terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Por que Trump (e Obama) não condena Arábia Saudita por terrorismo? - por Gustavo Chacra


30 Janeiro 2017 | 13h15
Acho errada a lei de Donald Trump para barrar a entrada nos EUA temporariamente refugiados de todo o mundo e cidadãos de sete países (Irã, Iraque, Síria, Yemen, Somália, Líbia e Sudão). Mas no meu post anterior tratei desta questão absurda de incluir na lista, por exemplo, os iraquianos, que são os maiores aliados dos americanos na luta contra o ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh). Minha dúvida hoje diz respeito a, se Trump realmente quer bloquear cidadãos de países com histórico de terrorismo e ele cita tanto o 11 de Setembro, por que a Arábia Saudita não foi incluída?
. Quinze dos 19 terroristas do 11 de Setembro eram sauditas
. A Arábia Saudita é o país com o regime mais radical extremista islâmico do planeta
. É a nação onde as mulheres têm menos direitos
. É a nação onde as minorias religiosas, incluindo cristãos, possuem menos direitos
. É a nação que difunde a ideologia wahabbita dos islamismo, utilizada por grupos terroristas como o ISIS, Al Qaeda, Boko Haram, Al Shabab e Taleban
Por favor, caso alguém saiba a resposta, escreva aqui. Mas é surreal como mesmo Trump, com um discurso populista em relação ao terrorismo jihadista, não bate de frente com a Arábia Saudita. Por que este regime saudita ultra-extremista, medieval e repugnante tem tanto poder? Em tempo, o regime saudita não condenou a lei de Trump, pouco se importando com os muçulmanos dos sete países citados e com os refugiados de todo o mundo. E Trump conversou com lideranças do país depois de implementar a lei
Obs. Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, George Bush (pai), Ronald Reagan… Nenhum fez nada contra a Arábia Saudita
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Elefantes brancos: estádios da Copa têm prejuízo e pedem socorro


Gonçalo Junior - O Estado de São Paulo

Mané Garrincha, em Brasília, e as arenas Pantanal (em Cuiabá) e da Amazônia (em Manaus) não conseguem pagar suas contas de manutenção mensal


Das doze arenas da Copa do Mundo, três se desdobram em estratégias para diminuir o prejuízo mensal com o baixo número de partidas nos últimos dois anos. No Campeonato Amazonense, a Arena da Amazônia não cobra aluguel dos clubes que jogam lá. A diária dos funcionários também fica “na faixa”. Desde o ano passado, o Mané Garrincha (Distrito Federal), que só tem três jogos confirmados do Candangão até agora, passou a alojar dois órgãos da administração estadual, economizando aluguel do orçamento do governo. Por mês, o saldo negativo é de R$ 500 mil. No Mato Grosso, os gestores da Arena Pantanal defendem uma ação federal, com a participação da CBF e do Governo, para salvar os estádios da Copa que estão no vermelho. 
O apelo dos mato-grossenses se justifica. E o pedido de socorro é geral. Com custos médios de R$ 700 mil por mês, a arena não consegue cobrir nem 10% disso, ou seja, R$ 70 mil. Os números são da Secretaria Adjunta de Esportes e Lazer. O estádio é bancado pelo governo estadual. Até o momento, estão confirmados 20 jogos da primeira fase do campeonato local, o que não significa lá grande coisa. Os clubes pagam pela utilização da Arena Pantanal uma taxa de 8% da renda bruta. A final do torneio de 2016, por exemplo, teve uma renda pífia, de R$ 167 mil.
Foto: André Dusek/Estadão
Com poucos jogos, shows esporádicos e público quase sempre baixo, o Mané Garrincha dá prejuízo e virou até sede de secretarias distritais
Com poucos jogos, shows esporádicos e público quase sempre baixo, o Mané Garrincha dá prejuízo e virou até sede de secretarias distritais
Para resolver essa situação de penúria, o secretário Leonardo Oliveira vê duas saídas emergenciais: concessão à iniciativa privada e uma ação federal. “A CBF e o governo federal poderiam desenvolver uma ação conjunta, a nível nacional, para fomentar o esporte nas arenas da Copa que possuem poucas partidas”, defende o secretário. 
Em Brasília, Jaime Recena, secretário de Turismo do Distrito Federal, rejeita o rótulo de elefante branco para o Mané Garrincha. “O nosso estádio é um elefante, mas não é branco, não. Ele está corado”, defende. 
Para sustentar a afirmação, Recena abre as contas do estádio mais caro do Mundial de 2014. O custo de manutenção mensal é parecido com o do colega mato-grossense (R$ 700 mil); a arrecadação gira em torno de R$ 200 mil. No ano passado, o estádio recebeu 28 partidas de futebol, dez da Olimpíada. O show do grupo norte-americano Guns N' Roses ajudou a diminuir o prejuízo – o aluguel para grandes eventos oscila entre R$ 150 mil e R$ 500 mil.

