esta passagem, que aos contestadores deixa a dúvida se Jesus era um espírito transcendental ou um ser humano comum.
Os kardecistas aceitam que o fato ocorreu realmente e que foi bem feito, explicando que “um pai que age duramente com seu filho rebelde e desobediente; e como Jesus via o templo como a casa de Deus, perguntam: “Se alguém invade a sua casa você não vai expulsar o invasor? ”
Fabuloso ou não, metafórico com certeza, o caso nos faz refletir que cumpre à autoridade punir e segregar os corruptos, os traficantes e criminosos em geral, principalmente quando influenciam e compram ocupantes do poder, como fizeram com Anás, sumo sacerdote do Templo de Jerusalém, que recebia propinas.
Com os pés na terra, aqui e agora, assistimos que empresários, fraudadores da Lei e negocistas da Bolsa e do Câmbio atuam livremente no País, a nossa Pátria, nosso Templo, financiando legal e ilegalmente mandatários cobiçosos.
Os poderosos no Brasil vão além do varejo da corrupção. Uma informação oficial, do Incra, nos diz que 4,3 milhões de hectares do território brasileiro pertencem a estrangeiros. E mais: 1.200 hectares são comprados por dia por empresas e cidadãos do Exterior.
Grande percentual desta negociata está na Amazônia, que pertence aos brasileiros por tratados internacionais aceitos pelo concerto das nações e ratificados pela ONU.
Porque os governos da Era Lulista e o atual, continuação dos mesmos, insistiram e insistem neste comércio impatriótico e ainda defendem que se façam “doações” e “concessões” de terras a nacionais de outros países?
Representante desta traição à Pátria, o ministro Aloysio Nunes e os seus parceiros no Senado Federal apreciam um projeto que permite uma atuação política de estrangeiros no Brasil, com direito a voto e a formação de partidos.
Num artigo que prende a nossa atenção, a professora Guilhermina Coimbra pede que se informe ao ministro Aloysio para que “não tente agradar amigos de fora do País –qualquer que seja a nacionalidade”, diz bem Guilhermina, por que o território brasileiro está fora de qualquer negociação.
Na verdade, é preciso enxergar que os vendilhões da Pátria estão sozinhos na empreitada de escancarar as nossas fronteiras, e que o povo brasileiro saberá resistir a isto, repudiando a ideia de tornar-se mais tarde refém de forasteiros.
Cabe aos patriotas denunciarem o falso humanitarismo com refugiados que revoga o Estatuto do Estrangeiro, impondo um descarado entreguismo que fere a nossa soberania, ao permitir participação política de estrangeiros, que podem “se ausentar do Brasil, e regressar independentemente de novo visto”; a ponte para a recolonização do Brasil.
Vamos empunhar o chicote da nacionalidade contra a ideologia deturpada ou má-fé, nos contemporâneos vendilhões, que esperam lucrar com essa traficância associando-se e privilegiando os novos bárbaros.

Lendas urbanas sobre o nazismo



Coisas Judaicas
Mitos sobre o nazismo que as pessoas precisam parar de repetir

10. A suástica é um símbolo do mal 

Também chamada de cruz gamada, ela é muito mais antiga do que o nazismo. É um símbolo universal, encontrada amplamente decorando casas e templos na Grécia e Roma antigas e até na África Central e entre os índios norte-americanos. Seu significado varia muito de povo para povo. Para os greco-romanos, era relacionada a moinhos de água, mas usada principalmente como elemento decorativo. Os budistas e hinduístas ainda fazem uso amplo do símbolo, que não tem qualquer conotação negativa. Ao contrário do que talvez você tenha ouvido, uma suástica apontando em sentido anti-horário (ou horário) não é "do mal" (a dos nazistas era em sentido horário). Em sânscrito svastika significa algo como “existência de felicidade”. 

9. Hitler era judeu 

A ironia pode ser irresistível, mas não tem base na realidade. A dúvida surgiu porque a avó de Hitler era mãe solteira. Durante os julgamentos de Nuremberg, seu ex-assessor Hans Frank afirmou que o pai do ditador era filho de um judeu para qual a avó trabalhou como doméstica na cidade de Graz. O problema é que não havia judeus em Graz. Eles só puderam entrar em 1860, quando Alois Hitler, o pai do ditador, tinha mais de 20 anos. Em 2010, um teste de DNA sugeriu que ele teria ascendência semita, mas foi bastante contestado – os pesquisadores nem disseram o que eles testaram, de onde tiraram o DNA. 

