domingo, 1 de novembro de 2015
Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeira) que aponta movimentações financeiras “atípicas” do ex-presidente Lula, dos ex-ministros da Casa Civil Antonio Palocci e Erenice Guerra, e do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), levarão a oposição a pressionar pela convocação dos petistas na CPI do BNDES. Segundo reportagem da revista “Época” deste fim de semana, Lula, Erenice, Palocci e Pimentel teriam feito operações financeiras com movimentações de R$ 300 milhões. Eles integram um grupo de 103 pessoas que movimentaram meio bilhão de reais de forma suspeita. O relatório do Coaf, segundo a publicação, foi enviado pelo banco estatal à CPI do BNDES. Deputados do PSDB e SD, que têm assento na comissão de inquérito, pedirão na semana que vem que sejam colocados em votação requerimentos para convocar Lula, Palocci e Pimentel. No caso dos três petistas, já foram apresentados à CPI pedido para que sejam chamados por negociações suspeitas junto ao BNDES. Quanto à Erenice, que foi ministra da Casa Civil no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e sua secretária executiva na pasta durante o governo Lula, os tucanos apresentarão terça-feira o requerimento. "Todos os elementos apontam para a importância de ouvi-los e eles poderiam aproveitar a oportunidade para esclarecer essas movimentações incompatíveis. Há indícios de movimentações suspeitas e o relatório parece bastante incisivo", disse o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), integrante da CPI. Ele disse que um dos requerimentos de convocação do ex-presidente Lula é de sua autoria e que pedirá uma reunião da comissão na semana que vem para votá-lo. Havia uma reunião deliberativa marcada para terça-feira, mas ela foi cancelada pelo presidente, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM). Na quinta-feira, há sessão da CPI para ouvir depoimento do empresário Eike Batista sobre negócios de suas empresas com o BNDES. Outro integrante da CPI, o deputado Augusto Coutinho (SD-PE), pedirá acesso à integra do relatório do Coaf remetido à comissão. "É fundamental que a gente tenha acesso a esses documentos para constatar o que há de suspeito, efetivamente. Vou sugerir ao presidente na terça-feira que coloquemos requerimentos de convocação em votação", disse o parlamentar. Apesar da pressão que a oposição fará, não será tarefa simples aprovar requerimentos convocando ex-ministros e, principalmente, o ex-presidente Lula. Dos 27 integrantes titulares da CPI, 15 são de partidos da base aliada. "O voto dos parlamentares aliados é muito pendular. Depende de como está a relação com o governo em determinada semana e, também, como está o termômetro do andamento do pedido de impeachment da presidente Dilma. Quando ela parece se fortalecer, aproxima a base. Quando parece mais fraca, todos dispersam", disse um deputado governista.
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