Como estão os estádios da Copa do Mundo de 2014

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Para compensar o rombo, a arena se tornou o endereço de três órgãos da administração estadual. Nos números do secretário, a economia com aluguel alcançou R$ 10 milhões entre junho de 2015 e junho de 2016, quando a arena foi entregue para os Jogos Olímpicos. Hoje, estão no estádio a Secretaria de Cidades e um departamento da Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal). 
Para 2017, só estão confirmados três jogos no estádio do campeonato estadual. Os clubes reclamam que é caro jogar ali. De acordo com a negociação, o time tem de pagar entre 8% e 13% da bilheteria. “A média de público nos nossos jogos é de duas, três mil pessoas. Se a gente jogar lá, teremos prejuízo”, afirma Paulo Henrique Lorenzo, gerente de futebol do Brasiliense. 
As arenas ainda enfrentam um problema adicional visível pela tevê. Quando as partidas são realizadas, elas ficam vazias, pois são muito grandes para a realidade local. No ano passado, 70% dos lugares das arenas da Copa ficaram desocupados. Sete dos doze estádios tiveram ocupação menor que 30%. 
SOLUÇÃO
Para contornar o problema do valor do aluguel, os administradores da Arena da Amazônia não cobram a taxa dos clubes locais. Para times de outros estados, ela gira em torno de 7 a % 10%. A final de 2016 atraiu 1.574 pessoas que deixaram na bilheteria R$ 17.580,00. “A renda da bilheteria vai para os clubes. É uma forma de incentivar o futebol local”, diz o secretário estadual de Juventude, Esporte e Lazer, Fabrício Lima. 
Foto: Bruno Kelly/Estadão
Arena da Amazônia não cobra taxa dos times locais
Arena da Amazônia não cobra taxa dos times locais
A iniciativa também tenta minimizar o saldo negativo. Em 2016, a despesa anual foi de R$ 6,5 milhões. A receita, por sua vez, alcançouR$ 1,1 milhão. “Nosso objetivo é encerrar 2017 no 0 a 0”, diz o secretário. 
Em todos os estados, uma das soluções apontadas foi a concessão à iniciativa privada. Em Brasília, uma chamada pública atraiu dois grupos interessados. No Mato Grosso, a secretaria acha difícil encontrar um parceiro. Em quatro locais, empresas que gerem os estádios querem deixar o negócio. Isso aconteceu em Pernambuco – a administração voltou para o governo do estado. Pode acontecer no Maracanã, Arena das Dunas (RN) e na Fonte Nova. 
ARENA PANTANAL
O governo de Mato Grosso vai transformar a Arena Pantanal em estádio-escola. A decisão acontece três meses depois de publicação de decreto que definiu as regras de gestão e utilização das áreas externas e internas do espaço. Na ‘Arena da Educação’, da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer, os estudantes terão, além das disciplinas regulares, musculação, natação e treinos ligados ao esporte de preferência do aluno.
Foto: Joel Marcos;/Reuters
Arena Pantanal vai trocar atletas por estudantes
Arena Pantanal vai trocar atletas por estudantes
Inicialmente, a unidade atenderá o 3º Ciclo do Ensino Fundamental (7º, 8º e 9º anos) e três turmas do 1º ano do Ensino Médio, com foco em esporte de alto rendimento. Segundo a assessoria da Seduc/MT, a arena possui os equipamentos necessários para fazer uma escola de tempo integral, vocacionada ao esporte. No local, há 75 salas disponíveis, que serão transformadas, gradativamente, em salas de aula.
O espaço que sediou quatro jogos da Copa tem sido palco de brigas judiciais entre o Estado e as empresas Mendes Junior. A empresa diz que tem dinheiro a receber. O governo alega que já pagou a obra.

(Colaborou Fátima Lessa)

CRÔNICA DO BAURU (Excelente crônica)

Magu
Magu
Mentor Neto
Mentor Neto

Bauru é um sanduíche brasileiro inventado por Casimiro Pinto Neto, assim chamado em referência à cidade natal (Bauru) do criador, no restaurante  Ponto Chic do Largo do Paysandu, nº 27 (SP),  em 1937. (Mas o restaurante foi inaugurado na Semana de Arte Moderna, 1922). O sanduíche logo se tornou popular e foi batizado com a alcunha de seu criador. Casimiro era estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e ele e seus colegas eram assíduos frequentadores. Depois reduto dos estudantes esquerdinhas pós 1968.
Ali conheci Ciro Monteiro, o sambista da caixinha de fósforos.

A receita original de Pinto Neto acabou sendo oficializada pela lei municipal 4314, de 24 de junho de 1998, aprovada pela câmara dos vereadores de Bauru. Consiste em um pão francês sem miolo, com fatias de rosbife, de tomate, de picles e uma mistura de queijos prato, estepe, gouda e suíço derretidos em banho-maria, apenas com sal como condimento.
Uma verdadeira experiência gastronômica, que comia desde a década de 1950. Depois, em 1978 abriram filial nas Perdizes, no Largo Pe. Péricles, 139 e em 1986, na Pça Oswaldo Cruz, 26, comecinho da Paulista. Todos sempre com o ainda ótimo chopp Brahma. Parabéns à Imbev por não ter mudado o sabor.

No sanduíche há variações. Na minha juventude, quando se entrava numa padaria qualquer e se pedia um bauru, o funcionário botava na chapa quente duas fatias de presunto (naquela época não existia o horroroso apresuntado), depois botava duas fatias de queijo prato por cima, cobria com uma tampa. Quando pronto, era encimado com duas grandes fatias de tomate, um fio de azeite (também bom, pois não existia azeite falsificado) uma pitada de sal, botava metade de um pãozinho francês por cima, passava a espátula por baixo, levantava tudo e colocava a outra metade do pão. Eu não deixava cortar o sanduíche no meio, pois achava uma frescura. Nada como segurar nas mãos o sanduba inteiro, e o copo de cerveja do lado, de uma meia cerveja premium mineira chamada Ouro Fino, um must. Não era difícil comer dois. Às vezes, 3 desses.

Mas chega de falar em sacanagens e vamos à crônica do Mentor Neto, na Isto É do aniversário de SP.


O POVÃO NÃO VAI AGUENTAR
1932
Casimiro entrou e não cumprimentou ninguém, irritado.
 Um chope com exatos dois dedos de colarinho pousou diante dele. 
O advogado e jornalista sacou um bloquinho e se pôs a redigir copiosamente.
 Meia hora depois, Pérsio chegou com seu bigode finamente aparado sobre o lábio superior sorrindo para as francesinhas na mesa dos fundos.
 Deu um tapa nas costas do Casimiro. 
– Que que há, Bauru? – Como todos, chamava Casimiro pelo apelido da São Francisco. Homenagem a sua cidade natal.
 – Há que o povão não vai aguentar, Pérsio. Vargas quer governar por decreto!
 – Para com isso, homem. Olha as moças que esse mau humor passa – Pérsio mirava beijos com um biquinho melado.
 – Juvenal! – Casimiro, ignorando o amigo, chamou o garçom – você me corte uma baguete e bota dentro rosbife, tomate, pepino, queijo prato, suíço e o que mais tiver aí de queijo.
 – Agora gostei! Juvenal, me veja um igual ao do Bauru. – acompanhou Pérsio.

1968

Os alunos da Engenharia estavam sentados ao redor da mesa de mármore, conspirando aos cochichos.
 Ronaldo era o mais efervescente. 
– Batata. A coisa vai explodir se os milicos não aliviarem. 
– O povão não vai aguentar.
 – Precisamos nos organizar! – Lúcio concordou enfático.
 Falabella fez que sim com a cabeça.
 – Ô Juvenal! Traz uns baurus aqui para nós! – ordenou o rebelde mais robusto.


1984
Os jovens ruminavam baurus enquanto conversavam.
 – A gente tem que ir para as ruas! – engasgou o primeiro. – Diretas Já! – ergueu a mão oleosa o segundo.
 – Senão o povão não vai aguentar!
 – Ketchup por favor, seu Juvenal!

1992
Uns dez estudantes entraram gritando: 
“Ai, ai, ai, ai, se empurrar o Collor cai!!” 
Os que já estavam no restaurante acompanharam a manifestação:
 “Fora Collor! Fora Collor!”
 – O povão não vai aguentar!! Fora Collor!! – gritou um dos recém-chegados.
 – Bauru para todo mundo? – perguntou seu Juvenal, cansado.


1994

A professora de sociologia perguntou indignada:
 – Mas como assim? O bauru subiu de novo?
 – É a inflação, professora.
 – Assim não dá, seu Juvenal. Desse jeito o povão não vai aguentar.

2005
Um dentista, um endócrino e um pediatra discutiam em volta dos sanduíches:
– Se ficar provado que ele sabia do Zé Dirceu, ferrou. – disse o pediatra.
 – Aí o povão não vai aguentar. – garantiu o dentista.
 – Fato. Mais um bauru, alguém? – convidou o endócrino

2015

Os dois eram amigos.
– Olha, do jeito que vai o povão não vai aguentar.
 – Que nada! Saindo o impeachment tudo melhora.
 Perderam a estribeira
 – Impeachment? Tá louco? É golpe! – gritou o de terno
 – Golpe é o cacete! – respondeu o outro, empurrando a mesa.
 Tiveram de separar.
 Mas não antes do de terno aplicar um pé de orelha no golpista.
 Voou chope e bauru para todo lado.


Ontem
Uma vez por mês os três se encontravam.
 – Foram bem de Festas?
 Todos concordaram que haviam passado bem.
 – Ótimo. Porque esse ano promete… vai ser mais duro que 2016.
 – Será, hein? Porque, pensa, se for pior – e antes que terminasse a frase, os três repetiram num coral.
– …o povão não vai aguentar.
E atacaram os baurus em silêncio reflexivo pelo resto da noite.


PS1 – O site do restaurante diz que a invenção foi em 1937. Mentor usou 1932, um engano, talvez.

PS2- O interessante e engraçado é o aviso no fim da coluna: A opinião do colunista não necessariamente reflete a posição da revista.


Críticas alavancam o amadurecimento de todos – e não será diferente com o Islamismo - por bordinburke

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Como requisito prévio para entender o ponto deste artigo, peço que o leitor assista a dois curtos vídeos, abaixo reproduzidos, ambos por este escriba legendados.
No primeiro, a radialista britânica Katie Hopkins indaga a um ouvinte – que ligou para a rádio indignado com o veto temporário imposto por Donald Trump a sete países com histórico de ligações com grupos terroristas (lista esta elaborada pela administração Obama) – por que os refugiados destas nações não pedem asilo em países muçulmanos, e sim em nações cristãs. Aman admite, no desenrolar do diálogo, que o Islamismo “não passa por uma boa fase”.
No segundo, Asra Nomani, co-fundadora do Movimento pela Reforma Muçulmana, vai na mesma linha, declarando, durante entrevista concedida à Foxnews, que apoia a medida adotada pelo presidente americano, em nome da segurança do povo da América, e denuncia que movimentos de Esquerda (como a Open Society Foundation, financiada pelo Bilionário George Soros) estão por trás dos protestos que tomaram conta dos aeroportos naquele país.
Pois bem, este é o ponto: como reconhecem Aman e Asra, urge que o Islamismo sofra um processo de depuração, uma espécie de iluminismo, uma profunda revisão de vários de seus princípios basilares, tal qual outras religiões, especialmente a católica, experimentaram através dos séculos. Caso contrário, sua sina de colidir com os valores da civilização ocidental seguirá – para o sofrimento tanto de muçulmanos como de professantes de crenças judaico-cristãs.
Episódios como o de 2004, quando o papa João Paulo II pediu desculpas públicas pelos crimes cometidos por sua Igreja durante o período da Inquisição, são inimagináveis partindo de um Imã qualquer que, eventualmente, se mostrasse arrependido por tantas atrocidades cometidas em nome de Alá.
Só que essa mea culpa, bem como o correlato processo de reformulação de preceitos, não serão desencadeados do nada. Não fosse Martinho Lutero ter se levantado veementemente contra certos dogmas do catolicismo romano, e ainda poderíamos estar vendo “bruxas” sendo queimadas, indulgências sendo vendidas e o Estado imiscuído com religião no Ocidente. É necessário, sim, apontar o dedo e deixar claro que a Lei da Sharia é incompatível com o grau de prosperidade atingido por nosso hemisfério.
sharia
Nota-se que é bastante fácil criticar o pastor da Universal quando ele determina que seus fiéis somente possam copular após o matrimônio; que é uma moleza virar para os Testemunhas de Jeová e afirmar que não aceitar fazer transfusões de sangue para salvar vidas é absurdo; que é barbada dirigir-se para o pessoal do Candomblé e asseverar que sacrificar animais para os deuses é uma prática disparatada. E manifestar estas desaprovações para com os procedimentos de tais crenças é extremamente salutar, pois, via de regra, conduz ao aprimoramento da fé, ao abandono de certos expedientes despropositados.
Mas convenhamos que proceder de tal forma em relação ao Islã é tarefa que requer bem mais coragem. Esta preocupação em ofender muçulmanos nada mais é do que síndrome de Estocolmo engarrafada como politicamente correto. Medo mesmo.
E aí ficamos assim: sem ninguém dizer uma palavra sequer contra este código de normas que, não fosse uma religião, seria imediatamente abolido de países democráticos, tal a bestialidade de alguns costumes por ele pregados. Aliás, como bem explica o ouvinte Aman no vídeo acima, as divisões internas da crença, como a disputa entre Sunitas e Xiitas, são outro fator que exorta homens-bomba diariamente no Oriente Médio, e podem, inclusive, ter motivado o atentado na mesquita de Quebec.
quebec-witness
Mas se nos faltar estômago para ajudar esta religião a alcançar um estágio menos bárbaro de comportamento, que sejamos, ao menos, solidários àqueles muçulmanos moderados, que travam esta luta há tempos. Sim, eles existem. Sim, muitos deles vivem próximos de nós. Mas o problema é que eles, normalmente, residem em bairros dominados pelo Islã, e onde a Sharia é simplesmente imposta por fanáticos. Em alguns casos, a polícia até mesmo tem se recusado a atender chamadas de estupro e espancamento de mulheres (como nos subúrbios de Londres) por receio de ser acusada de islamofobia.
Ou seja, muito ajuda quem não atrapalha: se não quiser ombrear esforços com pessoas como Asra Nomani, pelo menos não fique postando #IslamismoPaz&Amor e desassociando atentados terroristas da religião dos perpetradores. No mínimo, pois, respeite a batalha destas pessoas e não fique encampando marchas em apoio àqueles que tanto as fazem padecer, enquanto tenta apenas aparecer. O resultado desta contenda nos interessa a todos: ou estes muçulmanos conscientes conseguem convencer o restante de seus correligionários a agir da mesma, ou pode ser que nós todos venhamos a ser “convencidos” a mudar de Deus.
Ah, a constituição da América proíbe a discriminação religiosa? Bom, os direitos à vida e à dignidade estão muito acima em nossa escala valorativa, até onde se sabe. Se algum maluco fundar uma religião que permite o roubo e cuspir na cara de outrem, devo permitir que levem meu carro e receber saliva no rosto alegremente, em respeito ao credo alheio? I don’t think so!