8. Só os judeus foram mortos pelos nazistas

Nazismo não era apenas contra judeus, mas também a "decadência moral" e a "poluição genética". Os primeiros exterminados pelo regime foram deficientes físicos e mentais, para evitar que passassem seus genes. Embora os judeus tenham se tornado as mais conhecidas vítimas do nazismo, ciganos, homossexuais, maçons, comunistas e até testemunhas de jeová também estavam entre os assassinados pela política de Hitler. Mais de 100 mil gays foram presos e pelo menos 10 mil executados. Cada tipo de prisioneiro usava uma insígnia diferente no uniforme. Judeus, famosamente, a estrela amarela. Homossexuais, um triângulo rosa - que foi um símbolo inicial do movimento gay, até a adoção do arco-íris, nos anos 1970, já que o primeiro era muito deprimente.

7. Nazistas criaram a ideia de uma raça superior

Eles a levaram ao extremo, mas não foram seus inventores. No mundo inteiro, era fácil achar gente defendendo a superioridade dos brancos. A palavra "eugenia", em nome da qual os nazistas proibiram casamentos entre judeus e alemães e mataram deficientes mentais, foi criada pelo primo em segundo grau de Charles Darwin, Francis Galton. Os Estados Unidos foram o primeiro país no mundo a criar leis de eugenia. Ninguém menos que Winston Churchill as defendeu em livro, duas décadas antes de o nazismo nascer. 

6. Auschwitz e os outros eram campos de concentração

Campo de concentração é um local onde manter prisioneiros de guerra ou políticos em massa. As condições variam muito, desde um quase retiro rural aos gulags soviéticos. Mortos em campos de concentração são vítimas colaterais. Nazistas tinham campos de concentração, usados para prender soldados de países ocidentais. Que eram surpreendentemente bem tratados, aliás, pois a Alemanha havia assinado a Convenção de Genebra, dispondo sobre o tratamento de prisioneiros de guerra. O propósito dos campos como Treblinka, Sobibor e Auschwitz era matar as pessoas desde que chegavam (Auschwitz começou como um campo regular e ganhou depois instalações letais). Tinham uma estrutura industrial para isso. O certo é dizer que são campos de extermínio. Como a União Soviética não havia assinado a Convenção de Genebra, prisioneiros soviéticos iam para os campos de extermínio, não concentração.

5. Todos os alemães eram nazistas

Ninguém era obrigado a se filiar ao partido – ainda que isso tivesse óbvias vantagens. O maior general da Alemanha nazista, Erwin Rommel, não era filiado - e acabou sendo forçado a se matar sob suspeita de participar de uma conspiração para assassinar Hitler. Outros oficiais - como o almirante Canaris - simplesmente boicotavam o regime nazista  tanto quanto podiam. Alguns membros do partido praticaram resistência passiva, como Oscar Schindler. E o grupo estudantil Rosa Branca chegou a realizar passeata contra o nazismo nas ruas de Munique. 

4. O exército alemão era formado apenas por alemães

Havia muitos estrangeiros nas forças alemãs, inclusive as SS. Muçulmanos dos Bálcãs, simpatizantes espanhóis, franceses, ingleses e mais. Até mesmo judeus da Finlândia ajudaram os nazistas. Quase no fim da guerra. cerca de 10% do Exército alemão estacionado França era de soldados russos, fugidos do regime soviético. Após o Dia D, Yang Kyoungjong, um coreano, foi capturado pelos americanos entre as forças nazistas, servindo na França. Ele havia lutado pelo Japão, depois no Exército Vermelho, por fim a Wehrmacht. Morreu em 1992.

3. Os nazistas esconderam ouro roubado

Os nazistas de fato esconderam muito ouro roubado – mas não no chão, como se fossem piratas de filmes (piratas reais também não faziam isso). A maior parte dele foi “escondida” nos cofres da Suíça e da Suécia durante a guerra. Depois do conflito, outra parte foi levada para os Estados Unidos e para a URSS. Tudo com o consentimento dos respectivos governos. 

2. O Brasil tinha o maior número de nazistas fora da Alemanha

Os membros do Partido Nazista no Brasil eram menos de 3 mil. Todos alemães nativos, não descendentes, porque esses eram vistos como mestiços degenerados, que perderam sua cultura, e ninguém nem se dava ao trabalho de conferir seus ancestrais. Nos Estados Unidos, somente a Liga Germano-Americana tinha 25 mil filiados com fortes vínculos com o nazismo – eles desfilavam com bandeiras americanas ao lado da suástica. Antes da guerra, o nazismo era tido por uma ideologia tolerável, se antipática.

1. Alemães são "arianos"


Essa é uma das maiores bizarrices nazistas. Arianos eram invasores do Cáucaso que, há quase 4 mil anos, conquistaram a Índia e a Pérsia - Irã, nome que a Pérsia assumiu em 1935 quer dizer “terra dos arianos”. Teóricos do século 19 levantaram a hipótese de que esses conquistadores também chegaram à Europa, porque lá se fala línguas indo-europeias, aparentadas ao sânscrito, hindi e persa (incluindo o português). Uma migração do Cáucaso é o coerente com o que se acredita ainda hoje, ainda que a palavra "ariano" se refira apenas à leva asiática. Mas os nazistas tinham outra parte: para eles, só no norte da Europa os arianos se mantiveram "puros" – isto é, os alemães seriam mais "arianos" do que povos com real ligação com os arianos, os indianos e iranianos. Isso tem zero base na realidade.

