quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Além dos políticos, funcionários também são "donos" da Petrobras, fez ontem um desabafo o ex-presidente do Conselho de Administração da estatal, a um interlocutor. “A Petrobrás não é do acionista majoritário, nem do acionista minoritário — ela é da corporação,” disse Ferreira, que também é o presidente da Vale. “Se eu fosse morador de Nilópolis, São Gonçalo ou da Baixada (regiões pobres do Rio de Janeiro), eu ficaria revoltado com os tipos de privilégios que os funcionários conseguiram garantir para si mesmos". Em seguida, meio constrangido, tirou da carteira um cartãozinho verde e comentou: “Sabe o que é isto? É um cartão com o qual eu vou a qualquer farmácia, pago apenas 15 reais e compro o medicamento que quiser. Nenhuma empresa particular no Brasil tem um cartão de convênio médico como esse. Eu nunca usei, senti vergonha". E prosseguiu: “Na Vale, consegui tirar os carros dos diretores. Na Petrobrás não é possível diminuir qualquer coisa que a corporação não queira". Esse espírito de corpo, segundo Murilo Ferreira, “não permite imaginar que qualquer coisa vá mudar lá". E, fazendo referência a um prêmio internacional que ganhou como CEO da Vale, disse, “Eu não poderia arriscar minha reputação continuando ali". E assim segue o Brasil comandado pelas corporações estatais, sob a batuta do populismo petista, abrigadas no setor público, e que se apoderaram do Estado.
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