domingo, 29 de janeiro de 2017

A VIDA, À VIDA - por Carlos Brickmann

 29/01/2017

CARLOS BRICKMANN
Carlos Brickmann

Em frente ao hospital onde está internada Marisa Letícia Lula da Silva, esposa do ex-presidente Lula, duas ou três pessoas gritam slogans contra a senhora doente. É pouca gente. Para o gosto deste colunista, é gente demais.

Há uns dois mil e poucos anos, pediram ao rabino Hillel uma definição rápida de Judaísmo. Hillel respondeu: “Não faça aos outros o que não gostaria que lhe fizessem. Esta é toda a Torah, a Lei. O resto é comentário”. Na mesma época, Jesus ampliou a lição: “Façam aos outros  o que vocês querem que eles lhes façam, pois esta é a palavra da Lei e dos Profetas”.

Nunca fui apresentado a dona Marisa; não tenho motivos para dela gostar ou não (a não ser aquela estrelinha que ela inventou nos jardins tombados do Alvorada). Mas tenho todos os motivos para respeitá-la, ainda mais neste momento em que luta pela vida. Divergências políticas cessam quando algo superior se apresenta. Quem zela por uma vida zela por sua própria vida; zela pela vida de todos nós. Um esplêndido poeta inglês do século 16, o clérigo anglicano John Donne, sintetiza brilhantemente essa questão: “Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo. A morte de cada ser humano me diminui, porque eu faço parte da Humanidade”.

Saúde, dona Marisa. Brindemos à vida. Aliados ou não, lembremos que, se a sabedoria não deixa espaço para opiniões divergentes, sabedoria não será.

Outra coisa é outra coisa

Mas não podemos confundir manifestações de mau gosto com o exercício do jornalismo. A divulgação de documentos referentes à saúde do paciente está sujeita às normas legais, supervisionada pelo Conselho de Medicina, sem dúvida. Mas se um jornalista obtém esses documentos tem o direito – sem censura, determina a Constituição – de divulgá-los. Vejamos a Lava Jato: se o jornalista obtém um vazamento e o divulga não comete crime. E lembremos aquele parágrafo clássico, “documentos a que este jornal teve acesso”.

Os segredos do X

Em 2012, Eike Batista publicou seu livro para ensinar empreendedorismo: “O X da Questão – a trajetória do maior empreendedor do Brasil”.

Pois é, há muito a estudar na trajetória de Eike. A ordem de prisão contra ele foi emitida em 13 de janeiro de 2017, pelo juiz federal Marcelo Bretas. Os agentes foram buscar Eike 13 dias depois, e não o encontraram. Soube-se que decolara para Nova York duas noites antes. Normalmente, os investigados ficam sob monitoramento dos federais até que a operação seja desfechada. Outro detalhe curioso: Eike viajou sozinho, na véspera da viagem da família. Por algum motivo, sabe-se lá qual, preferiu sair um dia mais cedo.

Valor real

Da jornalista Suyen Miranda, lembrando que Eike Batista não tem diploma universitário e, se preso, irá para prisão comum: “diploma universitário faz bem a saúde, mas passaporte alemão faz muito mais”.

Curiosidade

Segundo a Polícia Federal, boa parte da propina para o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, já durante o decorrer da Operação Lava Jato, foi entregue na sede da Frangos Ricca, em mãos, pelo próprio frangueiro. Não se fale, pois, apenas em pixulecos: tinha pixuleco, sim, mas também moela, miúdos em geral, asinhas e até mesmo a pele dos contribuintes.

Uzianqui, uz gringo, uz galego

Na terça, Lula garantiu que a Lava Jato “tem dedo estrangeiro”. Na quarta, Dilma disse que há “interesses escusos” na Lava Jato, de ‘inviabilizar empresas brasileiras”. E essa inviabilização das empresas brasileiras “não é algo gratuito”: o objetivo é beneficiar empresas estrangeiras.

Poderia ser – mas as maiores empreiteiras brasileiras confessaram listas e mais listas de irregularidades pesadas, pelas quais concordaram em pagar multas monumentais. Mas Dilma está firme: empreiteiras estrangeiras, que hoje entram em concorrências da Petrobras, também estão envolvidas em corrupção, e levam vantagem sobre as concorrentes nacionais,

Mas é maldade dizer que a corrupção deve ser exclusivamente nossa.

É proibido gastar

Crise, que crise? Levantamento elaborado pelo colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br) mostra que, em 2016, o Senado gastou R$ 684 mil só em passagens aéreas para “missões oficiais” ao Exterior. Há também as diárias de viagem: apenas para ir ao Fórum Parlamentar dos Brics, em Moscou, Lindbergh Farias (PT-Rio), Vanessa Grazziotin (PCdoB-Amazonas) e Renan Calheiros (PMDB-Alagoas), receberam pouco mais de R$ 16 mil. Além das verbas para missões oficiais, há as viagens normais de senadores, para Brasília e suas bases eleitorais, que bateram em algo próximo a R$ 6 milhões durante o ano.

