terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Por que Trump (e Obama) não condena Arábia Saudita por terrorismo? - por Gustavo Chacra


30 Janeiro 2017 | 13h15
Acho errada a lei de Donald Trump para barrar a entrada nos EUA temporariamente refugiados de todo o mundo e cidadãos de sete países (Irã, Iraque, Síria, Yemen, Somália, Líbia e Sudão). Mas no meu post anterior tratei desta questão absurda de incluir na lista, por exemplo, os iraquianos, que são os maiores aliados dos americanos na luta contra o ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh). Minha dúvida hoje diz respeito a, se Trump realmente quer bloquear cidadãos de países com histórico de terrorismo e ele cita tanto o 11 de Setembro, por que a Arábia Saudita não foi incluída?
. Quinze dos 19 terroristas do 11 de Setembro eram sauditas
. A Arábia Saudita é o país com o regime mais radical extremista islâmico do planeta
. É a nação onde as mulheres têm menos direitos
. É a nação onde as minorias religiosas, incluindo cristãos, possuem menos direitos
. É a nação que difunde a ideologia wahabbita dos islamismo, utilizada por grupos terroristas como o ISIS, Al Qaeda, Boko Haram, Al Shabab e Taleban
Por favor, caso alguém saiba a resposta, escreva aqui. Mas é surreal como mesmo Trump, com um discurso populista em relação ao terrorismo jihadista, não bate de frente com a Arábia Saudita. Por que este regime saudita ultra-extremista, medieval e repugnante tem tanto poder? Em tempo, o regime saudita não condenou a lei de Trump, pouco se importando com os muçulmanos dos sete países citados e com os refugiados de todo o mundo. E Trump conversou com lideranças do país depois de implementar a lei
Obs. Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, George Bush (pai), Ronald Reagan… Nenhum fez nada contra a Arábia Saudita
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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