Tribuna da Internet
É da maior importância a notícia de que o então presidente Lula,em audiência oficial no Palácio do Planalto, acertou pessoalmente com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a superfaturada compra da sucateada refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Até agora, as investigações da Operação Lava Jato ainda não tinham chegado diretamente a Lula, era como se ele não tivesse nada a ver com o assunto, como tem ocorrido desde o escândalo do mensalão.
Acontece que, desta vez, a preciosa informação foi fornecida pelo corpo técnico da Petrobras, sem o conhecimento do presidente Aldemir Brendine, que foi nomeado para dirigir a estatal justamente com a incumbência de eliminar possíveis provas contra o governo e o PT, e uma de suas primeiras decisões foi a ordem para “destruir” as gravações das reuniões presididas pela então ministra Dilma Rousseff para concretizar a negociata da refinaria.
Detalhe fundamental: esse estratégico encontro entre Lula e Costa ocorreu exatamente um mês antes de o Conselho de Administração fechar a compra da velha refinaria, apelidada de “Ruivinha” pelos engenheiros da Petrobras, devido à ferrugem que corrói seus tanques e encanamentos.
A participação direta de Lula na negociata só foi descoberta porque a auditoria realizada na Petrobras depois da Operação Lava Jato encontrou o registro da reunião na agenda do diretor Paulo Roberto Costa. E o pior é que na agenda presidencial de Lula também consta a informação, no mesmo dia e hora, com o encontro tendo sido registrado como “Petrobras”.
O vazamento da auditoria é um fato auspicioso, mostrando que o corpo técnico da Petrobras não é conivente com a corrupção e ainda pode revelar muito mais provas propositadamente omitidas pela diretoria e também pelos delatores, pois Paulo Roberto Costa jamais mencionara esse importantíssimo encontro com Lula.
No linguajar das reportagens policiais, poderíamos dizer que Lula foi apanhado tipo “batom na cueca”, quando não há explicações que possam ser oferecidas. Ao receber o diretor da Petrobras, o presidente da República quebrou totalmente a hierarquia funcional do Planalto. Nenhum presidente, por mais desclassificado e despreparado que seja, pode agendar reuniões com diretores de estatais. Seu interlocutor é o ministro da área (no caso, Minas e Energia), embora possa também se reunir diretamente com o presidente da Petrobras, dada a importância da empresa para o país. Porém, jamais pode agendar audiências a meros diretores, para tratar de assuntos internos da estatal.
A CPI da Petrobras fala em ouvir o ex-presidente Lula, mas é perda de tempo. Ele não dirá nada de útil, apenas bobagens, como é do seu estilo. O certo é reconvocar o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que tem muito a explicar.
Quer dizer que ele fez delação premiada, mas esqueceu de contar que foi recebido em audiência pelo presidente da República no Palácio do Planalto, na ausência do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e do presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli?
Esse esquecimento é algo estarrecedor e desclassificante, que desmoraliza sua delação premiada e instiga o juiz a prendê-lo novamente.
Vamos ver se a CPI da Câmara consegue refrescar-lhe a memória desse supercorrupto. Vai ser interessante.
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