BRIGA NO BECO
Encontrei meu marido às três horas da tarde com uma loura oxidada. Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados. Ataquei-os por trás com mãos e palavras que nunca suspeitei conhecer. Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei, gritei meu urro, a torrente de impropérios. Ajuntou gente, escureceu o sol, a poeira adensou como cortina. Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura, sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, [fêmea-ofendida, uivava. Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se. Quando não pude mais fiquei rígida, as mãos na garganta dele, nós dois petrificados, eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos, as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo [ graças. Desde então faço milagres.
De Bagagem (1976)
Biografia de Adélia Prado aqui
|
Páginas
- Contatos e Perfil
- Tabelionatos em Porto Alegre
- Registros de Imóveis em Porto Alegre
- Cartórios de Registro Civil em Porto Alegre
- Salário Mínimo Nacional 2016
- Salário Mínimo Regional do RS 2015 (válido até 31.01.2016)
- RETENÇÃO IMPOSTO DE RENDA 2016
- TAXA REFERENCIAL (TR)
- INDICADORES ECONÔMICOS (IGP-M, INCC, IGP, ETC)
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Poema da Madrugada - Adélia Prado - BRIGA NO BECO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário