Israel pode virar em breve o destino favorito dos viajantes e amantes dos animais por duas importantes razões: em primeiro lugar, o país está trabalhando em uma lei que o colocaria oficialmente como primeiro país do mundo a proibir completamente o comércio e produção de peles de animais.
Atualmente, tanto na Europa como nos Estados Unidos, alguns lugares já vetaram o uso de pele de animais domésticos, enquanto outros declararam ilegais as fazendas de pele dentro de seus territórios. No entanto, em alguns casos infelizmente isso só aumentou as importações de peles de países que não têm leis de proteção animal, como a China, por exemplo.
A lei na qual Israel está trabalhando abrangeria esses dois pontos, vetando tanto a produção quanto o comércio de peles, um tipo de proibição que hoje só é encontrada no estado da Califórnia.
Em segundo lugar, e de acordo com vários estudos e pesquisas, Israel está rapidamente virando também o país com o maior número de veganos e vegetarianos, contando também com uma maior oferta de produtos, supermercados e restaurantes para quem segue esse tipo de dieta.
Aproximadamente um dos oito milhões de habitantes do país são veganos, e 13% da população considera deixar de consumir carne para começar uma dieta vegetariana ou vegana. Em julho de 2015, uma das revistas de economia mais importantes de Israel indicou que a indústria láctea teria sofrido um duro golpe em novembro de 2014, com uma queda de vendas entre4 e 7% em vários de seus produtos. Outra revista de economia, a The Market falou recentemente sobre o movimento vegetariano e vegano para um estilo de vida e de hábitos alimentares mais saudáveis, e no mesmo artigo detalhou como o mercado está respondendo a essas novas preferências, mostrando como muitas cadeias importantes de supermercados e restaurantes decidiram investir nas propostas de seus clientes.
O gerente de marketing do Café Greg, uma das cadeias de restaurantes mais populares do país, indicou que no último ano e meioviu a demanda de pratos veganos crescer entre 30 e 40% e que por isso teria decidido ampliar seu cardápio com ummenu 100% livre de exploração animal. A resposta dos clientes foi tão boa que nos próximos meses mais 24 pratos veganos serão inclusos.
A internacional Domino's Pizza também incluiu em julho uma pizza vegana em seu cardápio. Os responsáveis pela cadeia esperavam que o produto fizesse as vendas subirem em aproximadamente 5%, mas a resposta dos consumidores foi tão boa que aparentemente a pizzaria está tendo dificuldades para encontrar as quantidades necessárias de queijo vegano para satisfazer a demanda, e inclusive a Tnuva, marca mais importante de produtos lácteos no país, recentemente lançou no mercado sua linha de leites e iogurtes de origem vegetal.
Essas importantes mudanças se devem principalmente a três fatores: Gary Yourofsky, ativista dos direitos dos animais que fez sucesso com um dos seus vídeos no Youtube, viajou para Israel oferecendo palestras em todo o país, atingindo tantas pessoas que novos ativistas começaram a apoiar a luta. Em segundo lugar, uma série de investigações que apresentavam os horrores da indústria da carne foram divulgadas em rede nacional. Por último, não podemos esquecer o excelente trabalho feito agora em 2015 por uma comunidade vegana local, que conseguiu chegar a vários meios de comunicação e incentivar importantes iniciativas, como a vegan-friendly.co.il.
No entanto, apesar dos grandes avanços em relação aos direitos dos animais, a ratificação final para banir a produção e comércio de peles no país foi adiada. A causa do atraso se deve aos políticos pró-pele, que alegam grande perda de rendimentos, além de tentarem isentar a lei para os chapéus de pele usados por uma minoria da população da cultura hassídica, tentando alegar que o projeto seria antissemítico.
Apesar disso, o governo israelense não se amedrontou e espera que o projeto de lei seja aprovado rapidamente.
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