SOL QUADRADO MUITO PRÓXIMO


Magu

O diretor editorial de IstoÉ, Carlos José Marques, perpetrou um dos melhores editoriais que li ultimamente. Com a expertise de quem já dirigiu jornais e revistas ao longo da carreira, coloca o novededos no nicho que ele merece. A feliz fotografia do indigitado, cabisbaixo e meditabundo, é do fotógrafo Fernando Bizerra Jr. A parte do texto que mais gostei diz:  …Um mestre do embuste, fanfarrão em decadência, hoje ele é levado a sério apenas por seguidores fanatizados…
Mas deixemos de preâmbulos e vamos ao que interessa.

                      LULA CONTA OS DIAS DE LIBERDADE
Começou a contagem regressiva da primeira de uma série de condenações do “comandante supremo”, o desbragado faroleiro petista Lula, grande “chefe da quadrilha”, conforme denúncia dos procuradores federais. Na prática, ao pé da letra da lei, a corrupção do ex-presidente está fartamente evidenciada por provas documentais e testemunhais. Nem é necessário verificar a propriedade em seu nome do referido tríplex, alvo do processo em análise.
A simples e elementar demonstração de benfeitorias e modificações feitas no imóvel a seu pedido ou de sua família, como gratidão por préstimos, conforme relato dos empresários corruptores, já configuraria o crime. O empreiteiro Leo Pinheiro reiterou. Os fornecedores da obra idem. Os papéis de opção da compra rasurados foram parar na sua casa. Mas Lula seguiu fazendo cara de paisagem. Atribuiu à falecida esposa Marisa a explicação necessária pelo toma-lá-dá-cá. Nem corou de vergonha. Em compensação, soou banal e risível a desculpa com ares de lorota dos representantes legais de Lula, tentando imputar à Caixa Econômica a posse do comprometedor tríplex.
Alternativa logo desmentida pela instituição. Pouco importa! Não cabem mais tantas baboseiras e absurdos lançados pelo esquadrão do ex-presidente numa única ação com o objetivo de procrastinar, a qualquer custo, a sentença inevitável. Seguem na lista interminável de vantagens angariadas por Lula não apenas o apê, como o sítio, a remuneração milionária por palestras, a compra de terreno, a ajuda a parentes, a estocagem de bens, os desvios e caixa dois para campanhas eleitorais e um sem-número de delitos ainda não julgados.
Réu em cinco processos, o cacique do PT ainda arrota soberba. Diz que só ele e seu partido podem ensinar a como combater a corrupção. Distribui ditirambos. Tripudia de autoridades: “Se eles não me prenderem logo, eu é que vou prender eles”. E dá “lições” de indignação reclamando que “a desgraça tomou conta do País” desde que o PT deixou o poder. Um mestre do embuste, fanfarrão em decadência, hoje ele é levado a sério apenas por seguidores fanatizados que na sua fé cega exercitam a negação da bandidagem praticada sob as próprias fuças. Lula se regozija.
A recente mudança de foco e ataques para Temer, dada através da delação do empresário encalacrado Joesley Batista, serviu sob medida para proteger, ao menos temporariamente, o verdadeiro capo di tutti capi. A colaboração prestimosa do dono da Friboi virou piada corrente. Como “Dom” Lula, que comandou por 13 anos os desígnios nefastos do País teria perdido o trono de malversações para o infante mandatário Temer com menos de um ano de poder? Só nas mirabolantes e mal intencionadas versões de Joesley isso seria possível.
A conveniente transferência de status atende ao intento de obliterar investigações, especialmente sobre o BNDES que generosamente, nos tempos de Lula e Dilma, incensou a fulgurante trajetória do grupo dos irmãos Batista, entrando inclusive como sócio nas empreitadas. Os comparsas se protegem e atacam. Criaram uma grande pantomima para escamotear os acertos de coxia e desfiam mentiras que não param em pé.
Joesley informa apenas dois encontros com o cacique do PT. Lhe atribui menções vagas, como a da responsabilidade por institucionalizar a corrupção. Mas não lhe confere qualquer conversa “não republicana”. A condução oportunista de seus relatos é constrangedora. Lula, salvaguardado, tenta reacender o mito do herói dos pobres, ungido por desígnios sagrados, acima do bem e do mal – e de qualquer imputação de penas por erros que eventualmente tenha cometido. Tarde demais. Ele já está no patíbulo à mercê dos julgadores. Deverá, no mínimo, ficar inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ou mofar na cadeia.

Serviço secreto de Israel investe em alta tecnologia por mais segurança

O Mossad, o serviço secreto de Israel, está criando um fundo de investimentos para startups de alta tecnologia, em uma iniciativa que destaca a simbiose entre a comunidade empresarial do país e o seu aparato de segurança. O fundo buscará novas tecnologias, como criptografia de informações em alta velocidade, perfilagem de personalidade baseada em comportamentos na internet, robótica flexível, sistemas miniaturizados, enfim, como diz um comunicado do governo “capacidades em qualquer terreno e soluções de silenciamento para terra, mar e ar”.
O Mossad também busca novos métodos de resumo de documentos, catalogação de informações e extração de conexões semânticas, usando aprendizado automático. O fundo dará subsídios de até US$ 569 mil para empresas. Ele não terá participações acionária nas companhias em que investir, mas buscará acesso à propriedade intelectual dos programas que financiar, com base em licença não comercial e não exclusiva. De acorco com o governo, “queremos uma situação que seja benéfica para todos e achamos que construímos um modelo que atenderá aos nossos anseios e dos empreendedores”.

Há muito tempo o governo de Israel investe em alta tecnologia por meio da Israel Innovation Authority, que financia startups e projetos de pesquisa e desenvolvimento. Mas é a primeira vez que uma de suas agências de inteligência se expõe publicamente como potencial investidor.

FONTE - http://alefnews.com.br/servico-secreto-de-israel-investe-em-alta-tecnologia-por-mais-seguranca/

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Alemanha: Crimes Sexuais Perpetrados por Migrantes Dobram em um Ano


  • O caso de Eric X. e de sua vítima de estupro de 23 anos expuseram, mais uma vez, o fracasso sistêmico das autoridades alemãs de fazer valer a lei e garantir a segurança pública: fracasso em proteger as fronteiras, fracasso em checar a entrada de migrantes, fracasso em processar e prender criminosos, fracasso em deportar candidatos a asilo rejeitados e fracasso da polícia de levar a sério a crise de estupros perpetrados por migrantes que está engolindo a Alemanha.
  • O problema de crimes sexuais perpetrados por migrantes na Alemanha tem se exacerbado devido ao sistema jurídico leniente, no qual os criminosos recebem sentenças relativamente leves, mesmo em caso de crimes graves. Em muitos casos, indivíduos que são detidos por crimes sexuais são liberados após um interrogatório da polícia. Esta prática permite que os suspeitos criminais continuem cometendo crimes com virtual impunidade.
  • Em Berlim, um tribunal absolveu um turco de 23 anos de idade do crime de estupro porque a vítima não conseguiu provar que não consentiu o ato. O tribunal ouviu o depoimento de como o homem prendeu a cabeça da mulher entre as barras de aço da cabeceira da cama e a violentou repetidamente por mais de quatro horas. A mulher gritou "pare" resistindo, arranhando as costas do agressor, mas em um determinado momento ela parou de resistir. O tribunal perguntou: "será que o réu pensou que você estava de acordo?".
Dois policiais alemães foram removidos de suas funções por não terem prestado assistência adequada de emergência a uma mulher que acabara de ser estuprada por um migrante em Bonn.
A falta de providências dos policiais aumentou ainda mais o temor de que as autoridades alemãs não estão levando a sério a crise de estupros na qual milhares de mulheres e crianças alemãs estão sendo atacadas sexualmente, desde que a chanceler Angela Merkel permitiu a entrada de cerca de dois milhões de migrantes da África, Ásia e Oriente Médio.


Alguns dos dois milhões de migrantes da África, Ásia e Oriente Médio cuja entrada na Alemanha foi autorizada pela chanceler Angela Merkel chegando ao país, via Áustria, em 28 de outubro de 2015, perto de Wegscheid. (Foto de Johannes Simon/Getty Images)


O incidente ocorreu pouco depois da meia-noite de 2 de abril, quando uma mulher de 23 anos de idade foi estuprada em um acampamento da reserva natural de Siegaue. O namorado, de 26 anos, tomado pelo pânico ligou para o serviço de emergência da polícia para pedir ajuda, uma funcionária atendeu o telefone. O namorado disse à atendente: "minha namorada está sendo estuprada por um negro. Ele tem uma machete". A policial respondeu: "o senhor não está me zoando, né?" ("Sie wollen mich nicht verarschen, oder?"). O namorado respondeu: "não, não". A policial respondeu:" hmm. "Depois de alguns instantes em silêncio ela prometeu despachar uma viatura da polícia para investigar. Então ela disse: "obrigado, até logo" desligando abruptamente o telefone.

