quarta-feira, 3 de junho de 2015

Com retirada de informações sobre transgênicos no rótulo, Brasil entra na contramão do resto do mundo

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A rede Slow Food, movimento internacional anti-fast-food, divulgou um manifesto contra o chamado PL Heinze, que desobriga as empresas de alimentos de informarem ou destacarem no rótulo a presença de ingredientes transgênicos. O projeto de lei 4.148/2008, do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), foi aprovado no fim de abril pela Câmara e ainda será apreciado no Senado. 
Pela legislação vigente, alimentos com ingredientes modificados geneticamente são obrigados a registrar em sua embalagem a espécie doadora e apresentar um alerta: o triângulo amarelo com a letra T dentro.
Segundo o movimento, trata-se de uma “sinalização clara, que informa quem compra e consome esses itens”. “Essa rotulagem é necessária como medida de precaução com relação a alimentos cujos riscos para o consumo humano ainda são desconhecidos. Sem ela, fica mais difícil o consumidor ter certeza sobre o que está contido em boa parte dos produtos alimentícios disponíveis no mercado.”
“O Slow Food Internacional e o Slow Food Brasil defendem a rotulagem compulsória de qualquer tipo de produto que contenha organismos geneticamente modificados em sua composição, bem como carne e laticínios de animais que tenham sido alimentados com ração elaborada com transgênicos, dando assim a livre escolha do consumidor”, diz a nota.
De acordo com o documento, “alimentos modificados tornam-se resistentes a certos tipos de agrotóxicos e pesticidas utilizados nas lavouras, químicos que matariam uma planta ‘comum’, e cujos vestígios permanecem no alimento e são ingeridos pelo consumidor final”.
Além disso, prossegue a nota, muitas vezes os genes inseridos em espécies vegetais podem ter origem animal, o que pode tornar seu consumo indesejado para certas pessoas, por valores éticos ou questões religiosas. “Retirar a informação da rotulagem não beneficia o consumidor em nenhuma instância. Não estamos apenas retrocedendo com essa alteração na lei, como ficamos na contramão do resto do mundo”.
A Slow Food questiona: “A legislação está sendo alterada visando o melhor interesse de quem?”
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos transgênicos no mundo. Mais da metade do território nacional destinado à agricultura utiliza esse tipo de tecnologia, e cerca de 90% do milho e da soja produzidos no país são transgênicos.
Fundado por Carlo Petrini, na Itália, em 1986, o Slow Food é um movimento internacional sem fins lucrativos presente em mais de 150 países. Nasceu como um protesto contra o fast-food e a fast-life e hoje defende a biodiversidade alimentar, a difusão da educação do gosto e a aproximação entre agricultores e consumidores por meio de iniciativas como a Arca do Gosto, o Terra Madre Day, o Disco Xepa e a Aliança dos Cozinheiros. Conheça:http://www.slowfoodbrasil.com/campanhas/ogms-transgenicos

Foto:  Cintia Barenho/Flickr

fonte - https://br.noticias.yahoo.com/blogs/matheus-pichonelli/com-retirada-de-informacoes-sobre-transgenicos-no-165508374.html

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