Chumbo Gordo

www.chumbogordo.com.br                 carlos@brickmann.com.br

Twitter: @CarlosBrickmann

Os "Virtuosos" Novos Nazistas

  • Em vez de se preocuparem com o terrorismo islamista e o ninho de jihadistas acantonados em Molenbeek em Bruxelas, há racistas na Europa que querem destruir Israel, a única democracia no Oriente Médio.
  • Todos eles afirmam falsamente serem "pacíficos", usando meios "econômicos" para corrigir "injustiças" nos territórios palestinos. No entanto eles nunca tentaram corrigir injustiças cometidas pelos governos corruptos, repressivos da Autoridade Palestina e do Hamas em Gaza, nem mesmo protagonizar a imprensa livre, o estado de direito ou a edificação de uma economia estável. Suas verdadeiras motivações racistas estão desmascaradas.
  • As linhas pré ou pós-1967 são apenas um álibi para esses novos nazistas. Muitos consideram Israel em sua totalidade, ilegal, imoral, ou as duas coisas juntas -- ainda que os judeus tenham estado nesta terra há 3.000 anos -- parte dela ainda é chamada de Judeia. Sua ânsia em acusar os judeus de terem a audácia de "ocupar" a sua própria terra histórica, bíblica, só revela a conivência com as mentiras mais obscuras dos extremistas islâmicos, os quais estão tentando destruir os cristãos coptas autóctones em sua terra nativa do Egito e os cristãos assírios autóctones que estão sendo massacrados no Oriente Médio. Será que os franceses também deveriam ser acusados de estarem "ocupando" a Gália? Basta olhar para qualquer mapa da "Palestina", que será possível ver o Estado de Israel coberto por inteiro: para muitos palestinos toda a terra de Israel é uma única colônia gigante que tem que ser desmontada.
Conheça os bandos dos novos nazistas, posando como defensores da Justiça e da Virtude, em busca de novas políticas de extermínio de Israel e, logo em seguida, dos judeus.
"Na Alemanha nazista", conforme observa Brendan O'Neill no Wall Street Journal, "era a fúria total para tornar a cidade Judenfrei (sem nenhum judeu)".
"Agora uma nova moda está assolando a Europa: tornar a cidade ou o município naquilo que poderíamos chamar de Zionistfrei -- livre de produtos e da cultura do estado judeu. Por todo o continente, cidades estão se declarando zonas livres de Israel, afastando seus cidadãos de produtos e da cultura israelenses. Ecos monstruosos do que aconteceu há 70 anos".
Os nazistas diziam "kauft nicht bei Juden": não compre de judeus. O slogan destes novos racistas é "kauft nicht beim Judenstaat": não compre nada do estado judeu. Os nazistas entoavam palavras de ordem: "Geh nach Palästina, du Jud": vá para a Palestina, judeu. Os racistas na Europa gritam "Judeus fora da Palestina"!
Vamos olhar mais de perto e ver quem são eles. A Câmara Municipal de Leicester, por exemplo, aprovou recentemente a proibição da venda de produtos "made in Israel". Pense no seguinte: uma cidade sem produtos israelenses. Não estamos falando da Alemanha nazista de 1933, trata-se de uma cidade britânica administrada pelos trabalhistas em 2016. Dois conselhos galeses, de Swansea e Gwynedd, bloquearam parcerias comerciais com empresas israelenses. Em Dublin, o famoso restaurante Exchequer, decidiu não usar produtos israelenses. A cidade irlandesa de Kinvara tornou-se "livre de Israel". Na Espanha a cidade de Villanueva de Duero já não distribui água israelense em seus edifícios públicos. A cidade francesa de Lille congelou um acordo com a cidade israelense de Safed.

Boicote aos produtos produzidos por judeus, naquela época e agora.

Sob pressão racista a empresa aérea Brussels Airlines, da qual a Lufthansa participa parcialmente, decidiu que não servirá mais na sobremesa a halva da marca israelense Achva. Um ativista do Movimento de Solidariedade Palestino, saindo do Aeroporto Ben Gurion em Tel-aviv para Bruxelas se viu servido com a sobremesa produzida em Israel. Este nazista light se queixou à companhia aérea, que rapidamente retirou a iguaria do cardápio (após manifestações de indignação, a empresa aérea voltou atrás). Em vez de se preocuparem com o terrorismo islamista e com o ninho de jihadistas acantonado em Molenbeek em Bruxelas, há racistas na Europa que querem destruir Israel, a única democracia no Oriente Médio.
Um caso embrionário na tentativa de destruir Israel por meios econômicos ocorreu em 1980, quando a L'Oreal comprou a empresa de cosméticos Helena Rubinstein. Os regimes árabes ameaçaram cortar os lucrativos relacionamentos com a empresa multinacional caso ela não cortasse os laços com Israel. Em vez de rejeitar a chantagem, a L'Oreal cedeu à chantagem. Hoje, este antissemitismo não é liderado por países árabes nem por países ocidentais. Por exemplo, a França recentemente proibiu chamamentos em casos de boicote, se for apenas e tão somente em relação ao Estado de Israel. As campanhas de ódio e as políticas nazistas de hoje estão sendo lideradas em grande parte por empresas, universidades, sindicatos e grupos hipócritas assim chamados de "direitos humanos", bem como outras ONGs.
E, vergonhosamente, igrejas. Em 11 de agosto de 2016 a Igreja Evangélica Luterana dos Estados Unidos (ELCA), pediu ao governo dos EUA para acabar com toda e qualquer ajuda a Israel e abraçar as táticas para destruir o país pela via econômica. No inverno passado, a Igreja Metodista dos Estados Unidos também de maneira anticristã deixou de trabalhar com cinco bancos israelenses.
Todos eles afirmam falsamente serem "pacíficos", usando meios "econômicos" para corrigir "injustiças" nos territórios palestinos. No entanto, eles nunca tentaram corrigir injustiças cometidas pelos governos corruptos, repressivos da Autoridade Palestina e do Hamas em Gaza, nem mesmo protagonizar a imprensa livre, o estado de direito ou a edificação de uma economia estável. Suas verdadeiras motivações racistas estão desmascaradas. Eles simplesmente estão alinhados e coordenados com a estratégia violenta dos palestinos e muçulmanos fundamentalistas do Ocidente -- aqueles mesmos que permanentemente se recusaram a fazer a paz com Israel, isto por sete décadas, colocando em primeiro plano o terrorismo.
Esta guerra assimétrica, empreendida pela primeira vez desde o Holocausto de 6 milhões de judeus, recentemente também quebrou um tabu alemão. Ao que tudo indica, para certos alemães, a velha sede de sangue nunca terminou -- ela simplesmente estava em estado latente. O sindicato dos professores da cidade de Oldenburg acaba de publicar um artigo em sua revista, na edição de setembro, conclamando "um boicote total ao estado judeu", segundo o jornal Jerusalem Post trata-se "da primeira conclamação para boicotar Israel ou os judeus por um sindicato alemão desde o Holocausto". Fazendo jus à sua retratação, embora tardia, em 5 de setembro o sindicato dos professores de Oldenburg se desculpou, rotulando o boicote de "grande equívoco" além de "antissemita".
A União Europeia assinou um acordo com o Marrocos, que está em litígio territorial com a Argélia, mas, apesar disso, se reservou o direito de explorar os recursos do Saara Ocidental; não foi lançada nenhuma campanha em sinal de protesto. Também não se ouviu falar de nenhum protesto contra a Turquia no tocante à ocupação do Norte do Chipre ou quanto à prisão em massa de dissidentes, jornalistas e acadêmicos. Não, a política de boicote é direcionada exclusivamente contra o estado judeu, que ostenta um dos mais altos níveis de liberdade acadêmica, liberdade de imprensa e de igualdade perante a lei do planeta. A política de boicote é feita em "3-D", conforme observa o verdadeiro defensor dos direitos do homem, o dissidente soviético, Natan Sharansky, em seu livro The Case For Democracy:
  • dois pesos e duas medidas: visar apenas e tão somente Israel entre os 200 litígios territoriais, do Tibete à Ucrânia.
  • Demonização: comparação das atitudes de Israel a dos nazistas quando na realidade as pessoas que fazem a comparação é que deveriam ser comparadas aos nazistas.
  • Deslegitimação: negar o direito de Israel à existência.
A hipocrisia racista é tão transparente quanto pérfida.
Eles também estão sujeitando as universidades de Israel a uma campanha neonazista "silenciosa" vinda de universidades sem princípios: enviar menos convites, rejeitar mais artigos e usar os padrões das Leis de Nuremberg do Terceiro Reich para excluir a participação de judeus. A Universidade de Syracuse acaba de desconvidar para uma conferência Simon Dotan, um professor judeu da New York University e cineasta premiado, natural da Romênia, criado em Israel e atualmente residente nos Estados Unidos. A comentarista Caroline Glick observa:
"A decisão de Hamner não teve nada a ver com a qualidade do trabalho de Dotan. Ela admitiu até certo ponto que... Dotan foi desconvidado porque ele é israelense e também porque o título de seu filme The Settlers (Os Colonos), não deixa claro de imediato se ele vilipendia o suficiente o meio milhão de judeus israelenses que vivem na Judeia e Samaria".
Entre outros no mundo acadêmico que aprovaram estas medidas neonazistas encontra-se a historiadora britânica Catherine Hall e, vergonhosamente, o gravemente enfermo Stephen Hawking, que é capaz de falar graças apenas a um dispositivo de voz israelense.
Esta campanha de boicote acadêmico teve início quando Oren Yiftachel, um estudioso da Universidade Ben Gurion teve um trabalho acadêmico rejeitado pelo periódico Political Geography. A rejeição veio com uma nota informando-o que a revista não poderia aceitar o envio do trabalho de "Israel", seu trabalho foi enviado de volta sem ser aberto. A editora St. Jerome Manchester, especializada em traduções, recusou-se a enviar obras acadêmicas para a Universidade Bar Ilan em Israel. A revista britânica Dance Europe se recusou a publicar um artigo sobre a coreógrafa israelense Sally Anne Friedland; Richard Seaford se recusou a fazer uma avaliação crítica de um livro para a revista israelense Antiquity Scripta Classica Israelica. O professor de patologia da Universidade de Oxford Andrew Wilkie, rejeitou aceitar a papelada de inscrição para doutorado de Amit Duvshani da Universidade de Tel Aviv. Wilkie assinalou na rejeição: "de jeito nenhum eu aceitarei alguém que serviu no exército de Israel".
Estes neonazistas disseminam sua mensagem em universidades, igrejas, empresas e municípios. Adotam medidas tais como petições aos professores, perseguições em público, ameaças de ações na justiça (guerra assimétrica), manifestações em frente a lojas e muitas vezes apenas gritaria, intimidação, ameaças e concentração de pessoas.
Eles são, obviamente, incapazes de abalar a florescente economia israelense, mas estão indubitavelmente tentando botar mais lenha na fogueira do clima racista de desconfiança e hostilidade contra Israel e os judeus nos quatro cantos da terra. A Swedish Coop parou de vender bombas de gaseificação produzidas pela SodaStream de Israel, o maior fundo de pensão holandês, o PGGM, retirou os investimentos de cinco instituições financeiras israelenses. A Vitens, a maior fornecedora de água potável da Holanda cortou os laços com a sua homóloga israelense Mekorot. A loja de departamentos KaDeWe, a maior da Europa localizada em Berlim suspendeu as vendas de vinho israelense (depois voltou atrás). A maior cooperativa da Europa, a Co-operative Group no Reino Unido, introduziu uma política discriminatória em relação a produtos israelenses. O McDonald's se recusou a abrir uma lanchonete na cidade israelense de Ariel, em Samaria. A Universidade de Johannesburg cortou relações com a Universidade Ben-Gurion de Israel. Sindicatos acadêmicos de médicos a arquitetos, do Reino Unido e do Canadá, também apoiaram as novas Leis de Nuremberg contra Israel. Dezenas de artistas, principalmente músicos e cineastas, têm, assim como os nazistas originais, se recusado a realizar suas performances em Israel ou cancelaram suas apresentações. Muitos fundos de pensão deixaram de trabalhar com Israel. O Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, levantou "questões éticas", polêmicas, incluindo o Banco Hapoalim de Israel na lista negra de empresas.
As linhas pré ou pós-1967 são apenas um álibi para esses novos nazistas. Muitos consideram Israel em sua totalidade, ilegal, imoral, ou as duas coisas juntas -- ainda que os judeus tenham estado nesta terra há 3.000 anos -- parte dela ainda é chamada de Judeia. Sua ânsia em acusar os judeus de terem a audácia de "ocupar" a sua própria terra histórica, bíblica, só revela a conivência com as mentiras mais obscuras dos extremistas islâmicos, os quais estão tentando destruir os cristãos coptas autóctones em sua terra nativa do Egito e os cristãos assírios autóctones que estão sendo massacrados no Oriente Médio. Será que os franceses também deveriam ser acusados de estarem "ocupando" a Gália? Basta olhar para qualquer mapa da "Palestina", que será possível ver o Estado de Israel coberto por inteiro: para muitos palestinos toda a terra de Israel é uma única colônia gigante que tem que ser desmontada.
No lugar de Israel, eles facilitariam a criação de mais um estado árabe-islâmico que irá suprimir a liberdade de expressão de artistas, jornalistas e escritores; que irá expulsar os cristãos de suas casas; que irá apedrejar homossexuais até a morte; que torturará os detidos nas prisões, que condenará à morte inocentes simplesmente por desejarem se converter ao cristianismo; que irá condenar alguém a flagelação, prisão ou morte pela simples alegação de que tenha dito alguma coisa a alguém que pudesse considerar ofensivo ao Islã; que obrigará as mulheres a usarem véus e viverem alienadas; que glorificará terroristas; que proibirá bebidas alcoólicas; que encarcerará pessoas por expressarem opiniões divergentes; que incentivará a criação de uma nova categoria de refugiados muçulmanos: aqueles que fugiriam alegremente de um regime opressivo e assassino.
Esses novos nazistas se valem, ao invés vez de uma argumentação, de slogans falsos e enganosos como "estado apartheid", "ocupação", "repressão", "infrator do direito internacional" (que Israel meticulosamente não o é). O objetivo deles, assim como o foi dos nazistas originais, é manipular as pessoas e incutir nelas preconceito e ódio contra Israel e por trás deste subterfúgio, contra os judeus.
Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.

sábado, 28 de janeiro de 2017

PERDA DA NOÇÃO DE LIMITE - por Percival Puggina


 27.01.2017


puggina
Percival Puggina

 Estou certo de que o leitor concordará com o enunciado: não é condição de “normali dade” de uma ação humana o fato de ela estar sendo praticada por muitos, pela maioria ou por todos. A normalidade de uma ação está condicionada à sua adequação a uma norma. Todos podem estar desrespeitando sinais de trânsito, mas isso não faz “normais” as infrações.“Comum” e “frequente” não são sinônimos de “normal”. Fazer cabeças não é normal.

 O fato de ser muito difícil aos jovens não reproduzirem o que o grupo em que estão inseridos faz (numa estranha conformidade rebelde ou numa rebeldia conformada), associado ao fato de muitos adultos reproduzirem as condutas dos jovens (numa ridícula cirurgia plástica do modo de agir), multiplicou, nas últimas décadas, os problemas de comportamento e suas conseqüências sociais. O já idoso “É proibido proibir!” se constitui, ainda, na expressão síntese de generalizada forma de conduta em que qualquer tentativa de estabelecer limites é vista como repressiva. Nada é abusivo exceto a tentativa de acabar com os abusos. Apenas as empresas e as instituições militares parecem restar como locais onde a autoridade ainda se permite estabelecer limites.

As conseqüências dessa gandaia podem ser contempladas no âmbito familiar, nas escolas e universidades, nos parlamentos, nas ruas e assim por diante. Exemplo do mês? Perdeu a noção de limites o professor paraninfo da turma de formandos da Famecos/PUCRS, quando, em seu discurso, passou a incorrer nos mesmos equívocos jornalísticos que condenou nas primeiras palavras que proferiu. Instalou-se em sua bolha ideológica e a ela referenciou a realidade política do país. Tratou de fazer cabeças entre as cabeças dos convidados cativos de suas poltronas. Não respeitando a pluralidade do auditório e dos formandos, o homenageado fez o que sequer as jovens oradoras da turma fizeram: deu-se o direito de descarregar sobre todos um discurso político a respeito dos fatos recentíssimos da história nacional. Afirmou, o professor paraninfo, que uma “presidenta eleita foi afastada por um golpe parlamentar, civil e infelizmente midiático”; disse haver “um político suspeito de corrupção, assumido a presidência do país”. E por aí andou, silenciando sobre tudo que não lhe convinha, tomando lado, calçando chuteiras e dando bicos na bola dos fatos. Pais, parentes e amigos dos formandos receberam uma porção do que supostamente foi servido à turma, em doses diárias, nos vários anos do curso. Para não deixar dúvidas quanto a isso, falou, também, o diretor da faculdade, endossando, sem pestanejar, o discurso do paraninfo, cujas palavras disse representarem “o que certamente pensa o coletivo da Famecos”.

Coletivo, sem motorista nem cobrador, costuma ser coisa complicada, controlada pela esquerda e concebida para ser inexpugnável.

* Vídeo com a íntegra da solenidade pode ser assistido aqui. Às 2h e 21 min. da gravação começam os referidos discursos.


* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site http://www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Palestinos na Síria: um Ano de Assassinatos e Tortura - por Khaled Abu Toameh