Poucos minutos depois, o namorado novamente chamou o serviço de emergência da polícia e outra oficial atendeu o telefone. O namorado disse: "olá, acabei de falar com a sua colega". A oficial respondeu: "o que está acontecendo?" o namorado disse: "é sobre o estupro da minha namorada". a oficial retrucou: "é de Siegaue, né?" O namorado disse: "exatamente". A oficial então disse ao namorado para que ele chamasse a polícia de Siegburg, cidade ao norte de Bonn. "Eles podem cuidar melhor desse caso", disse a oficial antes de desligar.

A polícia finalmente chegou ao local cerca de 20 minutos depois. Frank Piontek, porta-voz do departamento de polícia de Bonn, inicialmente defendeu a conduta dos policiais: "ainda que a polícia tivesse tratado do caso de forma diferente, nada poderia impedir o estupro". Diante de uma onda de indignação pública, no entanto, o departamento de polícia de Bonn divulgou um comunicado em 31 de maio - dois meses após o estupro - que os dois agentes envolvidos no caso "nunca mais" trabalharão no centro de controle de emergência da polícia.
Nesse ínterim, seis dias após o estupro, a polícia prendeu um suspeito, um migrante de 31 anos de idade de Gana chamado Eric Kwame Andam X., com base em evidências de DNA. Eric X. já era conhecido da polícia alemã: ele havia sido preso cinco vezes devido a uma série de crimes, nunca foi acusado de nada e sempre foi liberado. Mais tarde veio à tona que ele havia fugido de Gana em 2016 depois de assassinar o cunhado.
Depois de deixar Gana, Eric X., cujo pai já falecido era um dos principais produtores de cacau do país, viajou para a Líbia. De lá atravessou o Mar Mediterrâneo rumo à Itália, onde pediu asilo, ficando alojado por nove meses em um abrigo para migrantes.

No início de 2017, Eric X. pegou um trem em Roma, chegando na Alemanha em 10 de fevereiro de 2017, solicitando asilo. Passado um mês, agentes alemães rejeitaram o pedido de asilo. Eric X. deveria ter sido deportado em 17 de março - duas semanas antes dele ter cometido o estupro em Bonn - mas um advogado de imigração deu entrada em uma petição apelando da decisão sobre o pedido de asilo, apesar da lei da UE estipular claramente que Eric X tinha autorização de solicitar asilo em apenas um país da UE, nesse caso na Itália. Os juízes locais não conseguiram decidir o recurso em tempo hábil devido a uma sobrecarga de casos semelhantes.

O caso de Eric X. e de sua vítima de estupro de 23 anos expuseram, mais uma vez, o fracasso sistêmico das autoridades alemãs de fazer valer a lei e garantir a segurança pública: fracasso em proteger as fronteiras, fracasso em checar a entrada de migrantes, fracasso em processar e prender criminosos, fracasso em deportar candidatos a asilo rejeitados e fracasso da polícia de levar a sério a crise de estupros perpetrados por migrantes que está engolindo a Alemanha.

relatório anual - Criminalidade no Contexto da Migração (Kriminalität im Kontext von Zuwanderung) - publicado pelo Departamento Federal de Polícia Criminal (Bundeskriminalamt, BKA) revelou em 27 de abril um salto de quase 500% no número de crimes sexuais perpetrados por migrantes (definidos como ataques sexuais, estupros e abuso sexual de crianças) nos últimos quatro anos.

O relatório mostrou que os migrantes (Zuwanderer, definidos como candidatos a asilo, refugiados e imigrantes ilegais) cometeram 3.404 crimes sexuais em 2016 - cerca de nove por dia. Um salto de 102% em relação a 2015, quando os migrantes cometeram 1.683 crimes sexuais - cerca de cinco por dia. Em termos de comparação, os migrantes cometeram 949 crimes sexuais em 2014, cerca de três por dia e 599 crimes sexuais em 2013, cerca de dois por dia.
De acordo com o relatório, os principais criminosos de 2016 vieram dos países a seguir: Síria (salto de 318,7% em comparação a 2015), Afeganistão (salto de 259,3%), Iraque (222,7%), Paquistão (70,3%), Irã (329,7%), Argélia (100%) e Marrocos (115,7%).

O problema de crimes sexuais perpetrados por migrantes na Alemanha tem se exacerbado devido ao sistema jurídico leniente, no qual os criminosos recebem sentenças relativamente leves, mesmo em caso de crimes graves. Em muitos casos, indivíduos que são detidos por crimes sexuais são liberados após um interrogatório da polícia. Esta prática permite que os suspeitos criminais continuem cometendo crimes com virtual impunidade.

