São Paulo - A vontade de abrir o próprio negócio uniu as empreendedoras Elisa Melecchi, 28 anos, e Luiza Nolasco, 29 anos. Elas se conheceram na escola, mas seguiram caminhos diferentes. Elisa foi trabalhar commarketing digital, em empresas como o Peixe Urbano, e Luiza foi para o mercado financeiro.
Após anos de experiência nessa área, Luiza queria empreender. Ela já acompanhava os investimentos feitos nos Estados Unidos em moda, com sites como o Bag, Borrow or Steal e o Rent The Runway.
Em 2013, as empreendedoras fundaram o BagMe, um e-commerce de compra, venda e aluguel de bolsas de grife. A ideia do negócio é fazer com que qualquer mulher possa ter uma bolsa de luxo.
Na estante virtual, é possível encontrar o acessório de marcas como Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Burberry e Prada. Luiza nunca havia trabalhado com marketing ou com internet, mas sabia da experiência de Elisa, que já estava no mundo do empreendedorismo. Juntas, elas analisaram como estava o ramo da moda de segunda mão no Brasil.
Havia muitos brechós, mas a grande maioria era amadora: sem fotos de estúdio e sem um e-commerce, por exemplo, conta Elisa. O objetivo da dupla era ter um formato de brechó de luxo, mas com uma cara profissional.
Para começar o negócio, o investimento inicial no site foi de 300 mil reais. Boa parte desse valor foi gasta em bolsas de grife para compor o estoque, já que os produtos dos clientes são só vendidos e comprados. Para alugar uma bolsa, o estoque é todo das empreendedoras.
Começar tendo compra e venda, e não só o aluguel, foi uma estratégia para se adaptar ao mercado nacional. Segundo Elisa, "o brasileiro está mais acostumado com a venda".
Hoje, são 40 bolsas para alugar e 150 para comprar e vender. Por mês, o giro de produtos é de cerca de 30%, com 50 a 60 pedidos feitos. Dependendo da marca, o preço de uma bolsa pode variar de 390 reais a 22 mil reais. No caso do aluguel, a cliente pode escolher ficar com o produto durante três dias, uma semana ou um mês. O aluguel custa a partir de 69 reais.
O faturamento varia de 50 a 100 mil reais mensais, com um faturamento líquido de 30 mil reais. Para este ano, Elisa conta que a expectativa é de fechar com um faturamento de 1 milhão de reais.
Outro plano para 2015 é aumentar a quantidade de bolsas para alugar, colocando cinco bolsas novas por mês. Se a projeção se confirmar, no final do ano 100 bolsas devem estar disponíveis para esse serviço.
E o que deve fazer o empreendedor que deseja abrir uma loja online? "Se programar muito. Eu fiquei muito tempo trabalhando como funcionária, poupando. Todo o investimento que eu fiz no site não foi de família, foi próprio, que eu juntei", conta Elisa. Quem não se prepara, diz a empreendedora, acaba desistindo em poucos meses e volta para o mercado.