  • Segundo as denúncias, as autoridades sírias estão ocultando os corpos de mais de 456 palestinos que morreram sob tortura na prisão. Ninguém sabe exatamente onde os corpos estão escondidos ou o motivo das autoridades sírias se recusarem a entregá-los aos seus familiares.
  • Parece que a grande mídia prefere fazer vista grossa no tocante à situação dos palestinos que vivem em países árabes. Esta chicana prejudica antes de mais nada e acima de tudo os próprios palestinos, além de permitir que os governos árabes continuem com suas políticas de perseguição e repressão.
  • É esperar para ver se o Conselho de Segurança da ONU irá se ater às suas prioridades e convocar uma sessão de emergência para discutir a campanha assassina contra os palestinos na Síria. Talvez, de alguma forma, isso irá ultrapassar "a construção de assentamentos" como tema merecedor da condenação mundial.
O ano de 2016 foi bem complicado para os palestinos. Não foi complicado apenas para os palestinos que vivem na Cisjordânia sob o regime da Autoridade Palestina (AP) ou na Faixa de Gaza sob o Hamas. Quando os ocidentais são informados sobre a "situação" e o "sofrimento" dos palestinos, eles imediatamente assumem que se trata daqueles que vivem na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza. Raramente a comunidade internacional é informada sobre o que está acontecendo com eles em países árabes. Essa omissão ocorre, sem a menor sombra de dúvida, porque é difícil jogar a culpa do sofrimento dos palestinos nos países árabes em cima de Israel.
A comunidade internacional e os jornalistas das principais agências de notícias só sabem o que acontece com os palestinos que vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. É óbvio que a vida sob a Autoridade Palestina e sob o Hamas não é nenhum mar de rosas, embora este fato inconveniente possa ser bastante desagradável para os ouvidos dos jornalistas ocidentais e para as organizações de direitos humanos.
De qualquer maneira, parece que a grande mídia prefere fazer vista grossa no tocante à situação dos palestinos que vivem em países árabes. Esta chicana prejudica antes de mais nada e acima de tudo os próprios palestinos, além de permitir que os governos árabes continuem com suas políticas de perseguição e repressão.
Os últimos anos foram testemunha das histórias de horror no que tange às condições dos palestinos na Síria. Onde está a atenção da mídia em relação aos palestinos neste país assolado pela guerra? Os palestinos na Síria estão sendo assassinados, torturados, presos e desabrigados. O Ocidente boceja.
Os jornalistas estrangeiros que fazem a cobertura do Oriente Médio circulam às centenas em toda a Jerusalém e Tel Aviv. No entanto, eles agem como se os palestinos só pudessem ser encontrados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Estes jornalistas não têm nenhum interesse em ir para a Síria ou a outros países árabes para reportar sobre os abusos e delitos perpetrados pelos árabes contra seus irmãos palestinos. Para esses jornalistas, árabes matando e torturando outros árabes não são notícia. Mas quando policiais israelenses atiram e matam um terrorista palestino que joga o seu caminhão em cima de um grupo de soldados matando-os e ferindo-os, aí os repórteres ocidentais correm para visitar a casa da sua família para entrevistar seus membros e lhes proporcionar uma plataforma para que possam expressar suas considerações.
Os palestinos que vivem na Síria, no entanto, são menos afortunados. Ninguém pergunta como eles se sentem em relação à destruição de suas famílias, comunidades e vidas. Especialmente as centenas de correspondentes que se encontram no Oriente Médio .
"O ano de 2016 foi repleto de todas as formas de assassinatos, torturas e de desabrigados palestinos na Síria" de acordo com denúncias recentes publicadas em inúmeros meios de comunicação árabes.
"O ano passado foi um verdadeiro inferno para esses palestinos e suas duras consequências não serão apagadas por muitos anos. Durante o ano de 2016 os palestinos na Síria foram submetidos às formas mais cruéis de tortura e privação nas mãos de gangues armadas e também nas mãos do atual regime sírio. É difícil encontrar uma família palestina na Síria que não tenha sido afetada por tudo isso".
Segundo as denúncias, as autoridades sírias estão ocultando os corpos de mais de 456 palestinos que morreram sob tortura na prisão. Ninguém sabe exatamente onde os corpos estão escondidos ou o motivo das autoridades sírias se recusarem a entregá-los aos seus familiares.
Mais preocupante ainda são as denúncias sugerindo que as autoridades sírias estão retirando órgãos de palestinos mortos. Testemunhos compilados por alguns palestinos apontam para uma gangue ligada ao governo sírio que negocia os órgãos das vítimas, incluindo mulheres e crianças. Mais de 1.100 palestinos estão definhando nas prisões sírias desde o início da guerra há mais de cinco anos. As autoridades sírias não fornecem nenhuma estatística sobre o número de prisioneiros e de detidos, nem permitem que grupos de direitos humanos ou do Comitê Internacional da Cruz Vermelha visitem prisões e centros de detenção.
O documento mais recente sobre o tormento dos palestinos na Síria assinala que 3.420 palestinos (entre eles 455 mulheres) foram mortos desde o início da guerra. A denúncia publicada pelo Grupo de Ação em Favor dos Palestinos da Síria também revela que cerca de 80.000 palestinos fugiram para a Europa, 31.000 para o Líbano, 17.000 para a Jordânia, 6.000 para o Egito, 8.000 para a Turquia e 1.000 para a Faixa de Gaza. O documento também ressalta que 190 palestinos morreram em consequência de má nutrição e falta de cuidados médicos porque os campos e aldeias de refugiados estão cercados pelo exército sírio e pelos grupos armados.

Palestinos fugindo do campo de refugiados Yarmouk perto de Damasco após intensos combates ocorridos em setembro de 2015. (imagem: captura de tela da RT)

Alarmados com a indiferença da comunidade internacional para com o seu sofrimento, os palestinos na Síria têm recorrido às redes sociais para serem ouvidos na esperança de que os tomadores de decisão no Ocidente e no Conselho de Segurança da ONU, obcecados como estão com os assentamentos israelenses, deem atenção ao seu sofrimento. A última campanha nas redes sociais que leva o título: "onde estão os detidos?" refere-se ao destino desconhecido dos palestinos que desapareceram após serem presos pelas autoridades da Síria. Os organizadores da campanha revelaram que de alguns anos para cá 54 palestinos menores de idade morreram sob tortura nas prisões sírias. Os organizadores observaram que centenas de presidiários e detentos, após serem apreendidos pelas autoridades sírias, continuam desaparecidos.
Outra denúncia revela que mais de 80% dos palestinos que vivem na Síria perderam seus empregos e seus negócios desde o início da guerra civil. O documento acrescenta que para sustentar suas famílias muitas crianças palestinas foram forçadas a abandonar a escola e procurar trabalho.
No entanto, para a comunidade internacional e para a mídia ocidental, estes números e relatórios sobre os palestinos na Síria são enfadonhos na melhor das hipóteses. Os países árabes não dão a mínima para os palestinos que estão na Síria sendo mortos, torturados, morrendo de fome. No mundo árabe, as violações dos direitos humanos não são notícia. Notícia é quando os direitos humanos são respeitados em algum país árabe.
A liderança palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza também está cega no tocante ao sofrimento de seu povo no mundo árabe, especialmente na Síria. Os assim chamados líderes estão ocupados demais se digladiando politicamente para se incomodarem com o bem-estar de seu povo, que está sendo sufocado pelos regimes antidemocráticos e repressivos da Autoridade Palestina e do Hamas. Esses líderes estão mais preocupados com as intenções do Presidente Donald Trump de mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém do que a respeito de seu próprio povo. Nas últimas duas semanas Mahmoud Abbas e seus funcionários de alto escalão não perderam a oportunidade para avisar que a mudança da embaixada americana para Jerusalém provocaria distúrbios no Oriente Médio. O assassinato, tortura e desalojamento de palestinos em um país árabe parecem não estar em seus radares.
É esperar para ver se o Conselho de Segurança da ONU irá se ater às suas prioridades e convocar uma sessão de emergência para discutir a campanha assassina contra os palestinos na Síria. Talvez, de alguma forma, isso irá ultrapassar "a construção de assentamentos" como tema merecedor da condenação mundial.
Khaled Abu Toameh é um jornalista premiado radicado em Jerusalém.

 FONTE - https://pt.gatestoneinstitute.org/9853/palestinos-siria-assassinatos