Em Hamburgo por exemplo, um candidato a asilo afegão de 29 anos de idade abusou sexualmente de uma menina de 15 anos enquanto ela dormia em um quarto de um hospital local. O afegão foi internado na sala de emergência do hospital devido ao seu avançado estado de embriaguez. Sem estar sob vigilância, o afegão primeiro entrou no quarto de uma mulher de 29 anos que conseguiu sozinha se desvencilhar dele. Ele então entrou no quarto da menina de 15 anos abusando sexualmente dela. Ele foi detido e em seguida liberado. A polícia salientou que não havia motivos suficientes para prestar queixa.

Também em Hamburgo em 8 de junho, um tribunal deliberou que Ali D., migrante de 29 anos do Iraque que estuprou uma menina de 13 anos na estação de metrô da cidade de Jungfernstieg, não poderia ser considerado culpado da acusação de abuso sexual de crianças (Sexueller Missbrauch von Kindern) porque ele não tinha como saber que a menina tinha menos de 14 anos. De acordo com a lei alemã, são consideradas crianças se tiverem menos de 14 anos de idade. Com o arquivamento da acusação de abuso sexual de criança, Ali D. enfrenta apenas uma única acusação de estupro que, neste caso, representa a pena máxima de quatro anos de prisão. O tribunal foi tolerante porque Ali D. - que fugiu para a Hungria após o ataque sendo extraditado para a Alemanha em 2 de março - confessou ter violado a menina. O tribunal também disse que Ali D. tinha "responsabilidade penal diminuída" (Verminderte Schuldfähigkeit) porque ele estava bêbado quando estuprou a vítima.

Anteriormente o mesmo tribunal já havia concedido a suspensão condicional da execução da pena a um grupo de adolescentes sérvios que perpetraram estupro coletivo violando uma menina de 14 anos abandonando-a em seguida para que ela morresse de frio sob temperaturas abaixo de zero. Naquela época, o juiz salientou que, embora "as penas possam parecer leves para o público", os adolescentes confessaram os crimes, pareciam estar com remorso e não mais apresentavam um perigo para a sociedade.

A decisão, que na prática permitiu que estupradores permanecessem em liberdade, provocou um raro momento de indignação pública em relação ao problema dos crimes sexuais perpetrados por migrantes na Alemanha. Uma petição na Internet pedindo que os adolescentes molestadores passem um tempo na prisão colheu mais de 100 mil assinaturas, os promotores disseram que iriam apelar do veredito. O tribunal ainda não concordou em reabrir o caso.

Em Berlim, um tribunal absolveu um turco de 23 anos de idade do crime de estupro, porque a vítima não conseguiu provar que não consentiu o ato. O tribunal ouviu o depoimento de como o homem prendeu a cabeça da mulher entre as barras de aço da cabeceira da cama e a violentou repetidamente por mais de quatro horas. A mulher gritou "pare" resistindo, arranhando as costas do agressor, mas em um determinado momento ela parou de resistir. O tribunal perguntou: "será que o réu pensou que você estava de acordo?" O tribunal ressaltou que não podia determinar se, da
perspectiva da cultura turca, o que ela acreditava ser estupro, ele podia achar ser simplesmente sexo selvagem.

Na vizinha Áustria, o Supremo Tribunal reduziu a sentença de Amir A., migrante de 21 anos do Iraque, de sete para quatro anos de prisão por estuprar um menino de 10 anos em uma piscina pública em Viena. Durante o julgamento em primeira instância, Amir A. confessou ter abusado do menino. Ele disse que era uma "emergência sexual" porque ele não tinha tido relações sexuais há quatro meses. O advogado de defesa persuadiu o Supremo Tribunal de que a sentença de sete anos era "draconiana" e "excessiva". Contando o tempo já cumprido, Amir A. em breve estará em liberdade.

Entretanto, se as pesquisas de opinião tiverem algum valor, ao que tudo indica a chanceler Merkel não tem que se preocupar com o preço político pelo seu papel na crise de migração. Na verdade, a aprovação dela é tão alta quanto antes da crise dos migrantes entrar em erupção em agosto de 2015.

Uma pesquisa de opinião da ARD-Deutschlandtrend publicada em 8 de junho constatou que 64% dos alemães estão "satisfeitos" ou "muito satisfeitos" com Merkel. Se a chanceler alemã fosse eleita diretamente, 53% (4% acima do mês anterior) votariam nela, 29% optariam pelo candidato social-democrata, Martin Schulz (7% menos que o mês anterior).
Em setembro de 2016, a pesquisa de opinião da ARD-Deutschlandtrend constatou que o índice de popularidade de Merkel tinha despencado para 45%, o índice mais baixo dos últimos cinco anos, bem abaixo dos 67% do ano anterior. Na época, mais da metade (51%) dos entrevistados disseram que "não seria bom" se Merkel entrasse na corrida por mais um mandato em 2017.

As pesquisas parecem mostrar dois fatores a favor de Merkel: primeiro é a falta de um rival político forte o suficiente para desafiá-la e segundo, que os eleitores podem achar que ela é a candidata menos pior para liderar o país.
Soeren Kern é Colaborador Sênior do Gatestone Institute de Nova Iorque
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Como distinguir Liberalismo de Democratismo



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

O texto abaixo foi publicado no livro “A Cultura Ocidental - O Cinema a Serviço da Cultura”, escrito por Antonio Paim, Leonardo Prota e Ricardo Velez Rodriguez

Os ministérios se compõem de dois grupos. Um formado por gente incapaz, e outro por gente capaz de tudo” (Getulio Vargas)

O democratismo corresponde a uma corrente política que em muitos casos tem sido confundida com o liberalismo. A confusão advém do fato de que, no momento em que o democratismo fez sua aparição, durante a Revolução Francesa, a experiência liberal estava circunscrita à Inglaterra, e não tinha propósitos democratizantes. Em sua primeira fase, o liberalismo tratou e consolidar o governo representativo, em oposição à monarquia absoluta.

Estabelecia, então, como condição essencial para tornar-se eleitor – ou representante -, a posse de certos bens que assegurassem uma posição independente em relação ao Estado. A luta em prol de um sistema que se regesse segundo leis de todos conhecidas exigiu grande tenacidade de parte da liderança liberal e impôs um sem número de sacrifícios. A elite proprietária estava disposta a correr tais riscos, livrando-se, em troca, da ameaça de tudo perder pelo simples arbítrio do monarca.

O governo representativo configurou-se durante uma prática prolongada. A experiência é que sugeriu a separação e a autonomia dos diversos poderes. O relacionamento entre o Parlamento e o Governo foi fixado após a alternância de muitos governantes, o que deu base à identificação daquilo que independia dessa ou daquela personalidade. As questões consideradas eram muito concretas, como, por exemplo, a imposição de que os impostos seriam votados anualmente, a fim de consolidar a praxe de reunir-se o Parlamento; mandatos curtos para os representantes, obrigando-os a prestar contas periodicamente aos eleitores, submetendo-os, desse modo, ao seu controle e vigilância, com o propósito de dificultar acordos espúrios com o absolutismo monárquico, e assim por diante. O espaço da liberdade frente à onipotência estatal foi sendo conquistado paulatina e sucessivamente.

Enquanto isso, no continente europeu, no mesmo período, Isto é, no século XVIII, havia, sobretudo, teorizações deduzidas de circunstâncias inteiramente idealizadas. Veicularam-se doutrinas de nítido cunho romântico, difundindo a crença de que o homem era bom por sua própria natureza. Estragava-o a sociedade, sobretudo a falta de liberdade. Formulação mais ou menos acabada de tais idealizações seria da lavra de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Coube-lhe estabelecer o denominado princípio da vontade geral, isto é, a tese de que o homem se chegasse a encontrar uma sociedade onde estivesse a salvo de toda arbitrariedade, a vontade que daí emergisse seria eminentemente moral e digna da melhor acolhida.

Na sociedade idealizada por Rousseau, a vontade geral é interpretada por um homem sábio, que esteja acima das paixões e dos egoísmos. As leis tenderiam a alcançar uma espécie de perfeição absoluta. Ao governo não caberia legislar, mas expedir os decretos requeridos pela execução das leis. Nesse sistema não há nem democracia direta e nem Poderes Executivo e Legislativo autônomos.

No sistema de Rousseau tampouco há lugar para o indivíduo. Enquanto o governo representativo tratava de disputar ao Estado um lugar cada vez mais amplo para os indivíduos, o projeto de Rosseau consistia em sufocar essa dimensão.
    
A sociedade real de que o liberalismo queria dar conta estava dividida em grupos e interesses conflitantes. A apresentação era reconhecida como sendo de interesses. O máximo que estes poderiam chegar em matéria de pacto comum consistia no reconhecimento da legitimidade dos diversos interesses, fixando a premissa requerida para a negociação armado, que submetia as nações européias em formação a constantes guerras civis.
    
Francisco Martins de Souza, no livro “Evolução Histórica do Liberalismo”, julga que tal reconhecimento constitui o germe da futura democratização da idéia liberal, mas partindo de uma circunstância estabelecida concretamente e não de modo abstrato. Eis o que escreve no texto citado:
    
“Kant vai lançar a idéia de que os interesses são extensivos a todos, independentemente do valor desses interesses, e assim entende-se o início da democratização da idéia liberal sem cair no democratismo”.
    
Na hipótese de Rousseau, não havendo conflito real, mas apenas dificuldade em encontrar a formulação adequada da vontade geral, a democracia é dada como absoluta.
    
Finalmente, no Estado de Rousseau não há lugar para tolerância. Devem ser fixados is dogmas indispensáveis à vida civil, e os que não se submetam podem ser banidos ou desterrados.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

CHEGOU A HORA DA FOGUEIRA - por Carlos Brickmann


Coluna Carlos Brickmann – 28/06/2017)

BRICKMANN 2
Carlos Brickman

Como no futebol, há juízes para decidir cada lance. Como no futebol, a derrota pode derrubar o time. Como no futebol, há quem se rebele contra o juiz. Como no futebol, muita gente levou uma bolada. Mas não se trata de futebol: trata-se de um país e de seu futuro. Futuro? Como no futebol, cada um pensa no próprio futuro, e os outros que, digamos, se danem.

O presidente Temer e o ex-presidente Lula buscam desmoralizar seus acusadores. Ataca-se o procurador-geral Janot, que denunciou Temer, e o Ministério Público, que, segundo Temer, não investigou procuradores cujo comportamento considera duvidoso. Ataca-se o juiz Moro, que Lula acusa de parcialidade, e procuradores da Lava Jato, porque fazem palestras pagas. Tanto Temer quanto Lula suspeitam que os acusadores tenham forçado delações “a la carte”, dando substanciais reduções de pena a quem atingisse determinado acusado. O embate nos tribunais mais parece uma guerra.

O juiz Sérgio Moro pode, a qualquer momento, emitir a sentença de Lula. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, diz que só é aceitável a sentença que o absolva integralmente. O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, defende “o confronto popular aberto nas ruas” se Lula for condenado. Temer acena com o êxito da política econômica (a inflação ficou abaixo da meta, as exportações cresceram) que, indica, só será mantida caso fique no cargo.

E o Brasil? O Brasil é apenas um detalhe.

Dois lados, uma defesa

Temer e Lula são hoje adversários ferozes, mas sua defesa é a mesma: há uma conspiração dos inimigos contra eles, e não há provas de nada. Mas cada um tem um antídoto diferente para a peçonha dos adversários. Lula, a ameaça de convulsão social, com apoio do PT, de partidos como PSOL e PSTU, de centrais sindicais como a CUT; Temer, a blindagem parlamentar, já que é preciso que 342 deputados (em 513) autorizem o processo contra ele.

Só que Lula já ameaçou colocar nas ruas “o exército de Stedile” (o MST) e não deu certo. E Temer, em seu duro discurso de ontem, apareceu na TV ao lado de políticos de menor expressão. Os caciques se pouparam.

É o que temos

Outra arma de Temer é a falta de um bom nome para sucedê-lo, caso seja afastado. Mesmo que surja alguém, será eleito por um Congresso em que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o da Câmara, Rodrigo Maia, são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Caso Temer seja afastado, Rodrigo Maia é o favorito para sucedê-lo.

O Temer…

Um fato está intrigando os meios políticos: este Temer não é o Temer a que todos se acostumaram. Temer sempre foi discreto, afável, racional, cauteloso, frio e duro – foi quem assumiu com êxito a Secretaria de Segurança de São Paulo logo depois do massacre do Carandiru. O Temer presidente não tem como ser discreto. Mas anda ríspido, irritado, reagindo emocionalmente à pressão que sofre. O político cauteloso, que antes de falar “boa noite” pensava muito para não ser mal interpretado, referiu-se duas vezes aos russos como “soviéticos” – o que não são há 27 anos; e, em visita oficial à Noruega, confundiu o rei da Noruega com o da Suécia.

…que não é o Temer

O duro Temer levou um pito da primeira-ministra norueguesa sobre desmatamento na Amazônia e calou a boca. O sempre bem-informado Temer nem lembrou, ou nem sabia, que uma empresa controlada pelo Governo da Noruega está desmatando quase cinco mil hectares da floresta amazônica para extrair bauxita, o minério básico do alumínio; e que um país tão interessado no meio ambiente talvez devesse repensar a poluente extração de petróleo no Mar do Norte e a autorização para a caça às baleias.

O cauteloso Temer ainda recebeu Joesley Batista nos porões do Jaburu.

O dia da caça

Os procuradores da República elegem hoje três candidatos à Procuradoria-Geral, na sucessão de Janot. Mas o presidente Temer nomeia quem quiser, esteja ou não na lista tríplice. Uma escolha acertada pode fazer com que Janot se enfraqueça até deixar o cargo, em 17 de setembro. Temer acredita que, saindo Janot, se reduzam as pressões contra ele. Mas nem sempre é assim: o novo procurador-geral pode querer provar que não está lá para acochambrar, e que é tão duro quanto o antecessor.

Gravando lá e cá

O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu a família para dizer que ninguém deve se preocupar com delações premiadas em que é citado. Informou que, durante todo seu período como ministro, gravou todas as conversas que manteve em seu gabinete. São oito anos de gravações.


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