domingo, 1 de novembro de 2015

A AUTORIDADE PALESTINA NÃO REPRESENTA MAIS O POVO PALESTINO - by GUGA CHACRA




Guga Chacra – de Nova Iorque para a Rua Judaica
Os palestinos precisam realizar eleições. Precisam urgentemente decidir se querem manter Mahmoud Abbas como presidente ou se querem um novo nome. Precisam escolher também um novo Parlamento. A Autoridade Palestina não representa mais o povo palestino na Cisjordânia e, obviamente, na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

A última eleição parlamentar palestina ocorreu em janeiro de 2006. A última eleição presidencial palestina ocorreu em janeiro de 2005 e Abbas foi eleito para um mandato de 4 anos, que se encerraria em 2009. O Conselho Legislativo Palestino (CLP), que seria o equivalente ao Parlamento, não se reúne desde 2007.

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No caso do Parlamento (CLP), de fato, há a questão de o Hamas ter sido vencedor e o resultado não ter sido aceito pelos EUA e por Israel.

Posteriormente, houve o rompimento entre o Hamas e o Fatah, e o resto da história conhecemos. Mas o CLP possui poucos poderes. O importante seria a Presidência.

Abbas é visto como um moderado no Ocidente, especialmente nos EUA. O governo israelense afirma que ele tem duas caras. Para o governo americano, seja o de Bush ou o de Obama, Abbas é um defensor da diplomacia e da paz. Para o atual governo israelense, Abbas incentiva a violência.

Independentemente da visão que se tenha de Abbas, hoje ele não representa mais a população palestina e seu mandato entrou na ilegalidade há seis anos. Pesquisa realizada pelo Palestinian Center for Policy and Survey Research, de Ramallah, indica que dois terços da população palestina quer a renúncia de Abbas.

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E quem está em primeiro nas pesquisas? Marwan Barghouti, um líder palestino laico do Fatah, hoje na prisão em Israel por envolvimento na segunda Intifada. Barghouti desfruta de enorme popularidade, tem carisma, defende a solução de dois Estados e americanos e israelenses o avaliam como moderado – aliás, é fluente em hebraico. O Hamas sabe que não há como vencer Barghouti. Tanto que nunca pediu, em suas trocas de prisioneiros, que ele fosse libertado.

Não estaria na hora de Israel libertar Barghouti, um líder palestino popular, a favor dos dois Estados e que bate de frente com o Hamas? Às alternativas a ele seriam um impopular Abbas, o Hamas ou uma juventude palestina defendendo uma solução de dois Estados. 

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